sexta-feira, 30 de agosto de 2024

Política: Existem regras gerais ou cada povo tem a sua própria maneira de formular leis?

Nesta semana publicamos dois vídeos trazendo passagens emblemáticas de dois importantes pensadores pós-medievais.

Numa, tivemos Maquiavel e noutra Rousseau.

São dois pensadores bem divergentes em termos de pensamentos, mas que trazem similaridades intrínsecas entre si.



São dois pensadores modernos que trouxeram reflexões importantes sobre a política europeia pós-renascentista. 

No caso de Maquiavel, escritor e político italiano do século XVI, este buscou formular uma teoria política universal, que seria acessível a qualquer um em qualquer momento em qualquer situação. 

Daí sua visão de que a ideia de castigo exemplar seria o suficiente para doutrinar toda uma sociedade.

Por outro lado, a visão de Jean-Jacques Rousseau, genebrino pensador do século XVIII idealizava o homem natural.

Dessa forma, propunha que as leis observassem as disposições naturais de cada homem em cada situação natural e, que em cada situação específica uma lei específica deveria ser formulada.

De fato,  existem situações  em que regras gerais podem ser observadas em sociedades humanas, mas em geral as especificidades são determinantes para as formulações de leis especificas.

Não podemos afirmar que exista uma regra geral ou específica para a ação humana em sociedade. Ao contrário, isso ainda é tema de muitos debates e discussões das maiores e melhores mentes da atualidade.



Mas as dicotômicas visões destes dois grandes pensadores de outrora nos trazem este importante debate acerca da teoria política.

Afinal, podemos ter regras gerais na política, ou devemos observar as singularidades de cada povo para a formulação de leis específicas?

Fica aqui o nosso debate.

sexta-feira, 23 de agosto de 2024

O Paradoxo do Conhecimento

 A busca pelo conhecimento pode nos levar ao encontro com a muralha que chamamos de "paradoxo". O conceito vem de Górgias, sofista de Leontinos, na antiga Grécia, que é reconhecido pelas contribuições que fizera ao uso da retórica e da argumentação. 

Para o filósofo, mais importante do que ser verdadeiro, o conhecimento deveria ser passível de ser provado ou defendido. Isto porque, para ele, não seria possível acessar o conhecimento de fato.

Para Górgias, não é possível encontrar o conhecimento no sentido estático e definitivo. Afirmou nada existe que possa ser conhecido, se puder ser conhecido não poderia ser comunicado, se pudesse ser comunicado não poderia ser compreendido.

Dessa forma, o exacerbado ceticismo sofista, que nos leva à retórica pura e a não-verdade de fato encontra na lógica sensorial o seu respaldo. Os sofistas tinham a visão de que o conhecimento verdadeiro não pode ser adquirido e interpretações pessoais da realidade são o que temos a partir do uso dos sentidos.

Se cada pessoa tem seus próprios órgãos sensitivos e cada órgão gera uma resposta pessoal e dentro do cérebro de cada pessoa há todo um conjunto de formas de interpretações, sejam elas geneticamente programadas, sejam culturalmente assimiladas, um mesmo fenômeno ou acontecimento pode ser visto de inúmeras formas diferentes por inúmeros indivíduos diferentes.

É neste ponto que se torna genérico e plausível a visão argumentativa de Pródicos, contemporâneo sofista de Górgias que afirmou que "o homem é a medida de todas as coisas", frase que se tornou célebre no Renascimento e se tornou um dos principais lemas do Humanismo pós-medieval. 



A visão cética vai influenciar o pensamento de Sócrates, que afirmara que conhecia de fato sua ignorância por mais que buscasse saber e por mais que de fato fosse encontrando novos conhecimentos. 

A ciência e suas descobertas reafirmam tal noção à mediada que vamos descobrindo novos horizontes e novas explicações vão substituindo as antigas, como no caso da gravidade. Para Isaac Newton tratava-se de uma força. Para Albert Einstein trata-se de uma distorção no Espaço-Tempo. Já para alguns religiosos judeus e cristãos ocidentais trata-se de da imposição da Mão Divina que segura as pessoas na Terra.

