sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Ceticismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Ceticismo

No dia 19 de novembro foi comemorado o dia mundial da filosofia.

Agora, vamos ao que interessa:

Com certeza você já ouviu alguma vez alguém dizer uma frase como “Fulano é cético”, ou “estou cético quanto a isso”. Cético é um termo filosófico que se incorporou ao linguajar do cotidiano.

Este vocábulo é oriundo do grego “Skepsis”, que significa investigação. Em geral, o cético era o filósofo que continua buscando a verdade e persiste na busca, mesmo que ainda não a tenha encontrado.

De acordo com o filósofo grego conhecido como Sexto Empírico Pirro de Élis é o verdadeiro e autêntico filósofo cético. Entretanto, a tradição dos estudos acerca do termo considera a existência de diversas escolas que podem ser consideradas céticas.





De acordo com Danilo Marcondes, a tradição cética pode ser dividida em quatro grandes conjuntos:

O proto-ceticismo que seria a fase inicial e teria iniciado já com os Pré-Socráticos. É claro que, para se criar o pensamento crítico e iniciar a filosofia foi preciso que desde Tales uma boa dose de ceticismo teve de ser incorporada pelos primeiros pensadores. Era preciso continuar buscando a verdade para além dos dogmas religiosos daquele tempo.

O próprio Sócrates tem entre suas características mais comumente apresentadas o ceticismo, já que não aceitava inerte as verdades outorgadas a ele pela sociedade, assim como continuava a busca-la, afirmando saber apenas que nada sabe.

Além dele, boa parte dos sofistas poderiam ser incluídos nessa linha de pensamento, uma vez que acreditavam que a verdade, embora pudesse existir, talvez não fosse encontrável, pelo ser humano. Alguns, continuavam a busca.

O segundo conjunto seria capitaneado por Pirro de Élis, que viveu entre 360 e 270 a.C. Seu pensamento ficou conhecido através dos escritos do seu discípulo Tímon de Flios.

Para Pirro, a filosofia não é uma doutrina, uma teoria ou um sistema de saber e sim uma prática, um modo de viver.

Segundo Tímon, Pirro teria apontado resposta a três questões fundamentais:

1 - A Natureza das coisas: Nem a razão e nem os sentidos nos permitem conhecer as coisas tais quais elas realmente são.

2 - Como não conhecemos a natureza das coisas devemos evitar assumir posições em relação a isso.

3 - A consequência disso é manter o distanciamento, que nos leva à tranquilidade.

O terceiro grupo de céticos se refere, segundo Marcondes aos filósofos acadêmicos. Corresponderia, assim à fase cética da Academia fundada por Platão, iniciado por Arcesilau.

Essa tendência se destacou pela contraposição à filosofia estóica, muito popular no período helenista. Essa celeuma se deu em função do critério de verdade, que serve de base para a epistemologia da escola de Zenão.

Para os céticos, há dúvida sobre a possibilidade de se adotar um critério de verdade imune ao questionamento.

Por fim, o quarto grupo seria o pirronismo, ou ceticismo pirrônico, de onde se origina o pensamento de Sexto Empírico.

A grande característica do ceticismo é o que pode ser chamado de equipolência, em relação aos dogmas. Uma vez que várias escolas doutrinárias se apresentam com detentoras da verdade e os critérios por elas apresentadas dependem das teorias que elas próprias defendem, cabe ao cético se manter igualmente afastado de todas elas.

Daí surge a expressão “Juízo Suspenso”, que significa que não há como se determinar qual das várias verdades é mais válida e, portanto é melhor continuar buscando e assim alcançar a tranquilidade.

Essa suspensão de juízo, em grego era chamada de “Époche” e seria de origem estóica. Segundo o próprio Zenão de Cítio já teria usado o termo para afirmar que o sábio verdadeiro deveria suspender o juízo daquilo que a razão não pode apreender.

Com a cristianização do Império Romano, o ceticismo, como muitas doutrinas filosóficas consideradas pagãs acabaram sendo suprimidas. Ainda assim influenciaram teólogos e pensadores cristãos, como Eusébio, Lactâncio e Santo Agostinho.

Enfim, o Ceticismo é uma doutrina filosófica que se determina a examinar cética e criteriosamente dos sistemas dogmáticos que se apresentam como verdades.

Isso é algo que tem sido cada vez mais incomum, no mundo atual, dominado por tiranos intelectuais que impõe suas verdades, geralmente aceitas pela maioria que não se dá tempo para pensar a respeito e aceita o interesse como se fosse a verdade.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Cinismo.



Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário