Olá! Seja bem-vindo
ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre
o filósofo Sócrates, um dos mais importantes pensadores de todos os tempos e
como ele é importante na obra de outro grande filósofo, ninguém menos do que
Platão.
No último post nós
falamos um pouco sobre o filósofo Sócrates, suas ideias e seu jeito peculiar de
ser. Temos que ressaltar que a interpretação deste filósofo é bastante
complicada, dado que não deixou obra escrita.
O que se sabe e o
que se entende do que Sócrates defendia nos foi deixado por seus alunos e
companheiros. O principal deles é Platão, que foi seu discípulo por cerca de 10
anos.
Foi após a
condenação e execução de seu mestre, que Platão começou a registrar os
ensinamentos aprendidos. A forma como ele escolheu fazer tais registro foi
através de diálogos, exceto pelas cartas e pela Apologia de Sócrates. Esta é,
de fato um monólogo.
São 35 diálogos e 13
cartas atribuídas a Platão. Entretanto, boa parte dessas obras tem autenticidade
discutível.Já na antiguidade, muitos
textos apócrifos apontados como tendo sido escritos por Platão já circulavam.
Nos diálogos
autênticos, Sócrates é, na maioria o principal personagem. Ele costumava
iniciar uma discussão sobre algo com uma pergunta, que obtinha opiniões de seu
interlocutor, que ele primeiramente as aceitava.
Depois, por meio de
perguntas e respostas, mostrava o contraditório ou absurdo das opiniões
originais, levando o interlocutor a reconhecer seu desconhecimento sobre o
assunto. Esta primeira parte do método de Sócrates, destinada a levar o
indivíduo à convicção do erro, é a ironia.
Depois, continuando
o diálogo, e partindo da opinião primitiva do interlocutor, constrói com o
interlocutor o conhecimento daquilo que se discute. Sócrates deu a esta última
parte a designação de maiêutica - a arte de fazer nascer as ideias.
Os diálogos
socráticos escritos por Platão, na primeira fase de sua obra são considerados
autênticos e onde as ideias são predominantemente do mestre e foram escritos
pouco depois da sua morte e, 399 a.C.
Já a partir da fase
intermediária, as ideias passam a mostrar mais a visão do discípulo e Sócrates
servindo mais como um personagem do que Platão lhe servindo de redator.
E assim, pavimentado
no fértil terreno preparado por seu professor Sócrates, Platão redefiniu a
finalidade da filosofia e sedimentou as bases para a formação e o
desenvolvimento do pensamento racional, no ocidente.
Na próxima semana,
falaremos mais sobre a vida e a obra de Platão, filosofo que influenciou
diretamente boa parte do pensamento ocidental, na filosofia, nas ciências, nas
artes, na literatura e até na religião.
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Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre o filósofo Sócrates, um dos mais
importantes pensadores de todos os tempos.
“Só sei que nada sei”!
Sócrates tornou-se tão famoso,
quanto odiado, na Grécia do período clássico, utilizando frases como esta.
Sócrates foi contemporâneo de um grupo de mestres da oratória e da retórica, chamados de sofistas. Embora compartilhassem o interesse por questões cívicas, o filosofo se diferenciava por acreditar e buscar a verdade, tendo consciência da sua própria ignorância em contradição com os sofistas que acreditavam serem mais sábios que os demais e que a verdade não existia ou não era passível de ser inteligida, pela mente humana.
Entretanto, ao contrário de seus antagonistas, que prezavam
pelo discurso e pela retórica com finalidade de ganhos pessoais, Sócrates
abordava constantemente a ética e a moral, de forma que buscava tanto entender
o pensamento dos cidadãos quanto ajudar o desenvolvimento de sua civilização.
Sócrates não deixou nada escrito. O que se sabe sobre ele
veio da obra de seus discípulos Platão e Xenofante, bem como do dramaturgo
Aristófanes, seu contemporâneo. Viveu mais provavelmente entre 470 e 399 a.C. e
é reconhecido como “O Pai da Filosofia”.
