quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

A Inexorável Pendência Acerca do Entendimento Definitivo do Real

O que é a realidade? O que existe e o que não existe? O real é explicado a partir de elementos presentes no mundo sensível, como acreditavam os filósofos Pré-Socráticos? Ou seria um reflexo de um mundo perfeito ao qual temos acesso somente às suas impressões, semelhante ao mundo das idéias de Platão? Ou quem sabe ainda, não temos nenhuma possibilidade de acesso ao que é de fato real e somente podemos nos ater ao que nossos sentidos podem captar e, a partir disso criar uma noção de realidade sobre o que é provável racionalmente e não o que É de fato?

Essas reflexões não são novas. Mas são muito atuais.

A humanidade discute esse tema desde os primeiros filósofos na antiga Grécia. Hoje, em um mundo permeado de realidade virtual, esse debate ganha contornos mais práticos. Jogos de realidade alternativa e reality shows aguçam ainda mais esse debate.
Um jovem que cria um avatar em um jogo online em um ambiente virtual e depois de avançar diversos níveis com a personagem o vende para outro jogador por dinheiro real (ou crédito) é algo comum hoje! Mas seria este procedimento real?

O real é só material ou algo que não pudesse ser percebido pelos sentidos humano também poderia receber esta denominação?  Se for possível, então uma imaginação poderia ser algo real, na medida em que é algo sensível a uma pessoa, embora seja uma experiência que não possa ser compartilhada? Logo, uma alucinação poderia ser qualificada como algo verdadeiro? Ou só poderíamos assim qualificar coisas que possam ser compartilhadas entre várias pessoas, ou seja, que diversos produtores de sentidos possam captar?

Mas se for assim, seria irreal um alto nível de raciocínio ao qual os seres humano normais não teriam acesso? Mas o pensamento não seria algo que de fato existe, como propôs o filósofo francês, René Descartes? Se sei que existo porque penso, logo o pensamento deve existir, tendo em vista que é ele quem me faz existir e ter consciência disto.

Mas se só eu penso, pode ser este pensamento alucinação? Então meu pensamento deve ser compartilhado pelos outros que pensam e, logo, também existem? Ou será que esses outros são frutos do meu pensamento que creio que exista, mas cria coisa que não existem! Então essas coisas que não existem fazem com que meu pensamento também inexista ou meu pensamento existente cria coisas e, por este existir, essas coisas vêm para o campo do que existe?

Ou podemos crer que existe o real e o irreal? Mas se é irreal, na prática, não é inexistente? A imaginação, a fábula, a literatura, o cinema, tratam de que? Coisas que existem em imaginação ou que não existem? Se não existem como podemos percebê-las? Então nosso cérebro nos engana? Então não poderia estar nos enganando acerca de nossos pensamentos, logo estes não existem também?

Se para o corpo o real é o que pode ser sentido, para a mente é o que pode ser pensado.  Seria para o grupo, o que pode ser compartilhado sensorialmente? Dessa forma não estaria um grupo de mentes, submetidos ao seu grupo de corpos? Então quem define o que é real, o corpo, a mente ou o grupo?


Então, o que é realidade...?

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