sexta-feira, 21 de agosto de 2020

Quem foram os Sofistas


Olá! Seja bem-vindo, ao Semanário do Pensamento! Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre os Mestres da Argumentação, na Antiga Grécia, os chamados “Sofistas”!




Em postagens anteriores, falamos que a filosofia se desenvolveu na Grécia, resultante das reflexões de mercadores que, ao entrar em contato com outras culturas, começaram a questionar sobre os mitos que tratavam do surgimento do mundo e do homem.

Buscando uma razão universal que explicasse o mundo sem que se tivesse que recorrer ao mítico, ao religioso e ao sobrenatural, os gregos criaram a filosofia, que serviria de base para a ciência natural que conhecemos hoje.

Socialmente, o crescimento do comércio acabou levando a sociedade grega a desenvolver outro conceito muito importante e difundido em nossos dias: A Democracia!

Entre os séculos VI e IV A.C. as Cidades-Estados gregas vão abandonando a estrutura política baseada na oligarquia, na autoridade militarizada e poder religioso e passam gradualmente a adotar um modelo democrático de política.

A força, a guerra, a imposição, o direito divino e o privilégio de classe dão lugar ao debate, à argumentação, ao discurso, à busca pela razão, etc. Surgem assim as assembleias, onde os debates políticos e cívicos se darão, dali em diante.

A origem dessas assembleias é creditada à Assembleia dos Guerreiros. Segundo alguns estudiosos, os guerreiros dessas Cidades-Estados gregas, após saírem vitoriosos em um combate, se reuniam em assembleia e debatiam sobre quem levaria os espólios da guerra. Nesse debate, todos tinham iguais direitos e ganhava o direito às melhores escolhas aquelas que convenciam os demais.
Com o tempo, a democracia dos guerreiros se estendeu pelo mundo grego e se tornou comum a diversas cidades.

Diante desse cenário, o conhecimento da língua e do discurso, assim como o poder de convencimento do outro tornou-se habilidade fundamental para o sucesso na sociedade grega.
E foi aí que nasceram os Sofistas. Eles são mestres da retórica e da oratória.

Eles nunca formaram uma escola ou tiveram uma doutrina homogênea. Os elementos que os une são a sua prática que é a busca pelo debate, pelo discurso, assim como a noção de que a verdade absoluta não existe ou, caso exista, não é possível ao ser-humano alcança-la ou compreendê-la por completo. Além disso, a problemática ético-política era predominante, nas elucubrações sofistas.

Outra característica desse grupo é que foram oradores conceituados e costumavam a viajar pelas cidades da antiga Grécia para ensinar suas doutrinas e conhecimentos, sendo, geralmente, muito bem remunerados, por isso.

Não restou muito do que escreveram esses filósofos e o que chegou até nós, em geral são fragmentos e citações de outros autores. A maioria desses relatos são encontrados nos diálogos do Platão, nos quais o famoso filósofo grego coloca frente a frente em debate um sofista contra seu mestre Sócrates.
Dentre os mais importantes sofistas podemos citar:

Protágoras de Abdera: Segundo Platão, é de Protágoras a célebre frase “O homem é a medida de todas as coisas”! Aqui, deixa transparecer as ideias essenciais comum aos sofistas, o humanismo e o relativismo.

Protágoras usa como técnica argumentativa a antilógica, na qual ele aborda o pró e o contra de cada argumentação. Com isso, ele busca se antecipar ao argumento contrário que encontraria em um debate de ideias.

Górgias de Leontinos -  Defende que o conhecimento humano estável e definitivo é impossível. Segundo Górgias, não podemos conhecer a natureza das coisas. Então nos resta o discurso. Não por acaso, era considerado um dos maiores oradores e principais mestres da retórica, em sua época.

Pródico de Ceos - Se tornou mais famoso porque teria sido mestre de Sócrates. Ao contrário de Protágoras que focava na retórica e no estilo , Pródico ensinava predominantemente a ética a seus pupilos. Seu interesse principal era buscar a precisão no uso das palavras, elemento muito bem aprendido por Sócrates.

Hípias, Trasímaco e Licofron foram outros nomes importantes desse movimento.
Apesar de ter adquirido uma conotação pejorativa, inclusive o termo sofisma, hoje remete a uma inverdade de origem meramente vocabular, os sofistas foram muito importantes no desenvolvimento da filosofia grega.

Assim como forma fundamentais para a linguística e a correção vocabular e gramatical da língua grega.
Seus principais opositores foram os famosos filósofos da antiguidade clássica. Sócrates, adversário deles nos clássicos diálogos, Platão autor de vários diálogo em que confrontava as ideias dos sofistas à de Sócrates e Aristóteles. Isócrates e Aristófanes também antagonizaram, com os mestres da retórica.

É claro que não foi dito tudo, mas acreditamos que tenhamos ajudado a entender um pouco desses autores tão importante, mas também tão subestimados.



No próxima semana, falaremos Sócrates, um divisor de águas na história do pensamento crítico ocidental.

Obrigado! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!

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