É considerado um personagem histórico verdadeiro, apesar de
algumas controvérsias. Alguns estudiosos chegaram a acreditar se tratar de um
personagem criado por Platão.
O Sócrates Humano
Sócrates era uma figura bastante controversa. Não só por
suas ideias e metodologia, mas também por sua aparência. Era baixo, corpulento,
andava descalço e esfarrapado, além de passar muitas horas mergulhado em seus
pensamentos, vagando por Atenas, ajudando seus alunos na busca pela verdade ou
provocando debates acalorados com os sofistas.
O Método Socrático
O método socrático é uma técnica de investigação
filosófica feita em diálogo, que consiste em o professor conduzir o aluno a um
processo de reflexão e descoberta dos próprios valores.
Para isso o professor faz uso de perguntas simples e quase
ingênuas que têm por objetivo, em primeiro lugar, revelar as contradições
presentes na atual forma de pensar do aluno, normalmente baseadas em valores
e preconceitos da
sociedade, e auxiliá-lo assim a redefinir tais valores, aprendendo a pensar por
si mesmo.
Seu discurso era caracterizado pela Maiêutica, que buscava
fazer com que o seu interlocutor chegasse ao conhecimento a partir do seu
próprio raciocínio. Esse também era como se chamava a forma de se fazer um
parto, naquela época.A mãe de Sócrates
era parteira e ele provavelmente foi influenciado por esta questão. Seu método
também era conhecido com ‘um parto de ideia”.
Sócrates também é lembrado pela sua ironia. Em alguns casos,
ele é considerado um autêntico cínico.
A filosofia de Sócrates
A filosofia de Sócrates pode ser resumida pela epígrafe
escrita no templo de Apolo: “Conhece-te a ti mesmo”. Assim, ele buscava ajudar
o seu ouvinte a fazer uma auto reflexão , para entender a partir de suas
próprias ideais e conceitos o conhecimento que o levaria a encontrar a verdade.
Ao contrário dos sofistas, Sócrates cria que era possível
chegar até a verdade, através da reflexão e do pensamento.
Segundo disse: “A verdade já está no próprio homem, mas ele
não pode atingi-la, porque não só está envolto em falsas ideias, em
preconceitos, como está desprovido de métodos adequados”.
Era preciso, então derrubar esses obstáculos para se chegar
ao verdadeiro conhecimento, ao qual chama de virtude. Por isso, ele também
disse “Ninguém faz o mal voluntariamente”.
A concepção filosófica de Sócrates pode ser identificada
como um método de análise conceitual. A célebre questão socrática é
identificada na sua questão “O que é..X?” encontrada em todos os seus diálogos.
É dessa forma que busca a definição de determinada coisa, geralmente uma
virtude ou qualidade moral.
Por exemplo, no diálogo Ménon, o próprio Menon pergunta a
Sócrates se a virtude pode ser ensinada. Sócrates então responde: “como poderia
saber se uma coisa pode ser ensinada, se não sei sequer o que ela é.” E, em
seguida diz: “Diga-me você mesmo: O que é a virtude.”
Assim, o pai da filosofia buscava entender o que o termo
significava para a pessoa com quem dialogava. Com isso, se tornou extremamente
importante para o desenvolvimento da gramática grega, assim como para a
pedagogia e, mais tarde seria muito influente na psicanálise.
Em 399 a.C. Sócrates é acusado de graves crimes e sua morte
é pedida por diversos cidadãos atenienses.O filósofo criticava abertamente o que considerava desvirtuamento da
democracia ateniense e questionava os valores e atitudes da sua época.
Em seu julgamento, que ficou conhecido como Apologia de
Sócrates, um dos clássicos diálogos Platônicos, Sócrates recusou-se a se
declarar inocente, ironiza seus acusadores e assume as acusações dizendo-se
coerente com o que ensinava.
