quinta-feira, 17 de dezembro de 2020

Retrospectiva da Filosofia Grega Antiga

SEMANÁRIO DO PENSAMENTO

Retrospectiva da Filosofia Grega Antiga

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos fazendo uma Retrospectiva da Filosofia Grega Antiga.






Chegamos ao vigésimo e último vídeo da série sobre a Filosofia Grega Antiga. Agora vamos lembrar da sequência cronológica dos principais pensadores da antiguidade Grega.

1 – O surgimento do pensamento crítico:

Por volta do século VI a.C., mercadores do Mediterrâneo oriundos de Mileto começam a usar o pensamento crítico e racional para explicar o mundo e abandonam gradativamente o pensamento mítico e os dogmas religiosos.

Segundo Aristóteles, o iniciador desse movimento teria sido Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo da Grécia. Ele fora também um dos sete sábios da Grécia antiga, junto com Bias de Priena, Pítaco de Mitilene, Sólon de Atenas, Cleóbulos de Lindos, Periandro de Corinto e Quílon de Lacedemonia

2 – Os Filósofos Pré-Socráticos:



A iniciativa de Tales gera uma onda de reflexões críticas posteriores. Muitos pensadores vão surgindo, aderindo ao pensamento crítico e abandonando as explicações míticas. Os primeiros filósofos buscavam uma explicação para o mundo natural e a realidade sensível.

Era comum que partissem do princípio do elemento primordial, um elemento que teria sido a base para o surgimento de todas as coisas existentes no Universo.

A partir de então surgem diferentes escolas com diferentes explicações e diferentes elementos primordiais, como:

A escola Jônica, fundada por Tales que se caracteriza pelo interesse pela natureza. Fizeram parte dessa linhagem Xenófanes de Colofon e Heráclito de Éfeso.

A escola Italiana, dividida entre a Escola Pitagórica, de Pitágoras e a Escola Eleática, de Parmênides e Zenão.

A segunda fase dos pré-socráticos nos apresentou Anaxágoras, Empédocles e a Escola Atomista, de Leucipo e Demócrito, ambos de Abdera.

O período pré-socrático foi marcado tanto pelo atomismo, quanto pelo embate entre o Monismo, capitaneado por Parmênides que dizia que tudo era imutável e o Mobilismo, defendido por Heráclito que defendia a continuidade do movimento e que tudo era mutável e constantemente se modificava.

3 – Os Sofistas:

Com a passagem da oligarquia para a democracia surgiu e se popularizou uma corrente de pensamento que, não se caracterizava enquanto uma escola, mas que teve vários representantes: Os Sofistas.

Estes eram mestres da retórica e usavam seus conhecimentos da língua e suas habilidades discursivas para adquirir muito poder e riqueza, numa sociedade em que o debate e o discurso eram importantíssimos.

Eles não acreditavam na verdade, ou que a verdade não era alcançável ao ser humano.

4 – Sócrates:

Pelas suas crenças e condutas, os Sofistas encontraram um ferrenho adversário: Sócrates. No Século V a.C., o filosofo ateniense enveredou vários embates marcantes contra seus adversários. Alguns deles forma imortalizados por seus discípulos Platão e Xenofonte, que escreveram seus diálogos.

Sócrates defendia a virtude e a ética e acabou condenado pela elite ateniense e pelos sofistas por “corromper” a juventude e por negar os deuses reconhecidos pelo Estado ateniense.

5 – Platão:

Extremamente contrariado com a condenação de seu mestre, Platão iniciou a escrever seus diálogos logo após a execução de Sócrates, que se deu em 399 a.C. Platão se tornou um dos maiores e mais influentes pensadores de todos os tempos.

Além de aluno de Sócrates, seguiu também a Escola Pitagórica e foi mestre de Aristóteles.

Suas ideias mais conhecidas são sobre o inatismo e o mundo das ideias e sobre uma sociedade ideal e utópica descrita em “A República”, seu livro mais famoso.

Começou retratando os diálogos socráticos com fidedignidade e depois passou a usar Sócrates como personagem que vociferava as ideias do próprio Platão.

Fundou a Academia e foi influente para o pensamento monástico medieval e é referência até os dias atuais.

6 – Aristóteles:

Discípulo de Platão e conselheiro de Alexandre, o Grande, Aristóteles foi um dos filósofos mais atuante e influentes da história. Escreveu sobre muitos assuntos, do quais se destacaram a Política e a Metafísica.

Defendia que o conhecimento surgia da experiência empírica, baseada na observação dos objetos e da natureza para a concepção das ideias.

Fundou o Liceu, escola que teve muitos adeptos na Grécia antiga.

7 – O Período Helenista



Quando Alexandre o Grande marchou pelo Mediterrâneo tornou grande o Império helênico, o mundo grego se ampliou. Em consequência várias escolas acabam surgindo ou crescendo em um período relativamente curto.

Além dos seguidores de Platão e Aristóteles, os Pitagóricos também ganharam relevância, nesse período, com sua Geometria Sagrada e, assim ajudaram a desenvolver a engenharia.

Já os Estoicos dividiam a filosofia em Física, Lógica e Ética. Defendem que para atingir a plenitude da felicidade, é preciso se afastar das paixões terrenas, das contrariedades e do desassossego.

Através da prática da apatia, da ataraxia, uma postura impassível, do indivíduo que nada espera e nada teme, acreditavam que se chegaria à virtude plena.

Além deles, os Epicuristas também buscavam a plena felicidade, unindo os dois estados: aponia e ataraxia.



Epicuro afirmava que para ser feliz, o ser-humano precisa buscar o equilíbrio entre os medos e prazeres, de forma que o estágio de tranquilidade e felicidade seja contínuo e duradouro.

E Enquanto os Céticos continuavam a buscar a verdade, se mantendo afastados de todos os dogmas de forma equipolente, os Cínicos não estavam nem aí e se mantinham independentes e desapegados de bens materiais

Bem, esses foram os principais pontos da Filosofia Grega Antiga, que pudemos apresentar. Por hora daremos uma pausa em novos vídeos. Em 2021, voltaremos com novos temas.




Esperamos ter ajudado, entretido e divertido a todos que viram nossos vídeos este ano.

Certamente não cercamos todos os detalhes e todos os grandes nomes, mas certamente abordamos boa parte das principais ideias dos principais filósofos da Grécia Antiga.

Feliz Natal e um próspero 2021.



Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu! 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

As Grandes Celeumas da Filosofia Antiga



As Grandes Celeumas da Filosofia Antiga

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre – As Grandes Celeumas da Filosofia Antiga.


Na semana passada dissemos que falaríamos das grandes celeumas da filosofia da Grécia Antiga.





Do ponto de vista jurídico, “uma celeuma é uma algazarra que se forma quando existe uma discórdia, uma dissonância de opiniões, quando as ideias ou os pontos de vista são contrários, quando algum conceito ou modo de ver se contradizem”, segundo o site significados.com.br.

O termo também é usado para se referir ao canto com o qual barqueiros e marinheiros ritmavam seu trabalho.

Vamos adotar aqui o significado jurídico.

A filosofia surgiu quando marinheiros fenícios e gregos abandonaram os dogmas religiosos e buscaram a razão e o pensamento crítico para explicar a natureza e o mundo. Ao fazer isso, passaram a abolir os dogmas e doutrinas de forma mais profunda.

Inclusive, acredita-se que Tales de Mileto estimulava seus discípulos a discordarem de suas ideias e a buscar outras explicações diferentes da sua. A perspectiva de que ninguém era dono da verdade se radicalizaria, a partir de então.

E se hoje liberais e socialistas se engalfinham em redes sociais e programas de televisão sobre os melhores caminhos para a economia dos países, na antiguidade questões mais profundas e mais intelectualizadas foram motivos de embates acalorados e geraram rivalidades entre algumas escolas de pensamento.

