Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o filósofo Sócrates, um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.
“Só sei que nada sei”!
Sócrates tornou-se tão famoso, quanto odiado, na Grécia do período clássico, utilizando frases como esta.
Sócrates foi contemporâneo de um grupo de mestres da oratória e da retórica, chamados de sofistas. Embora compartilhassem o interesse por questões cívicas, o filosofo se diferenciava por acreditar e buscar a verdade, tendo consciência da sua própria ignorância em contradição com os sofistas que acreditavam serem mais sábios que os demais e que a verdade não existia ou não era passível de ser inteligida, pela mente humana.
Entretanto, ao contrário de seus antagonistas, que prezavam
pelo discurso e pela retórica com finalidade de ganhos pessoais, Sócrates
abordava constantemente a ética e a moral, de forma que buscava tanto entender
o pensamento dos cidadãos quanto ajudar o desenvolvimento de sua civilização.
Sócrates não deixou nada escrito. O que se sabe sobre ele
veio da obra de seus discípulos Platão e Xenofante, bem como do dramaturgo
Aristófanes, seu contemporâneo. Viveu mais provavelmente entre 470 e 399 a.C. e
é reconhecido como “O Pai da Filosofia”.
É considerado um personagem histórico verdadeiro, apesar de
algumas controvérsias. Alguns estudiosos chegaram a acreditar se tratar de um
personagem criado por Platão.
O Sócrates Humano
Sócrates era uma figura bastante controversa. Não só por
suas ideias e metodologia, mas também por sua aparência. Era baixo, corpulento,
andava descalço e esfarrapado, além de passar muitas horas mergulhado em seus
pensamentos, vagando por Atenas, ajudando seus alunos na busca pela verdade ou
provocando debates acalorados com os sofistas.
O Método Socrático
O método socrático é uma técnica de investigação
filosófica feita em diálogo, que consiste em o professor conduzir o aluno a um
processo de reflexão e descoberta dos próprios valores.
Para isso o professor faz uso de perguntas simples e quase
ingênuas que têm por objetivo, em primeiro lugar, revelar as contradições
presentes na atual forma de pensar do aluno, normalmente baseadas em valores
e preconceitos da
sociedade, e auxiliá-lo assim a redefinir tais valores, aprendendo a pensar por
si mesmo.
Seu discurso era caracterizado pela Maiêutica, que buscava
fazer com que o seu interlocutor chegasse ao conhecimento a partir do seu
próprio raciocínio. Esse também era como se chamava a forma de se fazer um
parto, naquela época. A mãe de Sócrates
era parteira e ele provavelmente foi influenciado por esta questão. Seu método
também era conhecido com ‘um parto de ideia”.
Sócrates também é lembrado pela sua ironia. Em alguns casos,
ele é considerado um autêntico cínico.
A filosofia de Sócrates
A filosofia de Sócrates pode ser resumida pela epígrafe
escrita no templo de Apolo: “Conhece-te a ti mesmo”. Assim, ele buscava ajudar
o seu ouvinte a fazer uma auto reflexão , para entender a partir de suas
próprias ideais e conceitos o conhecimento que o levaria a encontrar a verdade.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates cria que era possível
chegar até a verdade, através da reflexão e do pensamento.
Segundo disse: “A verdade já está no próprio homem, mas ele
não pode atingi-la, porque não só está envolto em falsas ideias, em
preconceitos, como está desprovido de métodos adequados”.
Era preciso, então derrubar esses obstáculos para se chegar ao verdadeiro conhecimento, ao qual chama de virtude. Por isso, ele também disse “Ninguém faz o mal voluntariamente”.
A concepção filosófica de Sócrates pode ser identificada
como um método de análise conceitual. A célebre questão socrática é
identificada na sua questão “O que é..X?” encontrada em todos os seus diálogos.
É dessa forma que busca a definição de determinada coisa, geralmente uma
virtude ou qualidade moral.
Por exemplo, no diálogo Ménon, o próprio Menon pergunta a
Sócrates se a virtude pode ser ensinada. Sócrates então responde: “como poderia
saber se uma coisa pode ser ensinada, se não sei sequer o que ela é.” E, em
seguida diz: “Diga-me você mesmo: O que é a virtude.”
Assim, o pai da filosofia buscava entender o que o termo
significava para a pessoa com quem dialogava. Com isso, se tornou extremamente
importante para o desenvolvimento da gramática grega, assim como para a
pedagogia e, mais tarde seria muito influente na psicanálise.
Em 399 a.C. Sócrates é acusado de graves crimes e sua morte
é pedida por diversos cidadãos atenienses.
O filósofo criticava abertamente o que considerava desvirtuamento da
democracia ateniense e questionava os valores e atitudes da sua época.
Em seu julgamento, que ficou conhecido como Apologia de
Sócrates, um dos clássicos diálogos Platônicos, Sócrates recusou-se a se
declarar inocente, ironiza seus acusadores e assume as acusações dizendo-se
coerente com o que ensinava.
Sócrates é condenado à morte e obrigado a beber cicuta, um
veneno usado na época. Apesar de alguns amigos sugerirem uma fuga para um
exílio, o filósofo prefere a morrer “domo cidadão ateniense e sempre coerente
com suas ideias e princípios.
Na próxima semana, falaremos mais um pouco sobre Sócrates e a interpretação de suas ideias por parte do seu discípulo mais famoso: Platão; e a importância dos diálogos socráticos.
Obrigado por ler! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!