Sócrates é condenado à morte e obrigado a beber cicuta, um
veneno usado na época. Apesar de alguns amigos sugerirem uma fuga para um
exílio, o filósofo prefere a morrer “domo cidadão ateniense e sempre coerente
com suas ideias e princípios.
Na próxima semana, falaremos mais um pouco sobre Sócrates e a
interpretação de suas ideias por parte do seu discípulo mais famoso: Platão; e
a importância dos diálogos socráticos.
Olá! Seja bem-vindo, ao Semanário do Pensamento! Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre os Mestres da Argumentação, na Antiga
Grécia, os chamados “Sofistas”!
Em postagens anteriores, falamos que a filosofia se
desenvolveu na Grécia, resultante das reflexões de mercadores que, ao entrar em
contato com outras culturas, começaram a questionar sobre os mitos que tratavam
do surgimento do mundo e do homem.
Buscando uma razão universal que explicasse o mundo sem que
se tivesse que recorrer ao mítico, ao religioso e ao sobrenatural, os gregos
criaram a filosofia, que serviria de base para a ciência natural que conhecemos
hoje.
Socialmente, o crescimento do comércio acabou levando a
sociedade grega a desenvolver outro conceito muito importante e difundido em
nossos dias: A Democracia!
Entre os séculos VI e IV A.C. as Cidades-Estados gregas vão
abandonando a estrutura política baseada na oligarquia, na autoridade
militarizada e poder religioso e passam gradualmente a adotar um modelo
democrático de política.
A força, a guerra, a imposição, o direito divino e o
privilégio de classe dão lugar ao debate, à argumentação, ao discurso, à busca
pela razão, etc. Surgem assim as assembleias, onde os debates políticos e
cívicos se darão, dali em diante.
A origem dessas assembleias é creditada à Assembleia dos
Guerreiros. Segundo alguns estudiosos, os guerreiros dessas Cidades-Estados
gregas, após saírem vitoriosos em um combate, se reuniam em assembleia e
debatiam sobre quem levaria os espólios da guerra. Nesse debate, todos tinham
iguais direitos e ganhava o direito às melhores escolhas aquelas que convenciam
os demais.
Com o tempo, a democracia dos guerreiros se estendeu pelo
mundo grego e se tornou comum a diversas cidades.
Diante desse cenário, o conhecimento da língua e do
discurso, assim como o poder de convencimento do outro tornou-se habilidade
fundamental para o sucesso na sociedade grega.
E foi aí que nasceram os Sofistas. Eles são mestres da
retórica e da oratória.
Eles nunca formaram uma escola ou tiveram uma doutrina
homogênea. Os elementos que os une são a sua prática que é a busca pelo debate,
pelo discurso, assim como a noção de que a verdade absoluta não existe ou, caso
exista, não é possível ao ser-humano alcança-la ou compreendê-la por completo. Além
disso, a problemática ético-política era predominante, nas elucubrações sofistas.
Outra característica desse grupo é que foram oradores
conceituados e costumavam a viajar pelas cidades da antiga Grécia para ensinar
suas doutrinas e conhecimentos, sendo, geralmente, muito bem remunerados, por
isso.
Não restou muito do que escreveram esses filósofos e o que
chegou até nós, em geral são fragmentos e citações de outros autores. A maioria
desses relatos são encontrados nos diálogos do Platão, nos quais o famoso
filósofo grego coloca frente a frente em debate um sofista contra seu mestre
Sócrates.
Dentre os mais importantes sofistas podemos citar:
Protágoras de Abdera: Segundo Platão, é de Protágoras a
célebre frase “O homem é a medida de todas as coisas”! Aqui, deixa transparecer
as ideias essenciais comum aos sofistas, o humanismo e o relativismo.
Protágoras usa como técnica argumentativa a antilógica, na
qual ele aborda o pró e o contra de cada argumentação. Com isso, ele busca se
antecipar ao argumento contrário que encontraria em um debate de ideias.
Górgias de Leontinos -Defende que o conhecimento humano estável e definitivo é impossível.