O que de fato é aquilo que chamamos de gravidade depende obviamente da interpretação dos sentidos de cada um e de seu arcabouço cultural. A própria noção da sua existência depende da própria capacidade do indivíduo em entender que existe a atração ou de mesmo se interessar por este entendimento.

Se não há interesse e nem entendimento, se não há a percepção do fenômeno, a própria noção do seu acontecimento é desconhecida. Dessa forma o conhecimento ficaria assim incomunicável e incompreendido, como dissera Górgias, milênios atrás. 

E assim nasce a retórica do que é provável. E o que é provável depende do contexto do que se considera prova, o que está diretamente ligado à convenção social do meio em que os interlocutores estarão envolvidos. 

Podemos entender que o que se pode comunicar depende diretamente dos indivíduos entre os quais se dará a comunicação. 

Se existe de fato um conhecimento verdadeiro, fixo, estável e imutável, seríamos possível a nós, o compreendermos através dos nossos sentidos?

Nem Descartes convenceu os céticos, com seu argumento do cogito, pelo qual argumenta que o fato de pensar garante a sua existência. Afinal, nossos sentidos podem perceber que estamos pensando, mas essa percepção pode ser enganosa, como as demais que nos são transmitidas por nossos sentidos.

E enfim chegamos ao eterno paradoxo do conhecimento, que nos diz que quanto mais descobrimos, mais sabemos que não sabemos de nada. 

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

A Elite [#Part 2 ] Eram os deuses terrestres?

Mitos e lendas de povos antigos relatam feitos heroicos e sobre humanos protagonizados por indivíduos com capacidades superiores às dos seres humanos comuns. A essas entidades foram dados nomes genéricos de "deuses", "semideuses" ou "heróis" (em algumas culturas são espíritos ou simplesmente entidades.

Apesar de no meio científico pouca ou nenhuma relevância é dispensada a relatos mitológicos do passado, estudiosos independentes e "crentes" do meio popular ainda buscam suscitar o debate sobre a veracidade acerca dos textos e tradições mitológicos de civilizações antigas.

Há uma corrente ainda não considerada científica, mas ainda racionalista que aceita a explicação das ocorrências dos relatos mitológicos como evidência factual do contato dos seres humanos terrestres do passado com povos extraterrestres, certificando assim a existência de vida inteligente e altamente tecnológica em outros planetas.

Não viemos aqui buscar uma resposta definitiva, mas propor um debate pouco usual, considerando o tema em questão. É importante, aqui, aceitar a consideração de que as leis da física são comuns a todos os lugares do Universo conhecido e, ao mesmo tempo, desde o (suposto) "Big Bang" elas também se mantêm as mesmas ao longo do tempo. 

Se as leis da física são as mesmas e os componentes presentes em nosso Planeta se mantiveram em sua maioria e de forma geral os mesmo, é bem possível que, num passado remoto, o ser humano (ou possivelmente outra espécie racional) possa ter desenvolvido a mesma tecnologia que temos hoje, ou mesmo algo mais avançado.

Hoje, temos apenas uma raça humana, a dos homo sapiens. Gorilas, chimpanzés e orangotangos são considerados hominídeos contemporâneos de outros gêneros. No passado tivemos outras raças e mesmo outras espécies do gênero homo habitando a Terra e, até mesmo coexistindo. 



De forma análoga ao desenvolvimento do Homo Sapiens, outras sub famílias de hominídeos conseguiram se desenvolver e prosperar por muito tempo, na Terra. Descobrimos seus fósseis e fizemos testes genéticos que nos dão relativa margem de segurança para afirmar sua existência no passado.

Se as condições físicas, químicas e elementais da Terra são as mesmas há milênios e a presença de indivíduos racionais pode ser mais antiga do que conhecemos, seria impossível imaginar que uma espécie de primata antiga pudesse desenvolver tecnologia antes de nós e no passado ter chegado à conquistas que estamos conseguindo hoje?

Vejamos o Mahabharata, épico sânscrito da antiga Índia que é considerado o poema mais longo já escrito. Ele narra uma guerra entre divindades e as consequências para o mundo desse confronto. 

