segunda-feira, 31 de julho de 2023
Novo Renascimento
segunda-feira, 3 de julho de 2023
Filosofia não é Copywriting
Vejo que é muito comum as pessoas associarem o estudo da Filosofia com "viagens" mentais insanas, elucubrações abstratas vazia, niilismo absoluto e falta de sentido prático do pensamento.
Muitas pessoas cotidianamente associam o sentido de Filosofia a um conjunto de preceitos de trabalho, o que até tem mais a ver, mas também não seria o sentido mais profundo que o termo pode significar.
Mas aqui nos importa diferenciar o que é de fato a Filosofia, ou seja a busca da razão e das explicações através da reflexão crítica, racional e independente.
Pensando desta forma, devermos afastar o que significa Filosofia, dos que defendem pseudociências sem reflexão severamente crítica ou os que atacam cientistas que fazem reflexão crítica e, inclusive autocrítica para formular explicações plausíveis e verificáveis acerca do mundo natural.
Não é porque a disciplina em questão se debruça sobre temas, que muitas das vezes são indemonstráveis ou inverificáveis, como a metafísica, por exemplo, que podemos considerar como ramos ou matéria dela quaisquer afirmações abstrata sobre a criação do universo e o modus operandi do cosmo.
Atacar a ciência por puro desolamento intelectual, por solidão social ou por desilusão política não faz com que o autor dos ataques seja filósofo.
A Filosofia não é a pura abstração sem explicação, mas o contrário, é a abstração que busca a explicação racional e o conhecimento através da crítica construtiva.
E por Crítica se entende a análise com base em critérios e não a sua ausência.
Dessa maneira, é fácil notar que temos muitos falsos filósofos no nosso mundo contemporâneo. Aproveitadores e charlatães que fazem uso de técnicas de vendas vãs e banais e convencem alguns solitários desesperados a se unirem a sua luta quixotesca contra moinhos de ventos sociais.
Os falsos intelectuais conquistam outros falsos intelectuais, em geral são apenas defensores de algum interesse material ou social evidente, se escondendo sobre o escudo da falsa metafísica e de uma abstração sem critério.
Não deixemos nossas mentes serem trituradas nesses liquidificadores de interesses. Filosofia não é delírio e também não é copywriting.
sexta-feira, 6 de maio de 2022
5 FUNÇÕES DO FILÓSOFO CONTEMPORÂNEO
Para que serve o filósofo hoje, se já temos uma ciência desenvolvida e conhecimento da física, da química e da biologia comprovados ao ponto de manipularmos essas disciplinas e criarmos coisas práticas com elas?
A filosofia ocidental é resultado da busca de uma explicação racional da realidade, com base no pensamento crítico e na observação empírica.
Entretanto, o termo filosofia segundo autores mais antigos teria vindo de Pitágoras, filósofo e matemático grego, que viveu no século VI a.C. Para ele, a filosofia seria o amor pelo saber, a busca pela sabedoria que só poderia ser experimenta pelo ser consciente, o ser-humano.
Já o platonismo considera a filosofia como a investigação da realidade e das suas propriedades, forma abrangente e afastada da opinião irrefletida, do senso comum.
No início, a principal reflexão levantada pelos filósofos na Grécia era sobre a metafísica. Como o mundo surgiu, de onde tudo veio e o que constitui a matéria eram as principais discussões do meio filosófico daquele tempo.
Com o aparecimento de Sócrates (470 a 399 a.C.) a filosofia passou a adentrar o campo da ética, da moral, da política, do comportamento e da civilidade. Seu principal discípulo, Platão buscou conciliar tanto a reflexão metafísica com a cívica, além do estudo da matemática.
Não podemos nos esquecer que o termo filosofia também é empregado para nos referirmos a pensadores orientais que, diferentemente dos gregos não se afastaram da religião, para esquematizar suas ideias, se assemelhando em certo grau aos filósofos medievais católicos, aos modernos protestantes e aos meso orientais, como Salomão, o sábio.