Segundo Górgias, não podemos conhecer a natureza das coisas. Então nos resta o
discurso. Não por acaso, era considerado um dos maiores oradores e principais
mestres da retórica, em sua época.
Pródico de Ceos - Se tornou mais famoso porque teria sido
mestre de Sócrates. Ao contrário de Protágoras que focava na retórica e no
estilo , Pródico ensinava predominantemente a ética a seus pupilos. Seu
interesse principal era buscar a precisão no uso das palavras, elemento muito
bem aprendido por Sócrates.
Hípias, Trasímaco e Licofron foram outros nomes importantes
desse movimento.
Apesar de ter adquirido uma conotação pejorativa, inclusive
o termo sofisma, hoje remete a uma inverdade de origem meramente vocabular, os sofistas
foram muito importantes no desenvolvimento da filosofia grega.
Assim como forma fundamentais para a linguística e a
correção vocabular e gramatical da língua grega.
Seus principais opositores foram os famosos filósofos da
antiguidade clássica. Sócrates, adversário deles nos clássicos diálogos, Platão
autor de vários diálogo em que confrontava as ideias dos sofistas à de Sócrates
e Aristóteles. Isócrates e Aristófanes também antagonizaram, com os mestres da
retórica.
É claro que não foi dito tudo, mas acreditamos que tenhamos
ajudado a entender um pouco desses autores tão importante, mas também tão
subestimados.
No próxima semana, falaremos Sócrates, um divisor de águas na
história do pensamento crítico ocidental.
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento! Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre os Filósofos que vieram antes de
Sócrates, os chamados “Pré-Socráticos”!
Muitos foram os filósofos gregos que tiveram alguma participação com maior ou menor importância par ao desenvolvimento do pensamento crítico.
Sócrates foi um filósofo tão importante para a
filosofia grega e para todo o pensamento científico ocidental, que se tornou um divisor de águas no estudo da história da filosofia. Ele foi o primeiro dos filósofos gregos a se interessar pelas questões
cotidianas, humanas, políticas e sociais.
As questões metafísicas e que tratavam da criação do mundo cederam boa parte do seu espaço para as questões cívicas e sociais. Sócrates foi chamado de o filósofo da virtude, pois defendia que o ser humano deveria buscá-la como finalidade de sua existência.
Dessa forma acabou influenciando várias áreas do conhecimento, como a política, a psicologia, a comunicação e principalmente o estudo da ética. Foi com Sócrates que a discussão sobre a ética e a problemática humana foram inseridas na filosofia.
No entanto, muitos filósofos gregos se debruçaram
sobre questões essenciais acerca da física e da natureza, antes do aparecimento de Sócrates. Esses filósofos passaram a ser conhecidos como "Filósofos Pré-Socráticos".
Além de terem surgido antes de Sócrates, este filósofos tinha outras características em comum, além de habitarem a região leste das margens do Mar Mediterrâneo. As principais questões abordadas por eles se referem à natureza, à criação do mundo, da realidade e similares.
Existe uma grande
dificuldade para estudarmos esses pensadores, pois temos acesso a pouquíssimas obras dos filósofos Pré-Socráticos. A
maior parte do que sabemos sobre eles vem de referências indiretas de filósofos
posteriores, como Platão e Aristóteles. O próprio Sócrates não deixou
obra escrita e, o que se sabe sobre ele foi retirado a obra de seus discípulos,
com Platão, principalmente. Mas da maioria, só sobrou fragmentos e referências.
O primeiro conjunto de filósofos é conhecido como Escola
Jônica e reúne os pensadores oriundos de cidades banhadas pelo Mar Jônico, cuja
característica comum entre eles era o interesse pelas questões naturais.
Tales foi considerado por Aristóteles como o primeiro filósofo. Junto de seus discípulos Anaximandro e Anaxímenes Tales formou a
Escola de Mileto (Milésia). Xenófanes de Colofon e Heráclito de Éfeso são outros nomes importantes
desse grupo.