As armas e artefatos usados pelos "deuses" descritos neste poema se assemelham muito a aparelhos tecnológicos que desenvolvemos hoje, visão compartilhada tanto pelos defensores da teoria dos antigos astronautas, como por muitos estudiosos dos hinduísmo.

E é nesse ponto que a reflexão se faz necessária. Se é possível criar tecnologia hoje, foi igualmente possível tê-la criado há 10 mil anos atrás.

É verdade que, hoje temos um conhecimento acumulado de mais de 5 mil anos, desde que a escrita foi inventada, segundo a antropologia e história convencionais. Entretanto, não é porque não temos prova material de que algo aconteceu que este algo de fato não aconteceu. 

Pode ser que ainda não tenhamos tais provas e que essas apareçam em um momento futuro. No ano 1000 d.C. não haviam esqueletos de dinossauros nos museus. Hoje há! 

Então, seria impossível que uma espécie, uma raça ou mesmo apenas uma tribo diferente e excludente de hominídeos da pré-história tivesse desenvolvido (na Terra mesmo e não fora dela) tecnologia tão avançada que os fez serem vistos pelos que estavam de fora como seres sobrenaturais e divinos?

Seria impossível mesmo que humanos ou hominídeos com uma coeficiente intelectual superior ao do homo sapiens atual tenha chegado a um nível tão elevado de conhecimento que possa ter desenvolvido armas, computadores e fórmulas medicinais superiores às que temos hoje a ponto de não serem resumidamente compreendidas pelos outros homens, da mesma forma que a nossa tecnologia não é compreendida pelos primatas que habitam a Terra nos tempos atuais?

E a parte aterrorizante é que podemos estar vendo isso acontecer atualmente. Como falamos na semana anterior, apesar do acesso fácil à tecnologia, a segregação econômica e social criam uma disparidade muito grande entre a qualidade e a quantidade (ao menos simultânea) da tecnologia acessada. 

Sendo assim, podemos estar criando as condições para a bifurcação da estrada da nossa espécie na Terra. Os caminhos podem vir a diferenciar-se entre o daqueles que tem o acesso ao controle da tecnologia e sua programação e o daqueles que apenas fazem uso e acabam sendo dependentes do que a tecnologia os oferece. 

Não é difícil ou ficcional hoje imaginarmos a separação da humanidade em uma elite biocibernética e uma plebe excluída digitalmente. 

A diferença que a tecnologia propicia é tamanha que impossibilitaria a plebe de sequer perceber a dimensão do poder e da superioridade da elite, tornando a reconciliação improvável pelo resto da história. 


sexta-feira, 9 de agosto de 2024

A Elite [#Parte 1] A Desigualdade

As diferenças são características imanentes em todas as espécies, por mais que pareçam não existir, em alguns casos. Mesmos populações de seres unicelulares possuem algum grau de diferenciação entre seus indivíduos.

E é exatamente essa diferenciação individual que permite a evolução da espécie, conforme afirma Charles Darwin. As diferenças genotípicas propiciam a possibilidade de adaptação a novos ambientes, possibilitando a sobrevivência da espécie. 

Essa diferenciação é inseparável da natureza da vida e, por ela temos tanta riqueza biológica, em nosso planeta e, acredito que seja bom que isso aconteça. Não podemos imaginar a falta da diferença em populações de espécies, sejam animais, vegetais, fungos, bactérias e outros seres considerados vivos. 

A natureza estipula essa diferença e ela é, de certo modo responsável pela evolução das espécies e, concomitantemente pela manutenção da vida, ao menos em nossa biosfera.

Porém, enquanto seres racionais, podemos conjecturar possibilidades não naturais e propor soluções artificiais em ambientes não naturais. E essa possibilidade é, para nossa espécie humana uma diferenciação evolutiva importantíssima e decisiva em nosso modo de vida.

Ao criar ambientes artificiais e soluções igualmente não naturais, o ser-humano deixa de ser um agente passivo na natureza e na escala evolutiva e passa a ser co-criador da sua realidade, como nos aponta a Bíblia Judaico-Cristã.