A primeira grande dicotomia da antiguidade grega provavelmente foi a disputa entre Mobilismo e Monismo.

O mobilismo fora defendido pelo filósofo Heráclito de Éfeso. Seguindo a linha de Tales e buscando o elemento primordial que teria gerado todo o Universo, Heráclito elegeu o fogo, para este fim.

O elemento foi muito apropriado para a sua explicação da natureza. Para o filósofo de Éfeso, o movimento era o que caracterizava toda a natureza. Tudo muda o tempo todo e nada fica estático. Para Heráclito, não há unidade natural, no mundo, mas um conflito perpétuo.

Sua frase mais famosa é aquela na qual afirma: “Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo”!

Em contrapartida, Parmênides de Eleia, continuando as teorias de Xenofante, seu professor, que dizia que a unidade sustentaria toda a criação. Ao contrário de seus antecessores, Parmênides não defendia um conceito de Arché, mas que todo o universo era mantido por uma unidade lógica. Sua motivação inicial teria sido exatamente contestar a filosofia de Heráclito.

Na sua concepção o elemento que gerara o universo era o “Ser”. Tudo o que existia possui o “Ser” em seu interior. Tudo o que existe é dotado de essência e existe de forma infinita de maneira imóvel. Todo o erro e a mentira são ilusões causadas pelos sentidos.

Sua Frase mais famosa é o fragmento: “o Ser é! O Não-Ser não é”!

A segunda grande celeuma seria o embate entre Sócrates e os Sofistas. A maioria das passagens de Sócrates que chegaram até nós são escritos de seu pupilo Platão. Então podemos dizer que a Celeuma se trada dos Sofistas x Sócrates/Platão, uma vez que o aluno usa a figura do mestre muitas vezes para expressar suas próprias ideias e o faz em contradição aos Sofistas. A contradição teria seguido até Aristóteles, discípulo de Platão.

Os sofistas não eram uma escola ou tinham uma linha de pensamento. Trata-se de uma classificação geral que é empregada a pensadores e juristas da Grécia, por volta dos séculos V e IV a.C.

Eram mestres do discurso e usavam seus conhecimentos da linguagem e das palavras para convencer as pessoas contra seus adversários e levar vantagem na incipiente democracia ateniense.

No geral, criam que a verdade não existia, ou que, caso existisse, nós não seríamos capazes de compreendê-la e assimilá-la. Portanto, agiam de maneira que a ética se dobrasse aos interesses do discursante. Usavam seus conhecimentos para adquirir grandes fortunas.

Já Sócrates e seus sucessores defendiam exatamente o contrário. Os socráticos acreditavam que a verdade existia, embora estivessem abertos à outras interpretações diferentes das suas.

Defendiam também que a ética e a virtude deveriam balizar as atitudes do homem, especialmente em sociedade. Ao contrário dos sofistas, Sócrates defendia o desapego material.

Sócrates acreditava que o conhecimento da verdade estaria dentro de cada indivíduo. Por isso usava seu método conhecido como “Maiêutica”, ou “o parto de ideias”, para fazer com que o seu interlocutor chegasse ao conhecimento verdadeiro, que estava dentro de si.

E essa questão levou ao terceiro grande embate da filosofia antiga, que confrontava exatamente os seguidores de Platão e de Aristóteles.

Platão defendia o inatismo, ou seja, o ser humano nasce com princípios racionais e com as ideias em nossa mente. Estas ideias viriam de um mundo perfeito, o qual chama de “mundo das ideias”, no qual existiríamos antes de nascermos.

Ao chegarmos no que chamou de “mundo sensível”, ou seja, o nosso mundo real compartilhado por todos, precisamos “relembrar” as ideias perfeitas, ainda que a tenhamos de forma imperfeita, aqui.  

Já Aristóteles defendia que todo o conhecimento humano advém da experiência e da observação racional, que é chamada de empirismo. É a partir da observação dos objetos que são criadas as ideias, uma vez que o mundo sensível era, para o filósofo o único mundo existente.

Durante o período helenista, muitas escolas de pensamento coexistiram e suscitaram debates importantes. Algumas, como o Epicurismo e o Platonismo se tornaram bases para antagonistas de períodos posteriores, como durante o apogeu do Império Romano e na Idade Média.

Da mesma fora o Epicurismo foi resgatado para suplantar o aristotelismo do final do período Medieval.

Mas grandes celeumas intensos e inovadores no interior da filosofia só voltariam a gerar grandes debates, no Ocidente, após o Renascimento, quando grandes pensadores como Descartes, Maquiavel, Kant e grandes iluministas e contratualista puderam publicar suas obras sem o terror da teocracia da Europa Medieval.

Na próxima Semana, faremos uma retrospectiva da Filosofia Grega Antiga.


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sexta-feira, 4 de dezembro de 2020

Quais foram os 7 Sábios da Grécia

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre os 7 Sábios da Grécia Antiga.



Historiadores, antropólogos, filósofos, pensadores e pesquisadores em geral consideram que o pensamento crítico ocidental, que pavimentou o terreno para o desenvolvimento da ciência contemporânea surgiu na Grécia, por volta do século VI ou VII a.C.

Nessa época, os jônios foram os primeiros, ao menos documentadamente a relativizar as explicações religiosas do mundo em que viviam e começaram a buscar explicações do mundo na própria natureza.

A partir deste grupo, liderado por Tales de Mileto, a filosofia ocidental passou a se desenvolver sem a intervenção do dogmatismo religioso.

Mas a secularização do pensamento possibilitou o surgimento de outros sábios que não eram apenas pensadores, mas atuavam em diversas funções e forma igualmente importantes para o desenvolvimento das ciências e da política, a partir de então.

Alguns desses sábio foram tão marcantes, na sua sociedade que as frases ditas por eles se tornaram ditados populares na Grécia. A diferença é que os autores destes ditados são conhecidos.

Foram tão importantes que algumas de suas máximas foram gravadas no templo de Delfos.

Diógenes Laércio teria agrupado algumas lendas sobre o surgimento de como foram agrupados estes sete homens. Uma das mais importantes e divulgadas conta que pescadores de Mileto encontraram uma trípode de ouro.

Após consultarem o oráculo de Delfos, este indicou que a trípode deveria ser dada ao homem mais sábio da Grécia. Então a trípode passou pelos 7 e todos disseram que não eram dignos de recebe-la, até que Sólon, que teria sido o último, ofereceu-a a Apolo, que era o deus mais sábio do panteão grego.

Costuma-se a considerar que 7 foram os grandes sábios da Grécia Antiga. Entretanto, nem sempre os mesmos sete foram considerados os maiores. Cerca de 22 homens chegaram a ser citados como estando entre os 7.

Tales de Mileto, Bias de Pirene, Sólon de Atenas e Pítaco de Mitilene forma os únicos que sempre estiveram no posto. Mas hoje, a maioria dos historiadores concorda que Cleóbulos de Lindos, Periandro de Corinto e Quílon de Lacedemonia também integram o grupo.

Vamos conhecer melhor um por um dos sete principais.

Tales de Mileto – Considerado o primeiro filósofo da Grécia, também foi matemático e astrônomo. Tinha a água como elemento primordial. Foi ele que explicou o fenômeno do eclipse solar.

Suas principais máximas foram: Conhece-te a ti mesmo. -  A certeza é precursora da ruína. -  A ignorância é incômoda. - Espera receber de teus filhos, quando fores velho, o mesmo tratamento que dispensaste a teus pais. - Evita as palavras que possam ferir os amigos. Evita enriquecer por vias desonestas. - Evita os adornos exteriores e procura os interiores. - Perto ou longe, importa lembrar os amigos. - Quem promete, falta. - Se és chefe, começa por saber dominar-te.

Sólon de Atenas – Poeta e jurista grego, foi um dos maiores legisladores da história.