O conceito fundamental inserido por Tales é do elemento primordial. Segundo ele, todas as coisas teriam surgido de um elemento originário. Para este filósofo, o elemento que geraria todos os demais era a água. Para ele, todas as coisas vivas ou inanimadas estariam cheias de vida e as mudanças só eram possíveis em virtude da rarefação e da condensação.
Estimulado por Tales a buscar outras explicações Anaximandro, considerado o segundo filósofo afirmou que o início de tudo seria uma substância infinita, a qual chamou de "apeiron". Já Anaxímenes elegeu o ar, como elemento primordial, em virtude de suas observações acerca da condensação do ar, que o tornava visível, como em um nevoeiro.
O segundo grupo é chamado comumente de Escola Italiana e é
capitaneada por ninguém menos do que Pitágoras. Sua escola foi chamada de Pitagórica e muitas lendas e mistérios são associadas a ela.
Mais famoso na matemática do que na filosofia, Pitágoras era
originário de Samos, na Jônia, mas migrou para a Itália, após a invasão Persa,
na sua região de origem. O filóloso fundou sua escola em Crotona. Sua linha de
pensamento adiciona um pouco mais do quesito mítico-religioso, sendo sua
filosofia mais próxima de uma religião ou seita iniciática.
Além das questões físicas, Pitágoras abordava questões
metafísicas, como a imortalidade e a transmigração da alma. Sua influência
perdurou e superou seu tempo, tendo inclusive influenciado toda uma geração de
filósofos chamados de Neo-pitagóricos.
Os procedimentos da escola envolviam um voto de silêncio e muitos estudiosos consideram que alguns procedimentos adotados nela influenciaram religiões ocidentais e sociedades secretas atuais.
Segundo Pitágoras, era o Número o Elemento Primordial e sua
filosofia foi determinante para a evolução da matemática e geometria grega,
inclusive influenciando o desenvolvimento da harmonia musical.
Sua doutrina reflete-se na concepção do TETRACTYS, o “Grupo
dos Quatro”, que consiste nos quatro primeiros algarismos que, somam dez e
podem ser dispostos na forma triangular, formando um triângulo de dez pontos
equidistantes, simbolizando uma relação perfeita.
As escolas Jônica e Italiana
formam a primeira fase dos filósofos Pré-Socráticos. A segunda fase agrupa as
escolas Atomista, Monista e Mobilista.
A Escola Atomista
A doutrina atomista afirma que a realidade é composta por
átomos, em contraposição com o vazio, que seria a ausência de átomos. Os átomos
são as partículas mínimas da existência, sendo imperceptíveis, aos humanos e
existindo em número infinito.
O átomo, dessa forma é entendido como o Elemento Primordial.
Os fenômenos naturais consistiriam em resultado dos movimentos dos átomos que
se atraem e se repelem, de acordo com suas formas geométricas.
Apesar de sabermos hoje que os átomos são divisíveis, a teoria de Demócrito foi tão importante e avançada, que influenciou a ciência até a contemporaneidade. O átomo só foi descoberto e comprovado cientificamente no início do Século XX, mais de dois e trezentos anos após a proposição de Demócrito.
Demócrito de Abdera foi o mais influente filósofo dessa
escola, embora a fundação desta linha de pensamento seja remetida a Leucipo,
seu mestre. Pouco material sobrou de ambos os autores e, sua doutrina acabou
ficando marcada na história por posteriores formulações de outros filósofos,
sobretudo de Epicuro, no período helenista.
Heráclito e o Mobilismo
Heráclito é um dos pré-socráticos de quem mais fragmentos se
mantiveram acessíveis, ao longo do tempo. Na Antiguidade, ele era conhecido
como “O Obscuro”, por causa da complexidade do seu pensamento.O fogo era visto por ele como o Elemento
Primordial
Assim como os atomistas, Heráclito considerava o movimento
como uma constante no mundo físico. Afirmava que a realidade é marcada pelo
conflito. Via a unidade como a equivalência de opostos.Considerava que a realidade está em constante
transformação e ficou famoso seu fragmento no qual diz:
“Não podemos banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o
mesmo”!
