Será que existe meritocracia, na sociedade atual?
Quantas horas de estudo e trabalho até bem feitos são necessários para tratar de assuntos complexos e necessário, úteis e que não têm retorno, porque a sociedade se ocupa em consumir conteúdos rasos, descartáveis e imediatistas, que apenas divertem por um curto período?
Quando se vê funções que, embora sejam interessantes, mas que não são imprescindíveis para a sociedade são tão bem remuneradas, enquanto muitas funções fundamentais para a manutenção da vida geral recebem remunerações pífias é preciso refletir sobre a moral remuneratória e o conceito de renome e mérito.
Na prática, a meritocracia é um conceito altamente contestável e deve ser relativizado. Principalmente na questão da heteronomia, um fenômeno que acontece quando alguém que não tem formação ou histórico em uma área usa veículos de comunicação para abordar o assunto, como se fosse um especialista.
Vemos artistas, atletas, "influencers" que tratam de política e medicina, sem nunca ter estudada sequer um pouco sobre isso e usam suas famas para influenciar os menos abastados cognitivamente.
Ao mesmo tempo em que isso acontece, vemos os recursos naturais se tornarem cada vez mais escassos, em um mundo que é comandado exatamente por pessoas, cujo sucesso é resultado dessa mesma forma pitoresca e distorcida de meritocracia.
Vivemos em uma sociedade que acha que fraude é mérito, que acha bonito quando se paga fichas telefônicas para os colegas ligarem pra rádio e pedirem a música dos filhos. Ou acha esperteza aqueles que criam perfis alternativos para cumprirem metas de inscritos, em redes sociais.
Quanto mais idiota, melhor. Muita cultura, muito conteúdo não traz retorno.