Suas frases mais famosas são: Aconselha o que for justo, não o que aches agradável - Evita a mentira, confessando a verdade - Evita o prazer, se ele for causa de remorso - Guia-te pela razão - Honra pai e mãe - Mede as tuas palavras pelo silêncio e o silêncio pelas circunstâncias - Nada em excesso - Nunca digas tudo o que sabes - Procura ser honesto, porque a honestidade é melhor do que uma palavra honrada - Respeita os amigos - Quando souberes obedecer, saberás chefiar - Se exiges a honestidade dos outros, começa por ser honesto - Toma a peito as coisas importantes.

Bias de Priena – Como filósofo pregava o desapego aos bens materiais. Quando o lugar onde residia foi invadido pelos persas e os seus moradores obrigados a pegar os seus pertences ou o que possuíam de mais valor e saírem da cidade, ele disse: “Tudo o que tenho carrego comigo”, numa alusão ao fato de que tudo o que possuía de valor era a sua sabedoria.

Seus ditos foram: A maioria dos homens é perversa - Adolescente, sê activo; velho, sê sábio - Aprende a saber ouvir - Fala sempre com propósito - Não sejas nem mau, nem tolo - O cargo revela o homem - Persuade pelo bem, e nunca pela força - Reflete nos teus atos. - Sê cuidadoso na realização de um projeto e, uma vez iniciado, prossegue sem desfalecimento. - Vê-te num espelho.

Pítaco de Mitilene – General grego originário de Mitilene. Depois de destronar o governador de Mitilene, foi o seu administrador por dez anos. Quando lhe trouxeram o assassino de seu filho para ser punido, deu-lhe a liberdade e disse: “O perdão é melhor do que o castigo”.

Foi dito por ele: A ambição é insaciável - Ama a educação, a temperança, a prudência, a verdade, a fidelidade, a experiência, a gentileza, a companhia dos outros, a exatidão, os cuidados domésticos, a arte e a piedade. - Dá-te ao respeito - Não faças o que não gostares que te façam - Não reveles projetos para, se falhares, não seres motivo de troça - Sabe aproveitar a oportunidade  - Sábio é quem sabe discernir o futuro; o passado é passado, mas o porvir é incerto.

Quílon ou Chilon de Esparta - Foi fiscal da vida pública e da atuação dos reis, cargo conhecido como “éforo”. Era também oficial superior da antiga Esparta. Criador da educação militar dos jovens.

Suas afirmações mais importantes foram: Conhece-te a ti mesmo - Nada em excesso - Foge dos intriguistas - Não desejes o impossível - Não maldigas dos outros, para não ouvires críticas desagradáveis - Põe a razão antes da língua - Quando beberes, fala pouco para não cometeres indiscrições - Respeita os velhos.

Cleóbulo de Lindos – Poeta, compunha poemas líricos e enigmas em verso.

É autor de numerosos preceitos, tais como: A moderação é coisa ótima - A sabedoria é preferível à ignorância - Aconselha retamente os teus concidadãos - Casa com uma mulher da tua condição; se casares com uma rica, em vez de sogros arranjarás patrões - Considera inimigo público quem odiar o povo - Cuidado com a língua - Evita a violência - Evita acariciar a tua esposa em público; quem a desfruta em público procede mal, mas quem a acaricia, desperta paixões fúteis.

Periandro de Corinto - tinha a fama de déspota e sanguinário. Como administrador, um dos mais sábios e melhores do seu tempo.

Declarara que tudo deve ser estudado com cuidado.

Estes são os classificados como os sete sábios da Grécia Antiga.

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre As Grandes Celeumas da Filosofia Ocidental.


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sexta-feira, 27 de novembro de 2020

O Cinismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Cinismo.




Um homem maltrapilho está deitado na beira da estrada. Ele está descalço, com roupa suja e rasgada. Nada tem consigo a não ser a roupa que o veste.

A descrição não trata de um morador de rua contemporâneo e nem de um anarcopunk, da Grã-Bretanha de 1977.  O indivíduo descrito, além de esfarrapado é também um pedinte, mas igualmente educador.

Trata-se de um filósofo cínico, do período Helenista, na Grécia do século IV e III a.C., na Grécia. O Cinismo foi marcado pelo completo desprendimento de bens materiais e pela máxima de viver a virtude em harmonia com a natureza.

Esta corrente foi iniciada por Antístenes, que era discípulo de Sócrates. Para ele, como para seu mestre, não era o prazer, mas a virtude sim a finalidade da existência humana. Por isso, os cínicos não só se abstêm dos bens materiais, como os desprezam profundamente.

Este grupo de filósofos não se constituíram enquanto uma escola, mas era conhecido por suas práticas que envolviam a negação da moral social e o desprendimento material. Viviam pelas ruas pedindo esmolas, como mendigos, porém por opção própria.

Mas quem levou ao extremo o conceito de cinismo foi Diógenes de Sinope, seguidor de Antístenes.

A importância de Diógenes foi tamanha que, o moderno termo “Cínico” deriva da palavra grega “Kynicos”, um adjetivo derivado do substantivo “Kynon”, que quer dizer cão. Era com esta alcunha que seus contemporâneos se dirigiam e falavam de Diógenes.

Ele fora exilado de sua cidade natal e se estabeleceu em Atenas, onde conheceu e passou a seguir Antístenes.

Alguns historiadores afirmam que teria vivido dentro de um barril, como o personagem Chavez, de Roberto Bolaños.

Conta a lenda, que Alexandre, O Grande teria perguntado ao filósofo apelidado de “Cão” o que este poderia fazer por ele. Sem perda de tempo, Diógenes teria respondido: “Você está tirando o meu Sol”, dado que lhe fazia sombra, no momento. Apesar da zombaria dos soldados do Imperador, Alexandre teria dito: “Se não fosse Alexandre, gostaria de ser Diógenes”.

Os cínicos criticavam sobretudo a hipocrisia social. Acreditavam que a sociedade grega era permeada de mentiras e falsidades e defendiam uma vida na pobreza extrema, como forma de máxima virtude.

Defendiam a “Autarkeia” , que em grego significava Auto Suficiência e a apatia, como formas de se alcançar a virtude. Além disso, buscavam a harmonia e a coerência entre pensamento, discurso e ação. Também eram adeptos da liberdade sexual total.

O comportamento antissocial dos cínicos gerou muitas críticas aos seus adeptos desde a Grécia antiga. Eram imorais e desmedidos, assim como praticavam sexo em locais públicos. Afinal nem casa tinham para morar.

Os seguidores desta corrente se espalharam pelos territórios gregos durante a expansão romana. Alguns consideram que ela desapareceu. Outros que foi absorvida pelo cristianismo, em virtude da sua abnegação material, apesar do antagonismo, quanto à sexualidade.

As críticas a essas práticas já por volta do século XIX fizeram com que o termo cínico se tornasse mais conhecido pela forma pejorativa, com a qual é comumente empregada, hoje em dia.

Hoje, cínico é aquele fingido, sarcástico, irônico que se aproveita da ingenuidade alheia e é imoral. Algo que reflete em parte as práticas dos seguidores dessa escola, na Antiguidade Grega, mas também incorpora exatamente as características da sociedade a qual eles tanto criticaram com suas vidas.

Assim, concluímos a descrição das principais correntes filosóficas que predominaram no período Helenista.

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre os Sete Sábios da Grécia Antiga.


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Araújo Neto 27/11/2020


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Ceticismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Ceticismo

No dia 19 de novembro foi comemorado o dia mundial da filosofia.

Agora, vamos ao que interessa:

Com certeza você já ouviu alguma vez alguém dizer uma frase como “Fulano é cético”, ou “estou cético quanto a isso”. Cético é um termo filosófico que se incorporou ao linguajar do cotidiano.

