sábado, 9 de julho de 2022

React é conteúdo?

O "react" é uma forma de gerar conteúdo, principalmente para vídeos, rápida e simples. Ela consiste em um apresentador, ou youtuber que assiste a um vídeo ou ouve uma música e expõe suas expressões e reações ao fazê-lo. 



Essa fórmula se popularizou na última década no youtube, principalmente. Isso se deve em grande parte ao fato de a plataforma restringir ou não permitir monetização para vídeos repetidos sem nenhum conteúdo adicional. 

Para tentar continuar recebendo algum pagamento da empresa sem precisar criar algo essencialmente novo, alguns "produtores de conteúdo" apelam para o modelo, uma vez que não precisariam estar criando nada e só expor publicamente algo que fazem no particular. 

O curioso é que muitas vezes, o vídeo reagido tem mais acessos do que o próprio vídeo original, o que em grande parte é devido pelo tamanho do "produtor" que reage.

Um dos grandes nomes dessa onda, Casimiro Miguel, ou apenas Casimiro, ou mesmo Casé afirmou que "muita gente quer apenas uma companhia para assistir a um vídeo", uma declaração que preocupa para o futuro da humanidade e faz crer ser real a visão mais distópica sobre a inserção da tecnologia na sociedade. 

Mas, ao menos para nós, a grande questão acerca da prática do react é se ela de fato agrega algum conteúdo ou é apenas uma forma esperta e malandreada de enganar os algoritmos do Youtube e outras plataformas de vídeo para gerar monetização (pagamentos) sem precisar se criar conteúdo de fato?

Sendo assim, o quanto pode ser considerado conteúdo novo e o quanto pode ser conteúdo repetitivo em uma produção de reação e, principalmente, até quando as plataformas vão tolerar este tipo de prática e continuar remunerando esses produtores?




Araújo Neto


sexta-feira, 1 de julho de 2022

Como Nasce a Moral

Em um terreno baldio, inabitado, um conjunto de indivíduos chega e aos poucos levanta algumas construções. A partir de certo ponto, tendo se fixado naquela região, o grupo cria regras específicas de acordo com seu modo de vida. 

Moradores de rua aguardam a realização do seu direito à propriedade.


Este modo de vida é orientado pelas condições de subsistência, as condições de produção e relações econômicas e comerciais do povo que se instala em um local específico. 

A partir do momento em que outros indivíduos busquem se instalar naquele local, deverão seguir a cartilha de conceitos e leis determinadas por aquele povo. 

Quando se pensa em sociedades primitivas, essa situação acima destacada parece-nos óbvia e ululante. Entretanto, ela também pode ser percebida nas relações sociais em comunidades e países contemporâneos e exclui inclusive indivíduos pertencentes ao mesmo contexto social.

Isso é notório tanto no ordenamento urbano de uma cidade quanto na distribuição fundiária do campo. O indivíduo que busca ascender por iniciativa própria tende a ter cada vez mais dificuldade em buscar um espaço, seja na busca por sua propriedade seja na instituição de um negócio. 

Ele estará sempre sujeito às vagas disponibilizadas pelos que chegaram primeiro ao lugar, ou herdaram suas vagas de antepassados. 

Ainda que muitos desses donos das vagas gritem que defendam a liberdade de iniciativa, mentem, pois defendem apenas a sua própria iniciativa e sempre se propõem a sacrificar as dos menos privilegiados. 

Dizem defender a propriedade, mas defendem apenas as suas próprias, ignorando solenemente o Artigo 17 da Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948, que diz que todo ser humano teria direito à propriedade. 

Talvez por isso muitos deles odeiem tanto o termo "direitos humanos", pois querem os direitos apenas que lhes pertençam, afinal, humanidade pouco têm em seus corações. 

E é dessa elite pioneira é que nasce a moral e os tais "bons costumes" que não são outros se não os costumes daqueles que têm poder social em uma circunscrição geográfica.

Obviamente, nem sempre os pioneiros conseguem manter o seu poder por muito tempo. Mas este só troca de mãos a partir de uma ou várias crises de grandes proporções, sejam econômicas ou políticas.

Ou mesmo a partir de uma revolução organizada, que foi a forma como a elite econômica mundial atual chegou ao poder. E por isso, eles parecem tanto odiar o termo. Afinal, ele sabem o que faz as coisas mudar e, quem está no poder detesta mudanças.

Por fim, o poder econômico é tão determinante na vida das pessoas, aprisionadas por suas necessidades materiais, assim como vícios e fetiches muitas vezes desnecessários a ponto de que essas três coisas mantenham a mente das pessoas fixadas nesse ideal moral.

A ideia de ser rico, ou ser o mais rico é muito mais aceita moralmente por uma sociedade dominada por indivíduos ricos, do que a ideia de satisfazer ainda que minimamente as necessidades de todos os indivíduos, dentre os quais muitos são incapazes física ou mentalmente. 

Por isso mesmo, o livre pensador é Amoral! Ou seja, ele não vai nem contra ou a favor de uma moral. Apenas não liga para essa sandice! 

E Se Mantenha Pensante! 


Araújo Neto