sexta-feira, 7 de maio de 2021

O que é Liberalismo [A VERDADE] Semanário do Pensamento - Liberalismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Liberalismo.




“Todo o ser humano tem direito natural à vida, à liberdade e à propriedade”! Esta frase foi dita por John Locke, o qual muitos historiadores e filósofos consideram como o pai do Liberalismo.

Locke afirmara, que o liberalismo deve se pautar pelo Contrato Social. Sendo assim os governos não poderiam ter poder absoluto sobre o povo, mas ao contrário, deveriam garantir a seus cidadãos os direitos anteriormente citados.

O Liberalismo é uma corrente filosófica, econômica e social que preconiza a defesa da liberdade e da garantia dos direitos individuais. Ele surge num contexto de transformações na Europa do século XVII e vai servir de parâmetro para as revoluções que se seguirão nos séculos XVIII e XIX.

Esta corrente surge contestando muitas normas sociais que predominavam no Velho Continente, com o direito divino das monarquias, o absolutismo e o Estado teocrático, confessional.

Assim, se torna a filosofia da burguesia e é por muitos considerada a ideologia da sociedade atual, advinda da era mercantilista e consolidada após as revoluções Industrial, Inglesa, Francesa e Americana.

No campo econômico, os liberais defendem a livre iniciativa, o livre comércio, o livre mercado e no início, foram importantes para desmontar grandes redes monopolistas instituídas pelos Reinos e Estados europeus daqueles tempos.

No campo social, mais uma vez preconiza a liberdade individual, a liberdade de credo, de orientação política, a liberdade de expressão e a igualdade de direitos, de gêneros e étnica.

No campo político, o Liberalismo defende sobretudo a Democracia e a igualdade de direitos, considerando que esta igualdade entre todos, no campo jurídico e social é o que possibilita a liberdade. O termo ganhou contornos benevolentes com o Iluminismo.

Não podemos confundir o conceito com os relativos à libertinagem, um termo pejorativo associado à indiscrição e imoralidade.

Como podemos constatar, o Liberalismo é extremamente predominante na sociedade atual. Nada mais justo, dado que vivemos em uma sociedade derivada da consolidação da burguesia europeia como dominante. Assim, sua ideologia passou a predominar em praticamente todo o mundo chamado de civilizado, salvos exceções dos países chamados de “comunistas” e nos países cujos governos são ligados à seitas religiosas.

No ocidente, em todos os Estados democráticos, as ideologias dominantes têm raízes liberais, apesar de uma certa dicotomia ter sido criada no interior da sociedade. Questões políticas e eleitorais aproximam alguns grupos do socialismo, outros do anarquismo e outros do fascismo. 

Como podemos entender essa situação?



Muito simples. Alguns grupos focam na questão econômica. Esses se dizem “liberais na economia e conservadores nos costumes”! Este é um uso oportunista do termo, uma vez que é usado pela conveniência, dado que os propagadores dessa ideia geralmente são pessoas associadas ao Mercado de Capitais e ao mundo dos negócios.

Assim bradam a não intervenção estatal, a parte do Liberalismo que lhes interessa, enquanto mantêm alguma aproximação dos costumes conservadores, a fim de ganhar a adesão de grupos religiosos e de pessoas com baixo nível de escolaridade. Apoiam um Estado policial severo, pois o único direito dos defendidos por Locke que lhes é importante é o da propriedade. E só a deles.

Conseguem se entender como liberais e patriotas ao mesmo tempo, algo que historicamente faz pouco ou nenhum sentido. Dessa forma, acabam se aproximando mais de regimes autoritários, como fascista.

Do outro lado, não menos enganado está o que se chama de esquerda hoje. Essa é a parte dos liberais que continuou se chamando de “esquerda”, uma vez que eram assim vistos os primeiros defensores dessa ideologia, na Inglaterra e na França da Idade Moderna.

Esses focam nas liberdades individuais e nos direitos a respeito da igualdade de gênero, de etnias e no internacionalismo. Muitos desses grupos se apresentam como socialistas e usam conceitos marxistas para propagar suas ideias. Na prática, são a parcela reformista dos liberais.

E há um grupo mais radical, que defende boa parte das duas ideias, tanto em relação às liberdades econômicas quanto às liberdades individuais. Uma boa parte deles defende a manutenção do sistema econômico, porém com a completa inexistência do Estado. Esses são chamados de Anarcocapitalistas. Porém, sua participação no cenário político ainda é restrita e não formam um partido ou um grupo de partidos considerável. Até porque são anarquistas e não apreciam esse tipo de organização.

No campo econômico, o Liberalismo Clássico, também chamado de Tradicional ou Laissez-Faire foi defendido por economistas como Adam Smith, Thomas Malthus e David Ricardo. A ideia central dessa doutrina econômica é a livre iniciativa e a liberdade individual, com a limitação do poder do Estado pelo que se chamou de império das leis.

Segundo Adam Smith, em seu célebre livro “A Riqueza das Nações” as interações entre indivíduos obedeceriam a uma determinada ordem e uma espécie de “Mão Invisível” orientaria a economia beneficiando toda a sociedade.

Por fim é importante que falemos do termo neoliberalismo. Ao contrário dos partidários do liberalismo tradicional, os neoliberais se concentram na questão econômica, exclusivamente. Defendem reformas políticas e econômicas que reduzam o papel do Estado na economia e sua moral social está voltada para uma suposta meritocracia, segundo a qual a propriedade e o retorno financeiro do indivíduo estariam associados ao mérito, que teve na conquista de seus objetivos.

Entretanto, esta definição de mérito não é bem clara e, muitas vezes envolve ações antiéticas, imorais e até mesmo contravenções.

Há também os Libertários, uma ramificação do Liberalismo, também associada ao Anarquismo, que defende a liberdade absoluta, compartilhando um alto grau de ceticismo em relação ao Estado, porém com muita divergência sobre o sistema político o qual defendem.

Enfim, o Liberalismo é a ideologia predominante, às qual muitos confundem com o termo Capitalismo, considerados por alguns uma pecha pejorativa criada pelos comunistas e socialistas. Entretanto, todos os três conceitos são derivados da consolidação da sociedade Liberal – Burguesa, que é onde vivemos hoje e deve continuar assim por muitos anos.



Na próxima semana falaremos mais a fundo sobre Território e Guerra.

Muito Obrigado! 

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