Este vocábulo é oriundo do grego “Skepsis”, que significa investigação. Em geral, o cético era o filósofo que continua buscando a verdade e persiste na busca, mesmo que ainda não a tenha encontrado.

De acordo com o filósofo grego conhecido como Sexto Empírico Pirro de Élis é o verdadeiro e autêntico filósofo cético. Entretanto, a tradição dos estudos acerca do termo considera a existência de diversas escolas que podem ser consideradas céticas.





De acordo com Danilo Marcondes, a tradição cética pode ser dividida em quatro grandes conjuntos:

O proto-ceticismo que seria a fase inicial e teria iniciado já com os Pré-Socráticos. É claro que, para se criar o pensamento crítico e iniciar a filosofia foi preciso que desde Tales uma boa dose de ceticismo teve de ser incorporada pelos primeiros pensadores. Era preciso continuar buscando a verdade para além dos dogmas religiosos daquele tempo.

O próprio Sócrates tem entre suas características mais comumente apresentadas o ceticismo, já que não aceitava inerte as verdades outorgadas a ele pela sociedade, assim como continuava a busca-la, afirmando saber apenas que nada sabe.

Além dele, boa parte dos sofistas poderiam ser incluídos nessa linha de pensamento, uma vez que acreditavam que a verdade, embora pudesse existir, talvez não fosse encontrável, pelo ser humano. Alguns, continuavam a busca.

O segundo conjunto seria capitaneado por Pirro de Élis, que viveu entre 360 e 270 a.C. Seu pensamento ficou conhecido através dos escritos do seu discípulo Tímon de Flios.

Para Pirro, a filosofia não é uma doutrina, uma teoria ou um sistema de saber e sim uma prática, um modo de viver.

Segundo Tímon, Pirro teria apontado resposta a três questões fundamentais:

1 - A Natureza das coisas: Nem a razão e nem os sentidos nos permitem conhecer as coisas tais quais elas realmente são.

2 - Como não conhecemos a natureza das coisas devemos evitar assumir posições em relação a isso.

3 - A consequência disso é manter o distanciamento, que nos leva à tranquilidade.

O terceiro grupo de céticos se refere, segundo Marcondes aos filósofos acadêmicos. Corresponderia, assim à fase cética da Academia fundada por Platão, iniciado por Arcesilau.

Essa tendência se destacou pela contraposição à filosofia estóica, muito popular no período helenista. Essa celeuma se deu em função do critério de verdade, que serve de base para a epistemologia da escola de Zenão.

Para os céticos, há dúvida sobre a possibilidade de se adotar um critério de verdade imune ao questionamento.

Por fim, o quarto grupo seria o pirronismo, ou ceticismo pirrônico, de onde se origina o pensamento de Sexto Empírico.

A grande característica do ceticismo é o que pode ser chamado de equipolência, em relação aos dogmas. Uma vez que várias escolas doutrinárias se apresentam com detentoras da verdade e os critérios por elas apresentadas dependem das teorias que elas próprias defendem, cabe ao cético se manter igualmente afastado de todas elas.

Daí surge a expressão “Juízo Suspenso”, que significa que não há como se determinar qual das várias verdades é mais válida e, portanto é melhor continuar buscando e assim alcançar a tranquilidade.

Essa suspensão de juízo, em grego era chamada de “Époche” e seria de origem estóica. Segundo o próprio Zenão de Cítio já teria usado o termo para afirmar que o sábio verdadeiro deveria suspender o juízo daquilo que a razão não pode apreender.

Com a cristianização do Império Romano, o ceticismo, como muitas doutrinas filosóficas consideradas pagãs acabaram sendo suprimidas. Ainda assim influenciaram teólogos e pensadores cristãos, como Eusébio, Lactâncio e Santo Agostinho.

Enfim, o Ceticismo é uma doutrina filosófica que se determina a examinar cética e criteriosamente dos sistemas dogmáticos que se apresentam como verdades.

Isso é algo que tem sido cada vez mais incomum, no mundo atual, dominado por tiranos intelectuais que impõe suas verdades, geralmente aceitas pela maioria que não se dá tempo para pensar a respeito e aceita o interesse como se fosse a verdade.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Cinismo.



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Epicurismo

O que é o prazer? Como ele pode fazer-nos elevar a consciência e a virtude? Parece loucura ou contradição, mas existiu uma escola filosófica que, de fato propôs essa linah de pensamento. 

Passeando pelos jardins de Atenas em 306 a.C. alguém poderia assistir à palestra de um filósofo local que ensinava que o prazer era algo natural e deveria ser buscado de forma moderada para se alcançar a felicidade.

Ao ouvir tal apresentação muitos poderiam e puderam pensar se tratar de uma eloquente defesa hedonista do prazer acima de tudo. 

Bem, se esse filósofo em questão se chama Epicuro de Samos, percebemos que se trata de um completo exagero.


Para Epicuro esta vida que temos é única e é nela que temos que buscar a elevação e dela se aproveitar. Após a morte, nada poderemos fazer, segundo sua doutrina. 

O epicurismo foi originado por seu prógono Epicuro, em Atenas. Ele se reunia com seus discípulos em um jardim. E foi com o nome de Jardim (Keps, em grego) que esta escola ficou conhecida, em seu tempo.

O epicurismo é conhecido por muitos como “a filosofia do prazer”, No entanto,  na verdade se assemelha bastante ao estoicismo, por sugerir a busca da moderação e da tranquilidade como forma de se alcançar  estados de espíritos mais elevados: a ataraxia e a aponia.

A primeira seria um estado de tranquilidade considerado pela escola como o bem supremo e que seria conseguido através da busca moderada pelos prazeres.

Já o segundo conceito, chamado de Aponia consistiria em um estágio físico e psicológico no qual o indivíduo se afastaria das dores corporais, ao mesmo tempo em que se libertaria do medo. Essa liberdade seria alcançada pelo conhecimento do mundo e da natureza.

Ao unir os dois estados, aponia e ataraxia, o ser humano seria capaz de alcançar a plena felicidade. Epicuro afirmava que para ser feliz, o ser-humano precisa buscar o equilíbrio entre os medos e prazeres, de forma que o estágio de tranquilidade e felicidade seja contínuo e duradouro.

Nesse sentido, o prazer para o homem seria a prática da virtude, afastando-se das paixões e dos temores mundanos, carnais, buscando o equilíbrio e a moderação.

Os filósofos epicuristas valorizavam antes de tudo a experiência imediata, como forma de se acessar e adquirir o conhecimento. Por meio de uma pré-noção, que seria proporcionada pelos elementos percebidos pelos sentidos nessa experiência, seria possível adquirir conhecimentos posteriores. O conhecimento verdadeiro seria assim adquirido através da repetição das sensações. 

A principal obra de Epicuro foi seu tratado “Da natureza”. Nessa obra é retomada a teoria atomista. A partir de então, esta escola se notabilizou como defensora da física materialista e do mobilismo.

Epicuro não acreditava em vida após a morte. Para ele, o homem não é filho de deus algum. Sua existência é dada ao acaso. Dizia que a alma é apenas um conjunto de átomos, que se desintegra após o falecimento.

Por isso mesmo, as pessoas devem buscar a melhor vida possível, para que dentro da sua filosofia a moderação se alcançar o prazer virtuoso, ou seja, a virtude.

Dentre os epicuristas mais importantes do Período Helenista podemos destacar Filomeno de Gadara e Tito Lucrécio Caro.

Epicuro buscou conhecimento em mais de um mestre. A sua filosofia nasce em um período de crise social, na Grécia, quando o Império Alexandrino avança pela costa do Mediterrâneo.

Como buscava o recolhimento e a serenidade, fundou o seu “Jardim” em um local mais isolado, longe dos grandes centros, até para se afastar das polêmicas sofistas, de sua época, que ainda estavam muito em voga. 

