Era por volta do ano 585 a.C., quando Tales, considerado o primeiro físico grego florescia em sua filosofia. Sua escola de pensamento começava a ganhar notoriedade.
Ele inaugurou a a linha de pensamento crítico ocidental, que buscava explicação racional e com base na natureza para a explicação do surgimento do Universo.
A Escola Jônica foi a primeira a buscar explicações racionais par ao mundo, logo seguida pela Eleata e pela Pitagórica, as principais correntes filosóficas consideradas pré-socráticas.
Os pré-socráticos são os filósofos gregos que aparecera antes de Sócrates, considerado um divisor de águas na história da filosofia. Isso porque o ateniense foi o primeiro a buscar trazer reflexões sobre a ética e a sociedade e não só apenas buscar explicações para fenômenos fisiocráticos.
Por sua vez, os Pré-Socráticos foram considerados filósofos fisiocráticos exatamente porque se concentravam principalmente em explicações para o mundo físico e metafísico.
Tales de Mileto foi o primeiro a propor este tipo de explicação. Utilizando-se do senso crítico e da razão propôs o conceito de elemento primordial, do qual derivariam todos os outros elementos e objetos existente em nossa realidade.
O fundador da Escola Jônica não pretendia ser dogmático e propôs, talvez até mesmo tenha incentivado seus discípulos a contestar sua proposição de forma crítica e embasada.
Além de físico, Tales também foi astrônomo, político, comerciante e chegou a ser considerado um dos 7 sábios da Grécia Antiga.
Esses filósofos Pré-Socráticos poucos escritos deixaram e pouquíssimos fragmentos e citações chegaram até nossos dias.
As maiores fontes de referência a seus pensamentos advém de relatos de historiadores e citações de outros filósofos, como Aristóteles, Platão e Simplício.
Mas o que torna Tales tão diferente que o faz ser considerado o primeiro filósofo da história ocidental?
Antes de responder à pergunta é preciso considerar os estudiosos que remontaram a importância dos primeiros pensadores críticos da Grécia.
Na modernidade Georg Wilhelm Friedrich Hegel e Friedrich Nietzsche foram 2 filósofos que buscaram nos primeiros pensadores gregos referências para suas análises e reflexões.
Nietzsche foi, inclusive, um dos principais utilizadores das referências dos Pré-Socráticos e ajudou a dar mais visibilidade aos pensamentos e teoria dos fisiocratas de outrora. E é exatamente o radical filósofo alemão que tenta dar essa complexa explicação.
Segundo afirmou Nietzsche, existem 3 razões para considerar a importância do pensamento filosófico iniciado por Tales em Mileto como o primeiro passível de ser chamado de filosófico.
A primeira refere-se ao fato de de enunciar algo sobre a origem das coisas, embora essa parte ainda mantenha de certa forma próximo dos místicos e religiosos. Mas por si mesma já demonstra uma certa capacidade racional, pelo simples fato de entender que as coisas que existem nem sempre existiram como são hoje.
A segunda a separa do grupo dos supersticiosos e míticos por buscar essa explicação inicial sem o uso de fábulas, mitos e alegorias.
A terceira é a que faz a diferença. Segundo Nietzsche, embora incipiente está contido o pensamento "Tudo é um", para ele, um postulado metafísico baseado na intuição mística do primeiro filósofo, que gerou uma "tirana" generalização.
Apesar da apreciação apresentada, Nietzsche usa sua argumentação para traçar uma crítica profunda à constituição da filosofia com base em algo que considerou uma contemplação movida por uma crença ilógica, fantasiosa e indemonstrável.
O filósofo alemão propôs uma revolução na visão da filosofia ocidental, libertando o pensamento de mundos ideais, criticando o moralismo religioso, o niilismo existencialista e o racionalismo filosófico.
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