É necessário salientar que ao longo da história, os grandes pensadores foram, em geral pessoas importantes em seus contextos sociais. Não eram todos desabrigados e maltrapilhos, como muitos hoje tentam fazer parecer.
Aristóteles foi conselheiro de Alexandre, o Grande e Marco Aurélio, Imperador romano era filósofo ele próprio. Thomas Morus foi chanceler. E muitos outros que tiveram cargos públicos ou um relacionamento próximo com seus governantes, ou mesmo foram líderes de movimentos revolucionários que alteraram significativamente a realidade social em que viviam.
Dessa forma, podemos compreender que o filósofo tem ainda uma grande importância na sociedade e não pode ser ignorada, apesar da pressão social pela descrença dos pensadores, como fazia o clássico "Jogo da Vida"!
Este era um jogo de tabuleiro muito conhecido nos anos 80 e 90 no qual o vencedor virava milionário(ou magnata) e o perdedor ia morar no campo e viver como filósofo, dando claramente a impressão de que o filósofo era o retrato do fracasso social.
Ao contrário, toda sociedade, todo governo, todos os princípios econômicos têm suas filosofias intrínsecas e, obviamente um pensador (ou vários pensadores) por trás de todo o sistema.
Sendo assim, consideramos que haja notadamente cinco funções práticas que devem ser assumidas por pensadores racionais e críticos:
1 - A Esquematização Sistemática do Pensamento.
Aqui, o filósofo é responsável pela organização da forma de explicação de mundo. Mesmo que a ciência empírica seja positiva, demonstrável e sendo assim explicada em si mesma, ela deve possuir uma organização sistematizada através da qual as razões sobre as quais as leis da ciência são formuladas possam ser apresentadas e explicadas àqueles que não são praticantes e/ou conhecedores das técnicas científicas aplicadas.
2 - Convívio Social e Político.
Toda profissão tem seu código de ética e toda sociedade tem a sua moral social. É função do pensador buscar compreender os valores morais e éticos de uma sociedade e apresentar e explicar as razões que formam as leis cívicas e a doutrina política para a sociedade na qual está inserido.
3 - A Sabedoria em si.
Neste ponto podemos aproximar o filósofo contemporâneo ao sábio bíblico Salomão. Neste caso, a sabedoria seria uma forma superior de discernimento usado para tomar as melhores decisões visando o bem maior para todos. Não se trataria de uma visão matemática ou cientificista, mas sim unindo conhecimento à bondade e até aproximando-se da religiosidade.
4 - Transcendência Religiosa.
Nosso conhecimento das ciências físicas hoje é avançado, mas a metafísica ainda é campo para elucubrações. Ninguém conseguiu provar que Deus existe e nem que não existe. Obviamente, cada doutrina tem a sua explicação para o caso. O filósofo pode apresentar explicações intermediárias ou até lançar ideias diferentes e inovadores sobre essa questão.
5 Reflexão Para Transformação da Realidade Social, Moral, Material e Econômica.
A história não acabou. Nem todos estão plenamente satisfeitos com a sociedade em que vivem. Novas formas de organizações sociais podem ser apresentadas através da construção crítica de um sistema de pensamentos. É claro que os mais bem sucedidos vão tentar sempre forçar a todos a acreditarem que a sociedade em que eles são mais poderosos é a melhor para todo mundo. Cabe ao filósofo, o livre pensador a mostrar que isso nem sempre é a verdade.
Enfim, o pensamento livre e crítico e a criação de sistemas organizados de pensamento fora do campo estritamente científico ainda possuem espaço para comportarem a figura do filósofo, o pensador independente, tanto da ciência quanto da religião.
Eles não querem que pensemos.
Mesmo assim, se mantenha pensante!
Araújo Neto!
sexta-feira, 3 de dezembro de 2021
POR QUE A INVEJA É O PIOR DOS SETE PECADOS CAPITAIS?