Embora tenha permanecido ativa por cerca de 7 séculos, a fama de Epicuro e seus seguidores só ganhou o mundo mesmo no período renascentista.

Pensadores daquele período buscaram no epicurismo uma alternativa ao aristotelismo que predominou na Europa, até o final da Idade Média.

Na próxima semana falaremos do Ceticismo! 

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sexta-feira, 6 de novembro de 2020

Estoicismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Estoicismo







A ilha do Chipre é famosa por suas belas praias. Situado no Mar Mediterrâneo, a ilha pertence ao continente asiático, geograficamente. Porém suas ligações mais estreitas são com a Europa, inclusive fazendo parte da União Europeia.

Essas ligações advêm das tradições da maior parte do seu povo, que pertence à comunidade greco-cipriota, ou seja, de gregos que habitam o Chipre. E essa ocupação vem de longa data.

Por volta do ano 333 a.C., os fenícios ocupavam a ilha. Onde hoje está localizado o distrito cipriota de Lárnaca, existia uma cidade de nome Cítio.

Os fenícios eram exímios navegadores e, com seus barcos viajaram até os confins da Terra. Eram também conhecidos por serem habilidosos mercadores. Um desses mercadores chamava-se Zenão.

Além de xará do filósofo de Eleia, o Zenão de Cítio também ficou historicamente famoso por criar uma linha filosófica própria. Esta é conhecida como Estoicismo.

Segundo os relatos dos historiadores, como Diógenes Laércio, Zenão foi um comerciante de sucesso, além de um nobre filósofo. Teria sido também uma pessoa considerada séria e reservada e, até certo modo ele era visto como sombrio e obscuro.

Por volta do ano 300 a.C. fundou a sua escola. Antes, porém ele teria frequentado a Academia, de Platão. E de lá ele partiu par criar a sua própria doutrina filosófica. Mas teriam sido seus discípulos Cleantes e Crisipo, que desenvolveram o estoicismo, após Zenão.

A doutrina estóica propõe uma divisão da filosofia em três partes: a Física, a Lógica e a Ética. Os estóicos comparam esta divisão às partes que compõem a árvore. A física seria a raiz, enquanto a lógica seria o tronco e a ética os frutos.

Deste modo, criam que a ética seria a parte mais importante da filosofia, pois são os frutos que colhemos dela.

O estoicismo tem uma visão fisiocrática e considera o homem como um microcosmo dentro do macrocosmo. Dessa forma, para se alcançar a conduta ética, as ações do indivíduo devem estar de acordo com os princípios naturais, em harmonia com todo o cosmo. Agir bem seria então agir de acordo com a natureza.

Para tal, os estóicos consideram haver três virtudes básicas: A inteligência, que consiste no conhecimento do bem e do mal; A coragem, ou conhecimento do que temer e o que não temer e a justiça, que é a sabedoria em dar a cada um o que lhe é devido.

Como Zenão, fundador da escola fora influenciado pelos filósofos cínicos, defendia uma vida de virtudes, em sintonia com a natureza e a plena liberdade. A doutrina do filósofo afirmava também que nenhum homem era escravo por natureza.



E é a harmonia com a natureza que o estoicismo crê que seja o sentido da vida.

Esta crença, levada ao extremo torna-se deveras determinista, fatalista e apática. Tanto, que os estóicos defendem que para atingir a plenitude da felicidade, é preciso se afastar das paixões terrenas, das contrariedades e do desassossego.

E isto seria conseguido através da prática da apatia, da ataraxia, uma postura impassível, do indivíduo que nada espera e nada teme, se abandonando ao destino.

A felicidade é na verdade a tranquilidade, a ausência de preocupações que é alcançada pelo autocontrole, da austeridade e da aceitação do curso dos acontecimentos.

Este estágio seria dificílimo de se alcançar, só conseguido pelo verdadeiro sábio. Porém deveria ser busca constantemente.

Apesar de ter muitos pontos em comum com o epicurismo, o estoicismo diverge da filosofia de Epicuro pois esta considera que o prazer constitui o bem supremo, enquanto aquela considera a virtude como o maior dos bens.

Zenão de Cítio, fundador da escola defendia a busca pela paz de espírito e a lógica era, para ele uma forma eficiente de se evitar o engano e chegar-se à verdade. Assim, afirmava que a virtude só pode existir dentro da esfera da razão.

No século I a cúpula do estoicismo se descola para Roma, capital do então Império Romano que dominava toda a costa do Mediterrâneo. A partir daí cunhou-se os termos “novo estoicismo” ou “estoicismo imperial” para se referir às inovações associadas à doutrina.

Na versão latina, o estoicismo da ênfase à filosofia prática e humanística que valoriza a indiferença e o autocontrole.

Um dos grandes nomes desse período é Marco Aurélio, que foi imperador romano entre 161 e 180. Outro pensador associado à escola, neste período é Epitecto.

Despois deste período, tanto Roma quanto a Grécia acabam sendo dominados pela tendência eclética e o estoicismo vai se misturando às outras escolas, sendo muitas vezes associado ao neo platonismo. Também teve grande influência no desenvolvimento do cristianismo, na região, pois valorizava o autocontrole, a submissão e a austeridade, além de ser fortemente determinista

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre o Epicurismo.

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sexta-feira, 30 de outubro de 2020

Pitágoras e o Neo Pitagorismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre Pitágoras e o Neo Pitagorismo

Agora, vamos ao que interessa:



“A soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa”! Quem concluiu o ensino médio certamente já ouviu essa expressão.  Ela representa a relação entre os lados de um triângulo retângulo, ou seja, o triângulo que tem um ângulo interno reto, de 90º.

A hipotenusa é o maior lado do triângulo, enquanto temos os catetos adjacente, aquele que está junto ao ângulo de referência e oposto.

Para provar que o triângulo é verdadeiramente retângulo, suas proporções devem obedecer ao teorema e apresentar a fórmula: a²=b²+c², onde “a” é a hipotenusa enquanto “b” e “c” são os catetos.

O mais famoso triângulo reto é formado pelos números 3, 4 e 5. Nota-se a sua simplicidade aritmética.

Esta fórmula é universalmente conhecida como o “Teorema de Pitágoras”. Este teorema foi base para a geometria desenvolvida na antiga Grécia e que foi fundamental para o desenvolvimento da arquitetura e da engenharia que hoje se apresentam tão evoluídas.

Pitágoras era um pensador, filósofo, matemático e geômetra originário da ilha de Samos, na Grécia. É considerado um filósofo Pré-Socrático fundador da Escola Pitagórica.

Pouco se sabe sobre a vida do filósofo, dado que a maior parte do que chegou até nós sobre ele foi escrita bem após a sua morte. Porém é conhecido que fora aluno da alta profetisa do templo de Delfos Temistocléia, que era também filósofa e matemática.

Talvez esta tenha sido a maior influência para a concepção pitagórica, que não se limitava ao pensamento e à matemática, mas era uma escola iniciática semireligiosa.

Apesar de nascido em Samos, na Jônia e ser considerado como um pensador Jônico, Pitágoras fundou sua escola de fato em Crotona, na Itália, para onde migrou por volta do ano 530 a.C., sendo assim um representante da passagem do pensamento jônico para a escola italiana.  

Antes ele viajara pela Grécia e pelo Egito, o que faz com que muitos estudiosos e intérpretes acreditem que o matemático tenha sido influenciado pelo pensamento egípcio, no qual a matemática já era muito presente.

Como parte do movimento pré-socrático, o pensamento pitagórico considera a existência de um elemento primordial. Obviamente, este elemento não poderia ser outro, senão o número.

Essa concepção reflete-se no Tetractys, o “grupo dos quatro”, que consiste nos quatro primeiros algarismos (1,2,3,4) que somados formam o número dez (10) e podem ser dispostos formando um triângulo perfeito. Assim simbolizariam a relação perfeita.

