Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Estoicismo
A ilha do Chipre é famosa por suas belas praias. Situado no
Mar Mediterrâneo, a ilha pertence ao continente asiático, geograficamente.
Porém suas ligações mais estreitas são com a Europa, inclusive fazendo parte da
União Europeia.
Essas ligações advêm das tradições da maior parte do seu
povo, que pertence à comunidade greco-cipriota, ou seja, de gregos que habitam
o Chipre. E essa ocupação vem de longa data.
Por volta do ano 333 a.C., os fenícios ocupavam a ilha. Onde
hoje está localizado o distrito cipriota de Lárnaca, existia uma cidade de nome
Cítio.
Os fenícios eram exímios navegadores e, com seus barcos
viajaram até os confins da Terra. Eram também conhecidos por serem habilidosos
mercadores. Um desses mercadores chamava-se Zenão.
Além de xará do filósofo de Eleia, o Zenão de Cítio também
ficou historicamente famoso por criar uma linha filosófica própria. Esta é
conhecida como Estoicismo.
Segundo os relatos dos historiadores, como Diógenes Laércio,
Zenão foi um comerciante de sucesso, além de um nobre filósofo. Teria sido
também uma pessoa considerada séria e reservada e, até certo modo ele era visto
como sombrio e obscuro.
Por volta do ano 300 a.C. fundou a sua escola. Antes, porém
ele teria frequentado a Academia, de Platão. E de lá ele partiu par criar a sua
própria doutrina filosófica. Mas teriam sido seus discípulos Cleantes e
Crisipo, que desenvolveram o estoicismo, após Zenão.
A doutrina estóica propõe uma divisão da filosofia em três
partes: a Física, a Lógica e a Ética. Os estóicos comparam esta divisão às
partes que compõem a árvore. A física seria a raiz, enquanto a lógica seria o
tronco e a ética os frutos.
Deste modo, criam que a ética seria a parte mais importante
da filosofia, pois são os frutos que colhemos dela.
O estoicismo tem uma visão fisiocrática e considera o homem
como um microcosmo dentro do macrocosmo. Dessa forma, para se alcançar a
conduta ética, as ações do indivíduo devem estar de acordo com os princípios
naturais, em harmonia com todo o cosmo. Agir bem seria então agir de acordo com
a natureza.
Para tal, os estóicos consideram haver três virtudes
básicas: A inteligência, que consiste no conhecimento do bem e do mal; A
coragem, ou conhecimento do que temer e o que não temer e a justiça, que é a
sabedoria em dar a cada um o que lhe é devido.
Como Zenão, fundador da escola fora influenciado pelos
filósofos cínicos, defendia uma vida de virtudes, em sintonia com a natureza e
a plena liberdade. A doutrina do filósofo afirmava também que nenhum homem era
escravo por natureza.
E é a harmonia com a natureza que o estoicismo crê que seja
o sentido da vida.
Esta crença, levada ao extremo torna-se deveras
determinista, fatalista e apática. Tanto, que os estóicos defendem que para
atingir a plenitude da felicidade, é preciso se afastar das paixões terrenas,
das contrariedades e do desassossego.
E isto seria conseguido através da prática da apatia, da
ataraxia, uma postura impassível, do indivíduo que nada espera e nada teme, se
abandonando ao destino.
A felicidade é na verdade a tranquilidade, a ausência de
preocupações que é alcançada pelo autocontrole, da austeridade e da aceitação
do curso dos acontecimentos.
Este estágio seria dificílimo de se alcançar, só conseguido pelo verdadeiro sábio. Porém deveria ser busca constantemente.
Apesar de ter muitos pontos em comum com o epicurismo, o
estoicismo diverge da filosofia de Epicuro pois esta considera que o prazer
constitui o bem supremo, enquanto aquela considera a virtude como o maior dos
bens.
Zenão de Cítio, fundador da escola defendia a busca pela paz
de espírito e a lógica era, para ele uma forma eficiente de se evitar o engano
e chegar-se à verdade. Assim, afirmava que a virtude só pode existir dentro da
esfera da razão.
No século I a cúpula do estoicismo se descola para Roma,
capital do então Império Romano que dominava toda a costa do Mediterrâneo. A
partir daí cunhou-se os termos “novo estoicismo” ou “estoicismo imperial” para
se referir às inovações associadas à doutrina.
Na versão latina, o estoicismo da ênfase à filosofia prática
e humanística que valoriza a indiferença e o autocontrole.
Um dos grandes nomes desse período é Marco Aurélio, que foi
imperador romano entre 161 e 180. Outro pensador associado à escola, neste
período é Epitecto.
Despois deste período, tanto Roma quanto a Grécia acabam
sendo dominados pela tendência eclética e o estoicismo vai se misturando às
outras escolas, sendo muitas vezes associado ao neo platonismo. Também teve
grande influência no desenvolvimento do cristianismo, na região, pois
valorizava o autocontrole, a submissão e a austeridade, além de ser fortemente
determinista
Na próxima semana, falaremos um pouco sobre o Epicurismo.
Obrigado por ler! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
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