Olá! Seja bem-vindo, ao Semanário do Pensamento! Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre os Mestres da Argumentação, na Antiga
Grécia, os chamados “Sofistas”!
Em postagens anteriores, falamos que a filosofia se
desenvolveu na Grécia, resultante das reflexões de mercadores que, ao entrar em
contato com outras culturas, começaram a questionar sobre os mitos que tratavam
do surgimento do mundo e do homem.
Buscando uma razão universal que explicasse o mundo sem que
se tivesse que recorrer ao mítico, ao religioso e ao sobrenatural, os gregos
criaram a filosofia, que serviria de base para a ciência natural que conhecemos
hoje.
Socialmente, o crescimento do comércio acabou levando a
sociedade grega a desenvolver outro conceito muito importante e difundido em
nossos dias: A Democracia!
Entre os séculos VI e IV A.C. as Cidades-Estados gregas vão
abandonando a estrutura política baseada na oligarquia, na autoridade
militarizada e poder religioso e passam gradualmente a adotar um modelo
democrático de política.
A força, a guerra, a imposição, o direito divino e o
privilégio de classe dão lugar ao debate, à argumentação, ao discurso, à busca
pela razão, etc. Surgem assim as assembleias, onde os debates políticos e
cívicos se darão, dali em diante.
A origem dessas assembleias é creditada à Assembleia dos
Guerreiros. Segundo alguns estudiosos, os guerreiros dessas Cidades-Estados
gregas, após saírem vitoriosos em um combate, se reuniam em assembleia e
debatiam sobre quem levaria os espólios da guerra. Nesse debate, todos tinham
iguais direitos e ganhava o direito às melhores escolhas aquelas que convenciam
os demais.
Com o tempo, a democracia dos guerreiros se estendeu pelo
mundo grego e se tornou comum a diversas cidades.
Diante desse cenário, o conhecimento da língua e do
discurso, assim como o poder de convencimento do outro tornou-se habilidade
fundamental para o sucesso na sociedade grega.
E foi aí que nasceram os Sofistas. Eles são mestres da
retórica e da oratória.
Eles nunca formaram uma escola ou tiveram uma doutrina
homogênea. Os elementos que os une são a sua prática que é a busca pelo debate,
pelo discurso, assim como a noção de que a verdade absoluta não existe ou, caso
exista, não é possível ao ser-humano alcança-la ou compreendê-la por completo. Além
disso, a problemática ético-política era predominante, nas elucubrações sofistas.
Outra característica desse grupo é que foram oradores
conceituados e costumavam a viajar pelas cidades da antiga Grécia para ensinar
suas doutrinas e conhecimentos, sendo, geralmente, muito bem remunerados, por
isso.
Não restou muito do que escreveram esses filósofos e o que
chegou até nós, em geral são fragmentos e citações de outros autores. A maioria
desses relatos são encontrados nos diálogos do Platão, nos quais o famoso
filósofo grego coloca frente a frente em debate um sofista contra seu mestre
Sócrates.
Dentre os mais importantes sofistas podemos citar:
Protágoras de Abdera: Segundo Platão, é de Protágoras a
célebre frase “O homem é a medida de todas as coisas”! Aqui, deixa transparecer
as ideias essenciais comum aos sofistas, o humanismo e o relativismo.
Protágoras usa como técnica argumentativa a antilógica, na
qual ele aborda o pró e o contra de cada argumentação. Com isso, ele busca se
antecipar ao argumento contrário que encontraria em um debate de ideias.
Górgias de Leontinos -
Defende que o conhecimento humano estável e definitivo é impossível.
Segundo Górgias, não podemos conhecer a natureza das coisas. Então nos resta o
discurso. Não por acaso, era considerado um dos maiores oradores e principais
mestres da retórica, em sua época.
Pródico de Ceos - Se tornou mais famoso porque teria sido
mestre de Sócrates. Ao contrário de Protágoras que focava na retórica e no
estilo , Pródico ensinava predominantemente a ética a seus pupilos. Seu
interesse principal era buscar a precisão no uso das palavras, elemento muito
bem aprendido por Sócrates.
Hípias, Trasímaco e Licofron foram outros nomes importantes
desse movimento.
Apesar de ter adquirido uma conotação pejorativa, inclusive
o termo sofisma, hoje remete a uma inverdade de origem meramente vocabular, os sofistas
foram muito importantes no desenvolvimento da filosofia grega.
Assim como forma fundamentais para a linguística e a
correção vocabular e gramatical da língua grega.
Seus principais opositores foram os famosos filósofos da
antiguidade clássica. Sócrates, adversário deles nos clássicos diálogos, Platão
autor de vários diálogo em que confrontava as ideias dos sofistas à de Sócrates
e Aristóteles. Isócrates e Aristófanes também antagonizaram, com os mestres da
retórica.
É claro que não foi dito tudo, mas acreditamos que tenhamos
ajudado a entender um pouco desses autores tão importante, mas também tão
subestimados.
No próxima semana, falaremos Sócrates, um divisor de águas na
história do pensamento crítico ocidental.
Obrigado! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
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