Mas além do número e das proporções esta escola também defende a existência da imortalidade e da transmigração da alma.

O Pitagorismo representa uma longa tradição na Antiguidade.  Existiu por volta de dez séculos na antiga Grécia e persistiu no período Helenista através dos Neopitagóricos.

Os pitagóricos foram tão importantes para o desenvolvimento da matemática, que o próprio termo teria surgido a partir deles. Mathematikós, em grego antigo.

Na concepção destes pensadores, a matemática seria um sistema de pensamento feito em bases dedutíveis, ou mais poeticamente, o alfabeto no qual os deuses teriam usado para escrever o Universo.

Para eles, o número é a essência de todas as coisas, ao ponto que Filolau, um conhecido pitagórico chegou a afirmar que “Todas as coisas que podemos conhecer contêm números”.

A harmonia era considerada um conceito fundamental, pela escola. Dessa forma, ela também influenciou o desenvolvimento da música, desde aquele tempo.  Assim, a teoria musical fora incluída, na Antiguidade como uma disciplina matemática.

Esta concepção representa a busca por uma harmonia cósmica na qual todas as coisas se encontram de certa forma relacionadas e equilibradas.

Quando Pitágoras iniciou sua escola, os tiranos da antiga Grécia incentivavam e estimulavam o surgimento e crescimento de cultos religiosos, para garantir a continuidade de seu poder. Talvez esta tenha sido a principal influência para o misticismo associado a sua escola.

Criam seus discípulos, tal qual o professor, na teoria conhecida como Harmonia das Esferas. Esta afirma que, no universo, estrelas e planetas se movem de ac ordo com equações matemáticas que corresponderiam a notas musicais e isto era coordenado pelos deuses.

Na prática da escola, os alunos eram obrigados a fazer um voto, pelo qual se comprometiam a observar a prática religiosa e de ascese, que consiste na busca do desenvolvimento espiritual, abrindo mão de prazeres mundanos.

Assim, eles também viviam como em mosteiros e todos os bens eram comuns a todos os membros, de acordo com a frase atribuída ao fundador da escola: “Todas as coisas em comum, entre amigos”!

Outro voto era solicitado aos membros da escola: o silêncio. Os discípulos eram orientados a fazer o voto para não revelar os símbolos, como eram chamados os ensinamentos de Pitágoras, aos não-alunos.

Acredita-se, que eram também defensores do vegetarianismo e que o próprio fundador da escola seria um crítico da crueldade para com animais e, por isso, não os teriam como parte de sua alimentação.

Por fim, Pitágoras influenciou não só uma legião de filósofos, pensadores e matemáticos gregos, como foi fundamental para o desenvolvimento de grandes nomes da filosofia como Aristóteles e Platão, assim como foi citado por nomes como Copérnico, Dante Alighieri, Mozart, Jonh Dee, Einstein, Shakespeare entre outros.

Sua sociedade serviu de modelo para a constituição da sociedade maçon e a Rosa-Cruz usa seu símbolo.

Enfim, Pitágoras e seus seguidores foram fundamentais para o desenvolvimento das ciências e das artes que chegaram até os nossos dias.

Se hoje temos gigantes arranha-céus devemos agradecer a matemáticos e pensadores como Pitágoras e seus seguidores, que se dedicaram ao estudo dos números e puderam desenvolver tanto a geometria, a física, a matemática, a engenharia e a arquitetura.



Na próxima semana, falaremos um pouco sobre o Estoicismo.

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sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Liceu e o Aristotelismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Liceu e o Aristotelismo.

Agora, vamos ao que interessa:

Depois de deixar a Academia de Platão, Aristóteles criou sua própria escola, ao qual chamou de Liceu. Seu círculo filosófico ficou conhecido como Escola peripatética, porque o filósofo costumava ensinar ao ar livre, muitas vezes caminhando.

O Liceu ganhou este nome porque suas atividades se iniciaram em um bosque, em Atenas consagrado a Apolo Lykeios, uma manifestação do deus Apolo.

O termo Lykeios se refere a iluminação, ao fato de Apolo ser o deus do Sol, inclusive. Esta característica pode ter sido a referência para o nome, considerando o Liceu como um lugar onde se iluminaria as mentes.

A visão filosófica de Aristóteles é caracterizada pelo esforço em captar a realidade de modo unitário .Assim  ele busca restituir as causas últimas de tudo aquilo que é mutável e contingente a um princípio único transcendente.

Com tal propósito, Aristóteles postula quatro causas fundamentais: a matéria e a forma (para explicar a estrutura intrínseca das realidade corpóreas), o agente e a finalidade (para explicar a origem das coisas e seu dinamismo).

Vale-se desses princípios para resolver todos os grande problemas:

Problema cosmológico: composição hilemórfica de todas as coisas, ou seja, todas elas são constituídas de matéria e forma, as quais se encontram na relação de potência e ato; teologia: o dinamismo das coisas e o seu devir são provocados pelo primeiro Motor Imóvel, o que é seu fim último.

Problema antropológico: o homem não é apenas alma, como afirmava Platão, mas é o resultado da união substancial de alma e corpo, a primeira concebida como forma e o segundo como matéria; entretanto, a alma compreende um elemento espiritual, divino e imortal.

O Liceu de Aristóteles tinha cursos regulares, de manhã e à tarde.

Pela manhã, os discursos do filósofo eram esotéricos, isto é, direcionados a um público interno, mais restrito, com maiores e mais avançados conhecimentos sobre lógicafísicametafísica.

 


Os discursos da tarde (chamados exotéricos) destinavam-se ao público em geral e diziam respeito a temas mais acessíveis, como retóricapolíticaliteratura.

Na atualidade, em alguns países, o termo "liceu" designa um estabelecimento do ensino secundário.

Havia muitas semelhanças entre a Universidade de Aristóteles com a de Platão. O que mais as diferenciavam eram os estudos das ciências naturais. Aristóteles desenvolveu a lógica para servir de ferramenta ao raciocínio, visando à elaboração de uma visão científica da realidade.

Assim, como na Academia de Platão, na Escola de Aristóteles a Filosofia era uma atividade especificamente oral. Mas, quanto ao bem maior para os homens, Aristóteles acreditava que o homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar suas capacidades e possibilidades para uma vida boa e digna.

O liceu sempre teve uma orientação empírica, em oposição à Academia platônica, muito mais especulativa.

O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi Estratão de Lâmpsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofia de Aristóteles e adotou uma forma de deísmo.

Outros membros destacados da escola Peripatética foram:

Aristóxeno de Tarento;

Sátiro, o Peripatético;

Eudemo de Rodes;

Andrônico de Rodes;

Critolau;

Alexandre de Afrodísias;

Temístio.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Pitagorismo.


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sábado, 17 de outubro de 2020

Academia, Platonismo e Neoplatonismo (História)

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um Academia Platônica, o Platonismo e o Neoplatonismo.



Platão foi um dos filósofos mais influentes de todos os tempos. Através de seus escritos e de outros atribuídos a ele conhecemos as ideias de Sócrates e a lenda da Atlântida, por exemplo, além de ter apresentado suas próprias ideias sobre a concepção do mundo e da ciência.

Mas Platão não simplesmente expressou suas ideias aleatoriamente. Ele buscou criar uma comunidade de pensamento. Seu sucesso foi tão grande que criou a sua própria escola: a Academia.

Esta teve continuidade pela Antiguidade e manteve a doutrina de Platão pulsante por muito tempo, promovendo o surgimento de outros pensadores importantes, como Aristóteles, por exemplo.

O filósofo grego teria criado a sua Academia aproximadamente em 384/383 a.C. nos jardins localizados no subúrbio de Atenas.