E assim, podemos pensar a nossa formação social de forma racional e não necessariamente natural, ou naturalista, ou de forma animalesca. Podemos, ao menos propor uma sociedade ideal.

No entanto, esta proposição esbarra nas vontades e perspectivas individuais. Indivíduos em posição hierárquica ou social superior, em geral não estão dispostos a abrir mão de seus privilégios em prol de um ideal ou algum projeto coletivo de grandes proporções.

Dessa forma cria-se a ideologia da desigualdade e se buscam argumentações, não para entendê-la e interpretá-la, mas para defendê-la contra outras proposições.



A desigualdade, como dissemos acima, é uma característica inerente do ser vivo e é provável que se perpetue, pois ela é uma característica decisiva para a perpetuação da própria existência da vida.

Todavia, defender o desigualitarismo acaba se tornando uma bandeira levantada pelas classes dominantes em razão de seus privilégios sociais e não uma análise racional da natureza que constitui nossa espécie. 

E é aí que precisamos diferenciar igualdade como meio e igualdade como fim, até para podermos traçar os parâmetros dos méritos, para podermos conceber uma suposta meritocracia. 

Não podemos considerar mérito, quando a desigualdade entre os indivíduos analisados é consideravelmente grande. 

Como exemplo do que estamos apresentando, podemos apontar uma corrida. Como podemos avaliar o mérito de dois corredores, se um começa a corrida a 100 metros da chegada, enquanto o seu concorrente começa a 1.200 metros?

É preciso haver um mínimo de equidade para podermos comparar e julgar o mérito e, quando não existe um mínimo de proporcionalidade e aproximação, a meritocracia deve ser desconsiderada.

Essa é a questão que apresentamos da igualdade como fim x igualdade como meio. A igualdade não pode ser vista como uma finalidade social, mas sim como um meio, ou mesmo um ponto de partida para que o mérito possa ser qualificado. 

Mas, com o nível de sofisticação que a nossa sociedade se apresenta, hoje, é improvável regressar a um ponto em que possamos igualar os indivíduos e permitir que partam do zero e, de forma racional e organizada demonstrem os méritos para conseguir o que precisam.

Ao longo da história, a humanidade se desenvolveu como se desenvolveu. E muito do que chamamos de injusto e desonesto está contido no arcabouço teórico do mérito material da elite constituída. Mas não há como pedir um "reset" da humanidade.

Precisamos pensar o futuro com base no presente e não num passado pressuposto, abstrato, do qual ninguém hoje vivo teve acesso ou provas.

Devemos partir da sociedade que temos e conhecemos. E essa noção de buscar aas respostas para o futuro com base no presente balizou profundamente os movimentos operários europeus dos séculos XIX e XX. 

Estes que defendiam a organização dos operários e camponeses visando a instituição de uma nova sociedade, de um novo "Estado", do ponto de vista de organização social, seja com bases na proposta anarquista, seja com a orientação "socialista utópica", seja defendendo a teoria comunista marxista. 

E para eles, é imprescindível que demos duas notícias, uma boa e uma má.

A boa é que a luta deles está perto do fim, uma vez que sempre criticaram e enfrentaram a exploração do homem pelo homem e propuseram o fim desta situação, com ideias de sociedades inovadoras, sejam extremamente igualitárias, seja comandadas pelos outrora comandados.

A má notícia é que este fim se dá não pela consecução dos objetivos originais do movimento em  utilizar a nova tecnologia em desenvolvimento para o bem comum e em prol da coletividade, mas porque o homem está cada dia mais perto de se tornar obsoleto e desnecessário. 

E é neste momento que precisamos pensar o que será de nós. 

Se as massas permaneceram existindo nos últimos 200 anos foi, não porque as elites são misericordiosas e humanistas, mas porque o operário era necessário para aumentar o lucro do industrial.

Hoje, com o advento da Inteligência Artificial, o desenvolvimento de androides e drones, a necessidade do fator humano é a cada dia diminuída. 

Se os pobres, operários e camponeses não são mais necessários, por que devem continuar existindo?