Parmênides e o Monismo
Em contraposição a Heráclito e o mobilismo, Parmênides e os
eleatas afirmam o contrário. Para esses filósofos, a realidade é única, pura e
imutável e deve ser distinguida da aparência.Para ele, o movimento é um aspecto superficial, meramente uma aparência.
É através do pensamento que devemos buscar a essência da
realidade, sobre qualquer aparência acidental. Em Poema, o mais extenso dos
pré-socráticos que chegou a nós, Parmênides afirma que “o ser é, o não-ser não
é” e busca eliminar o movimento do conceito de realidade pura, caracterizando-a
como imutável.
Melisso de Samos, Zenão de Eléia, Tales de Miletos e
Epimênides foram alguns dos pré-socráticos monistas mais importantes da
filosofia grega antiga.
O debate entre Monistas e Mobilistas é considerado por
muitos estudiosos como a primeira grande celeuma da filosofia. Vamos abordar o
tema em postagens mais a frente, quando tratarmos das grandes celeumas da história
do pensamento.
Na próxima semana, falaremos sobre os sofistas, os mestres do
discurso.
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre o surgimento do Pensamento Crítico, na
Grécia Antiga, que foi a base para a construção da Filosofia Ocidental e,
posteriormente da Ciência, que temos hoje.
Na Antiguidade, era comum que cada povo tivesse o seu próprio conjunto de tradições e
lendas através das quais buscavam explicar o surgimento de tudo.
Deuses, espíritos, entidades e outros mitos eram, para aquelas pessoas,
responsáveis por tudo o que existia. Esse entendimento tivera sido dado pelos
próprios criadores, de forma revelada e dogmática e sua doutrina não era
passível de discussão.
Por volta do século seis antes de Cristo, na região
do Mar Jônico, muito ávida no comércio
marítimo, essas tradições até então inquestionáveis passaram a serem discutidas. Os Jônicos foram os
primeiros, ao menos documentadamente, a relativizar os mitos e a buscar uma
explicação racional universal para explicar o mundo em que viviam.
Segundo relatos de Aristóteles, foi Tales, que vivia em Mileto, o primeiro a buscar uma explicação completamente racional do surgimento do mundo, da vida, da matéria, enfim, de todo o mundo sensível.
Essa explicação buscada por ele deveria desprezar qualquer tipo de lenda e deveria tentar explicar a realidade através da razão e de elementos que pudessem ser observados pelos sentidos humanos. Assim, Tales funda a chamada escola Jônica e dá o pontapé inicial para o surgimento da filosofia ocidental e do pensamento crítico, como balizador do conhecimento.
Para tentar chegar a uma explicação racional, Tales de Mileto cunhou a ideia de Elemento
Primordial, em grego era o Arqué, que seria o elemento base que serviu para
criar todas as coisas e de onde tudo surgiu.
Tales elegeu a água como a base para todas as coisas. Mas de
modo algum ele queria que essa explicação fosse absoluta e indiscutível. Ao
contrário, para muitos pesquisadores e intérpretes, ele teria até estimulado
seus discípulos a escolher outros elementos, como no caso de Anaximandro, que
escolheu o apeiron, uma matéria infinita de onde todas as coisas surgiram. Sua
doutrina divergia completamente da do seu mestre.
Além do Elemento Primordial, outras cinco características
definiam a inovadora forma de pensamento e explicação.
A Physis, que significa a natureza, o mundo natural. Segundo
os primeiros filósofos a explicação para toda a realidade pode ser encontrada
na natureza.
A Causalidade, que estuda a relação entre causa e efeito dos
fenômenos Naturais. Cada causa gera um efeito e cada efeito é gerado por uma
causa.Pensando na infinitude dessa
relação, Tales propôs a existência do Elemento Primordial.