Durante muito tempo, considerou-se a criação da Academia fora para ser uma associação religiosa consagrada às Musas, dado que as leis do Estado ateniense não contemplavam a possibilidade de um estabelecimento semelhante ao que Platão queria construir, assim o filósofo escolhe a única forma de abrir juridicamente e legalmente seu espaço: fez reconhecer sua Academia como comunidade consagrada ao culto das Musas de Apolo.





A escola começou com encontros informais entre Platão, Teeteto, Arquitas de Tarento, Leodamas de Tasos e Neóclides. Mais tarde Espeusípo, que sucedeu Platão na direção da casa, se uniu a eles.

Embora não fosse aberta ao público em geral, a Academia não cobra mensalidades ou similares a seus alunos.

Pelo menos durante o tempo de Platão, a escola não tinha qualquer doutrina especial para ensinar, em vez disso, Platão (e provavelmente outros associados dele) passavam problemas a serem estudados e resolvidos pelos outros Há evidências das aulas dadas, principalmente a palestra de Platão "Do Bem", mas, provavelmente, o uso de dialética era mais comum.

Alguns historiadores dizem que cerca de 700 anos após a fundação da escola, acima da entrada para a Academia estava inscrita a frase "Que ninguém exceto os geómetras entrem aqui".

A Academia ficou destruída, durante a Guerra Mitridática. Embora a destruição tenha sido irremediável, as atividades que ela desempenhara voltaram em outro lugar.

Filósofos continuaram a ensinar platonismo em Atenas durante a Era Romana, mas foi somente ao início do século V que uma Academia renovada foi estabelecida por alguns líderes neoplatônicos. As origens dos ensinamentos neoplatônicos em Atenas é incerta, mas quando Proclo chegou a Atenas no início dos anos 430, ele encontrou Plutarco de Atenas e seu colega Siriano ensinando naquela Academia.

Os Neoplatônicos em Atenas se autodenominavam "sucessores" ("diádocos", mas de Platão) e apresentavam-se como sendo a tradição ininterrupta desde Platão, mas não há nenhuma continuidade entre estes e a Academia original, seja geográfica, institucional, econômica ou pessoal.

A escola parece ter sido uma fundação privada, conduzida em uma casa grande com Proclo eventualmente havendo-a herdado de Plutarco e Siriano.

Os líderes da Academia Neoplatônica foram Plutarco de Atenas, Siriano, Proclo, MarinoIsidoro e, finalmente, Damáscio. A Academia Neoplatônica atingiu seu ápice sob a liderança de Proclo (que morreu em 485).

O platonismo viria também a influenciar a escolástica medieval e o pensamento monástico de boa parte da Idade Média.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Liceu e o Aristotelismo.


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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

O que é Helenismo

 

O Período Helenista

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o Período Helenista, época na qual a cultura grega foi difundida pelos países à margem do Mar Mediterrâneo.



O período helenístico é o período da história da Grécia e de parte do Oriente Médio que começa com a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e culmina com a anexação da Península Grega e as ilhas gregas por Roma em 146 a.C.

O termo “helenismo” foi originalmente publicado na obra do historiador alemão J.G. Droysen como Hellenismus, em escritos de 1836 a 1843.

Essa difusão era parte do projeto do próprio Alexandre, o Grande. Seu império teria sido a grande tentativa de hegemonia militar, cultural e linguística, da região, até então, sendo suplantada somente com a expansão do Império Romano, para o Oriente.

Na filosofia, talvez o período seja mais extenso do que na história, pois a influência grega foi muito grande na Europa romanizada até a Idade Média, quando a filosofia medieval foi iniciada por Santo Agostinho.

Essa influência pôde ser vista tanto pelo fato de que os filósofos do período já românico mantinham a escrita em grego, como Plotino, assim como mesmo a filosofia escrita em latim, desenvolvida em Roma era desenvolvida a partir das escolas gregas já tradicionais.

O helenismo marcou o surgimento de um novo período, na filosofia: a filosofia helenística, cujo início é, tradicionalmente, associado à morte de Alexandre, em 323 a.C., prolongando-se até o surgimento de Plotino, no século III da nossa era.

Este período é importante por se tratar de uma transição entre a Filosofia Antiga e Clássica e a Filosofia Medieval. É neste período em que a cultura greco-romana se encontra com a cultura judaico-cristã e a Antiguidade clássica vai dando lugar à Idade Média.

As principais vertentes que se destacaram neste período foram:

A Academia Platônica e o posterior NeoPlatonismo, com Plotino!

A Escola Peripatética, o Liceu e o Aristotelismo!

O NeoPitagorismo!

O Estoicismo, com Zenão de Cítio!

O Epicurismo!

O Ceticismo!

O Cinismo!

Vamos falar de cada corrente em separado, nas próximas semanas.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre a Academia Platônica, o Platonismo e o NeoPlatonismo, na história da Filosofia.


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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Aristóteles: Principais Obras e ideias

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o filósofo Aristóteles, um dos mais influentes de todos os tempos.



O Corpus Aristotelicum, que nada mais é do que o conjunto de obras de Aristóteles foi fundamental para a difusão e o desenvolvimento da filosofia grega e da ciência, na Antiguidade.

A filosofia aristotélica constitui-se de uma visão integrada do saber que é subdividido em áreas específicas.

Em sua filosofia altamente sistemática, Aristóteles divide o conhecimento em três parte: o Teórico, o Prático e o Produtivo.

O Saber Teórico é dividido em:

Ciência Geral, ou como o filósofo o chamou de Filosofia Primeira, depois de Metafísica e, por fim de Ontologia é a ciência do Ser.  Este é uma abstração e concentra as características genéricas da realidade. Na Ciência Geral, inclui também a teologia, a matemática e os números.

Especialistas consideram que a metafísica pode ser dividida em quatro sentidos. A Arqueologia ou Etiologia que busca as causas e os primeiros princípios; A Ontologia, que trata da discussão do Ser; O conceito de Substância, que é a base do ser; e a Teologia, que seria a ciência do Ser Perfeito.

O Saber Teórico também abarca a Ciência Natural, que se divide em Física e Astronomia; Ciências da Vida ou Biológicas; e a Psicologia, o estudo do Ser vivo, sensível e inteligente.

Já a segunda parte do sistema é o Saber Prático, que trata da Ética e da Política. A função do Saber prático é criar normas e critérios para uma ação correta e eficaz. Aristóteles estuda a Ética a Virtude, a excelência, que tema função de nos levar a alcançar o grau mais elevado do bem e a felicidade, que consiste na atividade da alma humana.

Para ele, a Virtude está na justa medida entre a falta e o excesso. A excelência seria assim agir de forma moderada e prudente, sem ter mais ou menos do que é preciso para se agir. Como exemplo, citou a coragem, que não é nem a ausência de medo (temeridade) nem o seu excesso (covardia), mas sim um exato ponto de equilíbrio entre ambos.

Por fim Aristóteles trata do Saber Produtivo, que abrange os estudos da estética, das artes produtivas e criativas.

Aristóteles abordou também o tema da Lógica, que não fez parte da divisão inicial, proposta por ele. Segundo o filósofo, a Lógica seria um saber instrumental, usado como método e não como uma ciência específica, uma vez que essa metodologia (a Lógica) seria usada em todas as ciências para se buscar o entendimento.

Em suma, Aristóteles valoriza o Saber Empírico (obtido pela observação) e a Ciência Natural, assim como questões metodológicas, como a Lógica. Por fim também defendia que a felicidade é o bem mais desejado pelo homem e é a finalidade de todas as ações humanas.



Algumas das principais obras de Aristóteles são:

"Sobre a Interpretação", 

"Categorias", 

"Analíticos", 

"Tópicos", 

"Elencos Sofísticos", 

"Metafísica", "Sobre o Céu", 

"Sobre os Meteoros", "Lições de Física" ,

 "Ética a Nicômano", 

"Ética a Eudemo",

 "Política",

 "Constituição Ateniense", 

"Retórica" e 

"Poética".