Segundo a doutrina bíblica cristã, existem sete pecados dos quais todos os demais derivam e, por este motivo são chamados de "Pecados Capitais".
sexta-feira, 22 de outubro de 2021
Cândido - Por que do otimismo?
"Vivemos no melhor dos mundos possíveis"!
Este é o lema do personagem Cândido, do conto filosófico homônimo (Cândido, ou O Otimismo) escrito por Froçois-Marie Arouet, mais conhecido como Voltaire, em 1758. Na obra, o autor iluminista assina com o pseudônimo de "Monsieur le docteur Ralph (Senhor Dr. Ralph) e satiriza principalmente as ideias otimista de outro famoso filósofo: Leibniz.
Na obra, o mantra recitado insistentemente por Cândido lhe fora ensinado por seu mentor Dr. Pangloss. O jovem protagonista fora criado apartado do mundo em um castelo no qual recebe os ensinamentos do mestre, otimista como Leibniz.
Porém, acidentalmente acaba beijando a filha do Barão do Castelo e sua prima, Cunegundes e, por isso é expulso de lá.
Após esse acontecimento, o jovem é exposto a uma sucessão de desventuras que, pouco a pouco vão destituindo este otimismo exagerado sobre a vida e lhe demonstrando o lado obscuro do mundo. E assim torna a sua visão menos exagerada (digamos assim) pelo otimismo de seus primeiros anos.
O livro aborda muitas questões filosóficas, como o bem e o mal, a religião, a política, a guerra, até outros filósofos, sempre em tom satírico.
Os acontecimentos históricos recentes também influenciam muito no roteiro da obra, como a Guerra dos Sete Anos (1756-1763) e o Grande Terremoto de Lisboa (1755).
Voltaire é certamente um dos filósofos iluministas mais icônicos. Sua forma de contar as histórias e tratar de temas relevante, assim com ode fazer suas críticas, de forma satírica e irônica o tornam um dos filósofos de leitura mais simples.
Neste conto, a mistura de romance, aventura e comédia tornam a leitura leve e agradável até para os mais jovens.
sexta-feira, 6 de agosto de 2021
Filosofia e Esportes: Olimpíadas na Antiguidade.
O que tem a ver filosofia e esportes? Filósofo pratica esportes? Qual filósofo participou das Olimpíadas na antiguidade?
Quem acha que filósofos são "nerds" meio lesados, com dificuldades para esportes está enganado. Ao menos se estamos falando de filósofos gregos.
Ao contrário do que os estereótipos atuais possam sugerir, os filósofos de Grécia Antiga costumavam-se a dedicar a muitas disciplinas e, por essa razão foram considerados homens universais.
Aristóteles, Sócrates e Platão, por exemplo, foram relatados como expectadores dos jogos olímpicos em algumas oportunidades.
Platão foi além. Apesar da sua filosofia contemplativa, sua prática foi muito mais incisiva do que aparentaria.
O filósofo inclusive participou dos jogos como competidor e teria sido bicampeão olímpico no pancrácio, um espécie de luta misturada com pugilato (quase um boxe), um "vale-tudo" da época.
Outro que pode ter participado dos Jogos foi Pitágoras. Pode, porque até hoje não se sabe ao certo se foi mesmo o matemático de Samos, que chegou a ser proibido de competir no pugilato, o boxe da época, mas foi proibido de competir entre os meninos por ter sido considerado "efeminado". No entanto, competiu entre os homens e ganhou de todos os adversários.
Segundo o clássico historiador e biógrafo dos filósofos gregos, Diógenes Laércio, não se tratavam da mesma pessoa, embora alguns autores contemporâneos discutam essa identidade.
Aliás, hoje os especialistas em educação já admitem que há uma relação direta entre a prática de esportes e o desenvolvimento intelectual. Quem pratica esportes na escola aprende mais facilmente.
Portanto, tenha cuidado! Não ache que aquele fortão que puxa ferro na academia tem a cabeça vazia. Muito filósofos também foram atletas. Filósofo também pratica esportes.
Araújo Neto