Mostrando postagens com marcador pensamento crítico. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pensamento crítico. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 31 de julho de 2023

Novo Renascimento

Em determinado momento, a Europa se encontrava sob as trevas da opressão e a ignorância era incentivada para a manutenção das estruturas socioeconômicas. 


A religião era uma máscara para a opulência do poder secular que escravizava toda uma sociedade de proporções continentais. 

Apesar de todo o poderia físico, psicológico e social da oligarquia medieval composta por nobres e pelos monges de alto escalão, pensadores independentes buscaram a liberdade e a criatividade e foram armados de pensamento crítico e do espírito desbravador para retomar as rédeas da própria razão!


Munidos da mais mordaz curiosidade e protegidos pela metodologia científica, esses bravos pensadores se permitiram pensar com suas próprias cabeças e, por conseguinte, redescobriram as ciências e as artes.

Como resultado, eles conseguiram tirar sua sociedade de um centenário atraso que tinham em relação às sociedades mais próximas, como a chinesa e a turca e redescobriram o Mundo. 

Com seus barcos, singraram os oceanos e dominaram todos os povos. 

Agora, quando todos os povos são apenas um, parecemos precisar de novos bravos pensadores, que desafiem as autoridades das inteligências artificiais e busquem desbravar um novo oceano, agora bloqueado pela bestialidade cotidiana do ser-humano contemporâneo. 

O sábio que nada sabe, mas que opina sobre tudo é o novo guardião das trevas, o monge medieval travestido de indivíduo contemporâneo, com sua função de julgar e condenar à fogueira qualquer um que ouse utilizar de um telescópio.



A ignorância do povo protege os poderosos, enquanto açoita o próprio povo. 

Precisamos de um novo renascimento, mas não da técnica, não apenas do saber, mas principalmente, da busca pelos porquês. 

De que vale toda a tecnologia e não existe motivação? 

De que vale toda a inteligência artificial disponível, se as pessoas que deveriam ser beneficiadas por ela buscam o fim de suas próprias existências por não encontrarem motivos e nem meios para persistirem?

Chegou a hora... passou da hora de renascermos enquanto sociedade, enquanto espécie, enquanto o mundo. Enquanto podemos ....

sexta-feira, 25 de março de 2022

O que é Escolástica e como ela surgiu

No últimos anos do Império Romano, a política e a economia local estavam enfrentando uma crise de proporções enormes. Além disso, havia também uma grande e avançada desestruturação militar, sendo que o exército expansionista de Roma fora uma das principais marcas do império em toda a sua história.



A filosofia  não ficou de fora da turbulência social. Com as invasões bárbaras, pouco a pouco as escolas filosóficas foram caindo no ostracismo ou mesmo sendo proibidas pelos governantes de orientação cristã.

Com isso, boa parte das escolas tradicionais da filosofia, em Roma, perderam espaço, se tornaram clandestinas ou mesmo acabaram. Na sua grande parte estas escolas remontavam suas origens à Grécia Antiga.

Na Idade Média, com a consolidação do catolicismo como dominante na Europa, a doutrinação cristã passou a coibir qualquer tipo de pensamento que conflitasse com a interpretação vigente dos Livros Sagrados.

Porém, algumas linhas de pensamento que pudessem ser associadas ao cristianismo foram aceitas, principalmente interpretações da filosofia platônica, bem como da filosofia aristotélica. 

Assim surgiu a Escolástica, o Escolasticismo ou mesmo Filosofia Escolástica que se trata de um método de pensamento crítico, ensino e aprendizagem que busca a conciliação do pensamento racional com a fé cristã, ou pelo menos com a interpretação que faziam os líderes religiosos da Igreja naquela época. 

O crescimento da corrente foi impulsionado pela necessidade da Igreja Medieval de formar sacerdotes. Para isso, a instituição criou várias universidades, uma vez que o estudo gozava de prestígio na sociedade, de então.

A Filosofia Escolástica foi tão importante no pensamento medieval que o período entre os séculos IX e XVI é conhecido como período escolástico, pelo predomínio que o método exerce sobre as universidades da época. 

A obra-prima de Tomás de Aquino, denominado Summa Theologica, é, frequentemente, vista como exemplo maior da escolástica.

Para a escolástica, algumas fontes eram fundamentais no aprofundamento de sua reflexão, por exemplo os filósofos antigos, a Bíblia e os Padres da Igreja, autores dos primeiros séculos cristãos que tinham sobre si a autoridade de fé e de santidade.



O principal representante dessa corrente foi certamente São Tomás de Aquino, mas figuras como João Escoto Erígena, Anselmo de Cantuária e Guilherme de Ockham também tiveram grande importância no desenvolvimento desta escola. E não podemos esquecer a influência de Boécio, considerado o último dos romanos e primeiro dos escolásticos, já nos século V e VI.


Araújo Neto