O Pensamento Crítico
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o surgimento do Pensamento Crítico, na Grécia Antiga, que foi a base para a construção da Filosofia Ocidental e, posteriormente da Ciência, que temos hoje.
Na Antiguidade, era comum que cada povo tivesse o seu próprio conjunto de tradições e
lendas através das quais buscavam explicar o surgimento de tudo.
Deuses, espíritos, entidades e outros mitos eram, para aquelas pessoas,
responsáveis por tudo o que existia. Esse entendimento tivera sido dado pelos
próprios criadores, de forma revelada e dogmática e sua doutrina não era
passível de discussão.
Por volta do século seis antes de Cristo, na região do Mar Jônico, muito ávida no comércio marítimo, essas tradições até então inquestionáveis passaram a serem discutidas. Os Jônicos foram os primeiros, ao menos documentadamente, a relativizar os mitos e a buscar uma explicação racional universal para explicar o mundo em que viviam.
Segundo relatos de Aristóteles, foi Tales, que vivia em Mileto, o primeiro a buscar uma explicação completamente racional do surgimento do mundo, da vida, da matéria, enfim, de todo o mundo sensível.
Essa explicação buscada por ele deveria desprezar qualquer tipo de lenda e deveria tentar explicar a realidade através da razão e de elementos que pudessem ser observados pelos sentidos humanos. Assim, Tales funda a chamada escola Jônica e dá o pontapé inicial para o surgimento da filosofia ocidental e do pensamento crítico, como balizador do conhecimento.
Para tentar chegar a uma explicação racional, Tales de Mileto cunhou a ideia de Elemento Primordial, em grego era o Arqué, que seria o elemento base que serviu para criar todas as coisas e de onde tudo surgiu.
Tales elegeu a água como a base para todas as coisas. Mas de
modo algum ele queria que essa explicação fosse absoluta e indiscutível. Ao
contrário, para muitos pesquisadores e intérpretes, ele teria até estimulado
seus discípulos a escolher outros elementos, como no caso de Anaximandro, que
escolheu o apeiron, uma matéria infinita de onde todas as coisas surgiram. Sua
doutrina divergia completamente da do seu mestre.
Além do Elemento Primordial, outras cinco características
definiam a inovadora forma de pensamento e explicação.
A Physis, que significa a natureza, o mundo natural. Segundo
os primeiros filósofos a explicação para toda a realidade pode ser encontrada
na natureza.
A Causalidade, que estuda a relação entre causa e efeito dos
fenômenos Naturais. Cada causa gera um efeito e cada efeito é gerado por uma
causa. Pensando na infinitude dessa
relação, Tales propôs a existência do Elemento Primordial.
O Cosmo, que é entendido como a ordem e a harmonia presente
na natureza.
O Logos, que em grego significa literalmente discurso.
Entretanto, este discurso é baseado na razão que é fruto do pensamento humano e
aplicado ao entendimento da natureza.
E, por fim, o Caráter Crítico, que propõe que não haja
conhecimento revelado e dogmático. Todas as proposições são passíveis de
crítica, discussão e contestação. A única exigência do pensamento crítico é que
as propostas e afirmações possam ser justificadas, fundamentadas e explicadas
de forma racional, por seus autores.
E assim nasceu o Pensamento Crítico, que pode fundamentar as
bases para o surgimento da ciência, como conhecemos hoje.
Na próxima semana, falaremos dos filósofos pré-socráticos.
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