Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento! Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre os Filósofos que vieram antes de Sócrates, os chamados “Pré-Socráticos”!
Muitos foram os filósofos gregos que tiveram alguma participação com maior ou menor importância par ao desenvolvimento do pensamento crítico.
Sócrates foi um filósofo tão importante para a
filosofia grega e para todo o pensamento científico ocidental, que se tornou um divisor de águas no estudo da história da filosofia. Ele foi o primeiro dos filósofos gregos a se interessar pelas questões
cotidianas, humanas, políticas e sociais.
As questões metafísicas e que tratavam da criação do mundo cederam boa parte do seu espaço para as questões cívicas e sociais. Sócrates foi chamado de o filósofo da virtude, pois defendia que o ser humano deveria buscá-la como finalidade de sua existência.
Dessa forma acabou influenciando várias áreas do conhecimento, como a política, a psicologia, a comunicação e principalmente o estudo da ética. Foi com Sócrates que a discussão sobre a ética e a problemática humana foram inseridas na filosofia.
No entanto, muitos filósofos gregos se debruçaram sobre questões essenciais acerca da física e da natureza, antes do aparecimento de Sócrates. Esses filósofos passaram a ser conhecidos como "Filósofos Pré-Socráticos".
Além de terem surgido antes de Sócrates, este filósofos tinha outras características em comum, além de habitarem a região leste das margens do Mar Mediterrâneo. As principais questões abordadas por eles se referem à natureza, à criação do mundo, da realidade e similares.
Existe uma grande dificuldade para estudarmos esses pensadores, pois temos acesso a pouquíssimas obras dos filósofos Pré-Socráticos. A maior parte do que sabemos sobre eles vem de referências indiretas de filósofos posteriores, como Platão e Aristóteles. O próprio Sócrates não deixou obra escrita e, o que se sabe sobre ele foi retirado a obra de seus discípulos, com Platão, principalmente. Mas da maioria, só sobrou fragmentos e referências.
O primeiro conjunto de filósofos é conhecido como Escola
Jônica e reúne os pensadores oriundos de cidades banhadas pelo Mar Jônico, cuja
característica comum entre eles era o interesse pelas questões naturais.
Tales foi considerado por Aristóteles como o primeiro filósofo. Junto de seus discípulos Anaximandro e Anaxímenes Tales formou a
Escola de Mileto (Milésia). Xenófanes de Colofon e Heráclito de Éfeso são outros nomes importantes
desse grupo.
O conceito fundamental inserido por Tales é do elemento primordial. Segundo ele, todas as coisas teriam surgido de um elemento originário. Para este filósofo, o elemento que geraria todos os demais era a água. Para ele, todas as coisas vivas ou inanimadas estariam cheias de vida e as mudanças só eram possíveis em virtude da rarefação e da condensação.
Estimulado por Tales a buscar outras explicações Anaximandro, considerado o segundo filósofo afirmou que o início de tudo seria uma substância infinita, a qual chamou de "apeiron". Já Anaxímenes elegeu o ar, como elemento primordial, em virtude de suas observações acerca da condensação do ar, que o tornava visível, como em um nevoeiro.
O segundo grupo é chamado comumente de Escola Italiana e é capitaneada por ninguém menos do que Pitágoras. Sua escola foi chamada de Pitagórica e muitas lendas e mistérios são associadas a ela.
Mais famoso na matemática do que na filosofia, Pitágoras era
originário de Samos, na Jônia, mas migrou para a Itália, após a invasão Persa,
na sua região de origem. O filóloso fundou sua escola em Crotona. Sua linha de
pensamento adiciona um pouco mais do quesito mítico-religioso, sendo sua
filosofia mais próxima de uma religião ou seita iniciática.
Além das questões físicas, Pitágoras abordava questões
metafísicas, como a imortalidade e a transmigração da alma. Sua influência
perdurou e superou seu tempo, tendo inclusive influenciado toda uma geração de
filósofos chamados de Neo-pitagóricos.
Os procedimentos da escola envolviam um voto de silêncio e muitos estudiosos consideram que alguns procedimentos adotados nela influenciaram religiões ocidentais e sociedades secretas atuais.
Segundo Pitágoras, era o Número o Elemento Primordial e sua
filosofia foi determinante para a evolução da matemática e geometria grega,
inclusive influenciando o desenvolvimento da harmonia musical.
Sua doutrina reflete-se na concepção do TETRACTYS, o “Grupo
dos Quatro”, que consiste nos quatro primeiros algarismos que, somam dez e
podem ser dispostos na forma triangular, formando um triângulo de dez pontos
equidistantes, simbolizando uma relação perfeita.
As escolas Jônica e Italiana
formam a primeira fase dos filósofos Pré-Socráticos. A segunda fase agrupa as
escolas Atomista, Monista e Mobilista.
A Escola Atomista
A doutrina atomista afirma que a realidade é composta por
átomos, em contraposição com o vazio, que seria a ausência de átomos. Os átomos
são as partículas mínimas da existência, sendo imperceptíveis, aos humanos e
existindo em número infinito.
O átomo, dessa forma é entendido como o Elemento Primordial.
Os fenômenos naturais consistiriam em resultado dos movimentos dos átomos que
se atraem e se repelem, de acordo com suas formas geométricas.
Apesar de sabermos hoje que os átomos são divisíveis, a teoria de Demócrito foi tão importante e avançada, que influenciou a ciência até a contemporaneidade. O átomo só foi descoberto e comprovado cientificamente no início do Século XX, mais de dois e trezentos anos após a proposição de Demócrito.
Demócrito de Abdera foi o mais influente filósofo dessa
escola, embora a fundação desta linha de pensamento seja remetida a Leucipo,
seu mestre. Pouco material sobrou de ambos os autores e, sua doutrina acabou
ficando marcada na história por posteriores formulações de outros filósofos,
sobretudo de Epicuro, no período helenista.
Heráclito e o Mobilismo
Heráclito é um dos pré-socráticos de quem mais fragmentos se
mantiveram acessíveis, ao longo do tempo. Na Antiguidade, ele era conhecido
como “O Obscuro”, por causa da complexidade do seu pensamento. O fogo era visto por ele como o Elemento
Primordial
Assim como os atomistas, Heráclito considerava o movimento
como uma constante no mundo físico. Afirmava que a realidade é marcada pelo
conflito. Via a unidade como a equivalência de opostos. Considerava que a realidade está em constante
transformação e ficou famoso seu fragmento no qual diz:
“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o
mesmo”!
Parmênides e o Monismo
Em contraposição a Heráclito e o mobilismo, Parmênides e os
eleatas afirmam o contrário. Para esses filósofos, a realidade é única, pura e
imutável e deve ser distinguida da aparência.
Para ele, o movimento é um aspecto superficial, meramente uma aparência.
É através do pensamento que devemos buscar a essência da
realidade, sobre qualquer aparência acidental. Em Poema, o mais extenso dos
pré-socráticos que chegou a nós, Parmênides afirma que “o ser é, o não-ser não
é” e busca eliminar o movimento do conceito de realidade pura, caracterizando-a
como imutável.
Melisso de Samos, Zenão de Eléia, Tales de Miletos e
Epimênides foram alguns dos pré-socráticos monistas mais importantes da
filosofia grega antiga.
O debate entre Monistas e Mobilistas é considerado por
muitos estudiosos como a primeira grande celeuma da filosofia. Vamos abordar o
tema em postagens mais a frente, quando tratarmos das grandes celeumas da história
do pensamento.
Na próxima semana, falaremos sobre os sofistas, os mestres do discurso.
Obrigado! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
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