A religião era uma máscara para a opulência do poder secular que escravizava toda uma sociedade de proporções continentais.
Apesar de todo o poderio físico, psicológico e social da oligarquia medieval composta por nobres e pelos monges de alto escalão, pensadores independentes buscaram a liberdade e a criatividade e foram armados de pensamento crítico e do espírito desbravador para retomar as rédeas da própria razão!
Munidos da mais mordaz curiosidade e protegidos pela metodologia científica, esses bravos pensadores se permitiram pensar com suas próprias cabeças e, por conseguinte, redescobriram as ciências e as artes.
Como resultado, eles conseguiram tirar sua sociedade de um centenário atraso que tinham em relação às sociedades mais próximas, como a chinesa e a turca e redescobriram o Mundo.
Com seus barcos, singraram os oceanos e dominaram todos os povos.
Agora, quando todos os povos são apenas um, parecemos precisar de novos bravos pensadores, que desafiem as autoridades das inteligências artificiais e busquem desbravar um novo oceano, agora bloqueado pela bestialidade cotidiana do ser-humano contemporâneo.
O sábio que nada sabe, mas que opina sobre tudo é o novo guardião das trevas, o monge medieval travestido de indivíduo contemporâneo, com sua função de julgar e condenar à fogueira qualquer um que ouse utilizar de um telescópio.
A ignorância do povo protege os poderosos, enquanto açoita o próprio povo.
Precisamos de um novo renascimento, mas não da técnica, não apenas do saber, mas principalmente, da busca pelos porquês.
De que vale toda a tecnologia e não existe motivação?
De que vale toda a inteligência artificial disponível, se as pessoas que deveriam ser beneficiadas por ela buscam o fim de suas próprias existências por não encontrarem motivos e nem meios para persistirem?
Chegou a hora... passou da hora de renascermos enquanto sociedade, enquanto espécie, enquanto o mundo. Enquanto podemos ....
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