Algumas de suas frases mais famosas foram:

"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."

"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."

"Nosso caráter é o resultado da nossa conduta."

"Valor final da vida depende mais da consciência e do poder de contemplação, que da mera sobrevivência."

“O homem é, por natureza, um animal político.”

“O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito na medida em que avança.”

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Período Helenista, na história da Filosofia.



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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Aristóteles: Quem foi e como era a sua filosofia?

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o filósofo Aristóteles, um dos mais influentes de todos os tempos.





Nascido em Estágira (hoje Stravó), na Macedônia e filho de um médico da corte do rei Amintas II, Aristóteles se transferiu para Atenas aos 18 anos, para estudar e se tornou membro da Academia de Platão, de que acabou sendo discípulo por cerca de 19 anos.

Certa vez, Platão teria dito: "Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos estudantes e o cérebro de Aristóteles”

Porém, com a morte do mestre, Aristóteles rompeu com o pensamento de Platão, especialmente com a Teoria das Ideias e desenvolveu um amplo e complexo sistema filosófico, que o levou a se tornar um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.

Em 335 a.C., ele fundou a sua escola, chamada de Liceu. Aristóteles ministrava suas aulas caminhando com seus discípulos, dando origem à escola peripatética (Peripatos significa caminho).

O grande filósofo acabou por redefinir o que é a filosofia, em seu sentido amplo, através da criação de um sistema filosófico próprio, partindo da crítica tanto dos filósofos Pré-Socráticos, quanto do seu mestre Platão.

Seus escritos abrangem diversos assuntos como: a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia, a linguística, a economia e a zoologia.

Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedônia, que viria a ser conhecido como Alexandre O Grande (Ou Alexandre Magno), de quem foi conselheiro.

Segundo muitos estudiosos, Aristóteles iniciou o período Sistemático, na filosofia, substituindo o período Antropológico (Socrático) que existiu depois do período Cosmológico (Pré-Socrático).

A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do Estado (Política).

O principal ponto da crítica de Aristóteles a Platão se concentra na rejeição do dualismo representado pela teoria das ideias, conforme apresentou em seu escrito “Metafísica”.

O Ser

Aristóteles parte do princípio que existe uma substância individual, considerado o indivíduo material concreto.

Os indivíduos, por sua vez são constituídos por matéria e forma, sendo a primeira o princípio da individuação e a segunda a forma como a matéria se organiza em cada indivíduo.

Encontramos ainda, em Metafísica, três definições adicionais que resultam na elaboração da teoria aristotélica.

1 – Essência e acidente.

Essência é aquilo que faz a coisa ser o que ela é, enquanto os acidentes são as características variáveis que apresentam mudanças, sem que a coisa perca as características essenciais que a define enquanto o que ela é.

Por exemplo: Uma flor é constituída essencialmente por caule, pétalas, folhas e pólen, mas se uma flor tem 4 pétalas e outra tem 3, o que é chamado de acidente.

2 – Necessidade e contingência

Necessário é aquilo que é como é e não pode deixar de ser dessa forma, enquanto contingência seriam as características específicas de alguma coisa, que não lhe tiram a essência.

Estas definições têm relação direta aos conceitos de Essência e Acidente.

Por exemplo:  Um satélite é necessariamente um corpo celeste que orbita um planeta. Seu tamanho, cor e constituição são contingenciais.

3 – Ato e Potência

Uma coisa pode ser uma ou múltipla. Trata da capacidade de transformação natural das coisas.

Por exemplo: uma semente é, em ato semente, mas contém, em potência a árvore. Assim como a árvore é árvore em ato e lenha em potência.

Aristóteles trata também da questão da causalidade e introduz a Teoria das Quatro Causas:

1 – Causa Formal: Trata-se da forma ou modelo, que faz com que a coisa seja o que é. É a resposta da questão: O que é x:

2 - Causa material: É o elemento constituinte da coisa, a matéria e que é feita. Responde à questão: de que é feito x?

3 – Causa eficiente: Consiste na fonte primária da mudança, o agente da transformação da coisa. Responde à questão: por que x é x?, ou o que fez com que x viesse a ser x?

4 – Causa Final: Trata-se do objetivo, da finalidade da coisa. Responde à questão: para que x?

Na visão de Aristóteles tudo tem uma finalidade. O filósofo é extremamente teológico.

Em Metafísica ele aborda a questão de Deus, com sendo o motor do universo, a causa primeira de todas as coisas. Assim, Deus é o investigador de todo o pensamento, primeiro e último Motor do Mundo.

Deus não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser escravo de amo algum.

No próximo vídeo, falaremos um pouco mais sobre Aristóteles, seu sistema e a finalidade da existência humana, segundo ele.



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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Como Platão influenciou a filosofia ocidental

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o filósofo Platão, um dos mais influentes de todos os tempos.

Na última semana falamos um pouco sobre Platão, um dos pilares da filosofia ocidental. 



Todas as obras de Platão que eram conhecidas na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o Bem, a partir da qual houve um pós-escrito de Aristóteles, que se encontra perdido.

Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas; apesar disso, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuídas a Platão), mesmo com sua falsidade sendo reconhecida ainda nos tempos antigos.

Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou das quais ele foi tomado como autor. Dentre elas, as mais importantes são provavelmente a “ República” e a “Apologia de Sócrates”. Também podemos considerar “Crítias, ou a Atlântida” como muito referenciada na contemporaneidade.

Para o pensador grego, a filosofia não deveria se bastar apenas pelo seu caráter reflexivo, mas deveria buscar a ação para transformar o mundo. E essa ideia não ficou no discurso.

Platão fundou em 387 a.C. a Academia, que seria sua escola de pensamento. A academia platônica assemelhava-se a uma congregação religiosa, consagrada a Apolo e às musas.

Platão afirmava a existência de uma verdade suprema: as ideias das formas ideais, eternas, imutáveis e incorruptíveis, das quais se origina o mundo sensível, tal como o percebemos, e que é sujeito ao devir, à corrupção e à morte.

Com esse projeto filósofo influenciou o surgimento de uma importante corrente de pensamento, o Platonismo. Este consiste na afirmação da existência de objetos abstratos, que se assevera existirem em um terceiro reino distinto tanto do mundo externo sensível quanto do mundo interno da consciência.

A filosofia plantonista consiste na ideia de abstração e se utiliza da dialética para buscar o conhecimento.

Essa doutrina vai influenciar também o surgimento da escolástica, um método de aprendizado e pensamento crítico ocidental que teve origem nas escolas monásticas cristãs e fora muito utilizado nos idos do ensinamento católico, durante boa parte da Idade Média.

O método consiste na busca da conciliação da Fé Cristã com o Pensamento Racional e a Filosofia Grega, considerado um método Aristotélico-Platônico.

Platão é também referenciado pela citação do continente perdido de Atlântida (que em grego significaria “a Filha de Atlas”), uma lenda muito conhecida desde a antiguidade, que o autor cita nos diálogos “Timeu” e “Crítias”.

A ilha seria uma potência naval que conquistara parte da Europa ocidental e o noroeste da África cerca de 9.600 anos a.C.. Ela ficaria além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar), no Oceano Atlântico.

Para muitos, Platão teria inventado a história, baseada em eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra de Troia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C. – 413 a.C..

Porém, nos tempos atuais, muitos investigadores buscam pistas da existência da ilha, baseados em correlações com mitos de outras partes do mundo, como do Antigo Egito, dos povos ameríndios e das teorias sobre antigos astronautas.

Seja uma versão de Utopia da antiguidade ou um relato histórico, a Atlântida é uma lenda que tem sido muito influente tanto nas ideias, quanto na literatura e no cinema contemporâneo.

Platão também fora mestre de um outro filósofo tão ou até mais importante do que ele próprio: Aristóteles.

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre Aristóteles, suas obras mais importantes e as mais controversas.



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