Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Ceticismo
No dia 19 de novembro foi comemorado o dia mundial da
filosofia.
Agora, vamos ao que interessa:
Com certeza você já ouviu alguma vez alguém dizer uma frase
como “Fulano é cético”, ou “estou cético quanto a isso”. Cético é um termo
filosófico que se incorporou ao linguajar do cotidiano.
Este vocábulo é oriundo do grego “Skepsis”, que significa
investigação. Em geral, o cético era o filósofo que continua buscando a verdade
e persiste na busca, mesmo que ainda não a tenha encontrado.
De acordo com o filósofo grego conhecido como Sexto Empírico
Pirro de Élis é o verdadeiro e autêntico filósofo cético. Entretanto, a
tradição dos estudos acerca do termo considera a existência de diversas escolas
que podem ser consideradas céticas.
De acordo com Danilo Marcondes, a tradição cética pode ser
dividida em quatro grandes conjuntos:
O proto-ceticismo que seria a fase inicial e teria iniciado
já com os Pré-Socráticos. É claro que, para se criar o pensamento crítico e
iniciar a filosofia foi preciso que desde Tales uma boa dose de ceticismo teve
de ser incorporada pelos primeiros pensadores. Era preciso continuar buscando a
verdade para além dos dogmas religiosos daquele tempo.
O próprio Sócrates tem entre suas características mais
comumente apresentadas o ceticismo, já que não aceitava inerte as verdades
outorgadas a ele pela sociedade, assim como continuava a busca-la, afirmando
saber apenas que nada sabe.
Além dele, boa parte dos sofistas poderiam ser incluídos
nessa linha de pensamento, uma vez que acreditavam que a verdade, embora
pudesse existir, talvez não fosse encontrável, pelo ser humano. Alguns,
continuavam a busca.
O segundo conjunto seria capitaneado por Pirro de Élis, que
viveu entre 360 e 270 a.C. Seu pensamento ficou conhecido através dos escritos
do seu discípulo Tímon de Flios.
Para Pirro, a filosofia não é uma doutrina, uma teoria ou um
sistema de saber e sim uma prática, um modo de viver.
Segundo Tímon, Pirro teria apontado resposta a três questões
fundamentais:
1 - A Natureza das coisas: Nem a razão e nem os sentidos nos
permitem conhecer as coisas tais quais elas realmente são.
2 - Como não conhecemos a natureza das coisas devemos evitar
assumir posições em relação a isso.
3 - A consequência disso é manter o distanciamento, que nos
leva à tranquilidade.
O terceiro grupo de céticos se refere, segundo Marcondes aos
filósofos acadêmicos. Corresponderia, assim à fase cética da Academia fundada
por Platão, iniciado por Arcesilau.
Essa tendência se destacou pela contraposição à filosofia
estóica, muito popular no período helenista. Essa celeuma se deu em função do
critério de verdade, que serve de base para a epistemologia da escola de Zenão.
Para os céticos, há dúvida sobre a possibilidade de se adotar
um critério de verdade imune ao questionamento.
Por fim, o quarto grupo seria o pirronismo, ou ceticismo
pirrônico, de onde se origina o pensamento de Sexto Empírico.
A grande característica do ceticismo é o que pode ser chamado de equipolência, em relação aos dogmas. Uma vez que várias escolas doutrinárias se apresentam com detentoras da verdade e os critérios por elas apresentadas dependem das teorias que elas próprias defendem, cabe ao cético se manter igualmente afastado de todas elas.
Daí surge a expressão “Juízo Suspenso”, que significa que
não há como se determinar qual das várias verdades é mais válida e, portanto é
melhor continuar buscando e assim alcançar a tranquilidade.
Essa suspensão de juízo, em grego era chamada de “Époche” e
seria de origem estóica. Segundo o próprio Zenão de Cítio já teria usado o
termo para afirmar que o sábio verdadeiro deveria suspender o juízo daquilo que
a razão não pode apreender.
Com a cristianização do Império Romano, o ceticismo, como
muitas doutrinas filosóficas consideradas pagãs acabaram sendo suprimidas.
Ainda assim influenciaram teólogos e pensadores cristãos, como Eusébio,
Lactâncio e Santo Agostinho.
Enfim, o Ceticismo é uma doutrina filosófica que se
determina a examinar cética e criteriosamente dos sistemas dogmáticos que se
apresentam como verdades.
Isso é algo que tem sido cada vez mais incomum, no mundo
atual, dominado por tiranos intelectuais que impõe suas verdades, geralmente
aceitas pela maioria que não se dá tempo para pensar a respeito e aceita o
interesse como se fosse a verdade.
No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Cinismo.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
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