O que importa mais: ser profundamente bom ou ser amplamente popular?
Quando tratamos de um produto, de um objeto, de uma máquina ou de um serviço, a qualidade técnica é facilmente definida. Se um produto funciona como ele se propõe a funcionar e acima da média de seus similares, assim como se tem uma durabilidade alta dizemos que ele tem qualidade.
Entretanto, quando analisamos indivíduos e ações humanas esse conceito se torna amplamente relativo. Vemos músicas, livros, até mesmo profissionais que podem ser muito populares, mas que não apresentam a chamada qualidade técnica que muitas vezes é vista em obras e pessoas menos requisitadas.
Quem apresenta mais qualidade, um pianista clássico que estudou por anos horas e horas o seu instrumento e que faz uma obra afinada e com uma produção sofisticada, mas que tem menos que uma centena de ouvistes ou um artista popular que faz uma produção quase caseira, desafinada e simplória, mas que que tem centenas de milhares de apreciadoras?
Será que importa mais ser tecnicamente ou bom ou ser popularmente reconhecido?
Muitas vezes, em se tratando de questões humanas o que entendemos como bom, pode simplesmente não agradar o público, seja pelo momento social vivido, seja pela falta de compreensão do projeto, por parte das pessoas no meio ao qual ele é exposto.
Será que Mozart e Chopin teriam alguma relevância no meio artístico atual? Será que Michael Jackson e Lady Gaga teriam sido conhecidos, antes do advento da música comercial?
Para ser popular é preciso atender às expectativas do público geral, para o qual a obra será direcionada, assim como ser facilmente assimilável e conter uma grande quantidade de elementos que sejam familiares aos receptores. Novidades devem ser inseridas com cautela.
Já para ser tecnicamente bom é preciso muitas e muitas horas de estudo, prática e aperfeiçoamento. O curioso é que, nos tempos atuais, esta função exige mais investimento em tempo que a primeira, mas o retorno financeiro é altamente questionável.
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