Este é o ponto de partida para o debate acerca do futuro da humanidade em um mundo cada vez mais tecnológico, no qual as funções sociais e operacionais necessitam cada vez menos do ser humano para acontecer. 

O primeiro fator a analisar é que, apesar da democratização do acesso mínimo aos avanços tecnológicos, a desigualdade social propicia uma diferença exorbitante na quantidade e qualidade da tecnologia às quais as diferentes classes sociais acessam.

E esta é a base do que vamos apreciar na continuação deste texto, na próxima semana.

Como a tecnologia pode nos levar a uma segregação ainda mais extrema a ponto de separar a raça humana em duas ou mais sub raças. Como as mitologias e religiões podem nos ajudar a compreender o momento pelo qual passamos?


sexta-feira, 2 de agosto de 2024

O Elemento Primordial e A Origem de Tudo Que Existe

Já acreditamos que o Universo fosse infinito e eterno. Porém nossa visão e nossa crença sobre a origem e as características do nosso Universo mudaram ao longo dos tempos, com base nas pesquisas, observações e cálculos matemáticos, além da inseparável lógica.

Os cálculos atuais dos cosmólogos apontam que o Universo tenha cerca de 13,8 bilhões de anos de existência. Nesse longo período, além da formação de estrelas, planetas, galáxias o pudemos observar que há uma espécie de expansão do Cosmo.

No início, toda a massa do Universo se concentrava em um ponto ínfimo do espaço, o qual é chamado de "Singularidade", ou para alguns o "Átomo Primordial".

Na concepção cosmológica atual, o termo "singularidade" aponta uma região do Universo na qual as leis da física não podem ser observada, não funcionam como no resto do Espaço.

Dessa singularidade original, emergiu todo o Universo que conhecemos (e o que não conhecemos, mas sabemos que está lá).

Esse emersão é chamada de "Big-Bang" (O Grande Estrondo), que já foi chamada de explosão, mas hoje é reconhecida como um processo de macro expansão, no qual as grandes unidades celestiais, como galáxias vão se afastando uma das outras, dando continuidade ao que começou após a Singularidade Inicial.

Curioso é observar que, segundo os cosmólogos, essa expansão não funciona preenchendo espaços vazios com matéria, mas é ela quem cria espaços onde antes não havia nada. 



Essa observação gera mais perguntas do que resposta, como " o que existia onde o espaço está sendo criado?" ou "qual a direção da expansão?" ou ainda "qual é o formato do Universo?"

Mas para nós, meros especuladores da razão e estudiosos da história do pensamento humano, a grande questão é acerca da lógica original que impulsionou o surgimento da ciência ocidental.

Depois de séculos especulando e observando a realidade, chegamos a um ponto em que podemos religar a ciência contemporânea com a questão original da filosofia. 

Tales de Mileto é considerado como o primeiro filósofo racionalista da cultura ocidental. Nascido em 625 a.C. , em Mileto, na Jônia, Grécia, Tales propôs que tudo o que existia ao nosso redor teria vindo de um elemento primordial.

Seus discípulos, que formavam a "Escola Jônica" propuseram diferentes modelos e tipos de Elemento Primordial (Arché). Este elemento deveria estar presente em todas as coisas em todas as coisas. 

Para Tales, este elemento seria a água. Para Heráclito, era o fogo. Para Demócrito, o átomo.

E aí chegamos a um ponto em que podemos aproximar a teoria da lógica original à ciência contemporânea. Aquele elemento original singular que tudo continha não seria o elemento primordial e que hoje está contido em tudo o que existe?

Nos resta continuar pesquisando buscando entender o que era esta singularidade e de que tudo é feito, já que nomeamos erroneamente particulares elementares constituintes de elementos como átomos e não conseguimos eliminar de vez a proposição inicial de Tales. 

Mas já podemos estimar com alguma segurança, que tudo veio de um único ponto, onde tudo estava junto em um só lugar. 

Observação: Singularidades ainda podem ser observadas no Universo. São os chamados "Buracos Negros", onde as leis da física não funcionam.