O Cosmo, que é entendido como a ordem e a harmonia presente
na natureza.
O Logos, que em grego significa literalmente discurso.
Entretanto, este discurso é baseado na razão que é fruto do pensamento humano e
aplicado ao entendimento da natureza.
E, por fim, o Caráter Crítico, que propõe que não haja
conhecimento revelado e dogmático. Todas as proposições são passíveis de
crítica, discussão e contestação. A única exigência do pensamento crítico é que
as propostas e afirmações possam ser justificadas, fundamentadas e explicadas
de forma racional, por seus autores.
E assim nasceu o Pensamento Crítico, que pode fundamentar as
bases para o surgimento da ciência, como conhecemos hoje.
Na próxima semana, falaremos dos filósofos pré-socráticos.
Estamos dando início ao nosso canal no Youtube! Para começar com o pé direito, vamos lançar a partir da primeira semana de agosto uma série de vídeos sobre a Filosofia Antiga, em especial a Filosofia Grega.
Toda semana, até dezembro, lançaremos um vídeo abordando um tema relacionado à filosofia clássica, da Antiga Grécia e arredores.
A série terá um total de 20 episódios e será aberta a todos os usuário da rede social de compartilhamentos de vídeos mais famosa da internet.
Nascido François-Marie Arouet em 21 de novembro de 1694, em
Paris, França,Voltaire foi poeta, romancista, teatrólogo, historiador,
contista, filósofo e membro da Academia Francesa. Apesar de ter sido aluno do
colégio de Clermont, dirigido por padres jesuítas, o pensador francês foi um
ferrenho crítico da religião de seu tempo por toda a sua vida, especialmente em
se tratando de seus antigos professores.
Ao sair do colégio tentou se enveredar pelos caminhos da
magistratura, mas sua carreira de fato, começou mesmo na prisão. Em 1717, foi
acusado de produzir um folheto composto de versos com cunho político e foi
parar na Bastilha, a tradicional prisão francesa
No cárcere, começou a escrever suas obras que o tornariam
célebre. Depois da sua segunda passagem pela prisão, foi forçado a se exilar na
Inglaterra, onde escreveu suas Cartas Filosóficas, ou Cartas da Inglaterra.
Polêmico, como de costume, Voltaire se exilou dentro do
próprio exílio. Em um castelo, passou a dedicar-se ao estudo e à escrita.
Muitas de suas obras foram escritas ali.
Em 1749 pôde voltar a Paris, já consagrado e reconhecido
como um dos grandes filósofos da Europa. Fez parte junto a outros grandes
pensadores como Rousseau e Diderot do grupo que produziu a famosa e, claro,
polêmica Enciclopédia, que pretendia-se tornar uma referência completa para o
estudo das ciências naturais reunindo todo o conhecimento filosófico e
científico daquele tempo.
Viveu também em Berlim, para onde se transferiu por
solicitação de Frederico II, da Prússia. Mas se desentendeu com este também e
de lá partiu.Também andou por Genebra, mas conseguiu ser odiado por católicos e
protestantes da região e teve de fugir, novamente.
Em 1758, arrumou uma propriedade na região de Gex, na
França, onde viveu até seus últimos dias. Em 1778, faleceu. Um ano depois,
aconteceu a Revolução Francesa, movimento que sofreu muita influência do
pensamento e da obra de Voltaire.Suas principais obras são Cândido ou O
Otimismo; Zadig ou O Destino; Tratado Sobre a Tolerância; Dicionário Filosófico
e A Princesa da Babilônia.
O pensador gostava e escrever romances. Neles, costuma usar
personagens em histórias distantes do contexto social para fazer severas
críticas à sociedade, à política e à religião de seu tempo. Iluminista,
Voltaire tinha como principais antagonistas figuras religiosas, políticas e até
outros filósofos, dos quais discordava. Mesmo usando contos ficcionais, sempre
criou desavenças com essas personalidades proeminentes, colecionando detenções,
confinamentos e exílios, por toda a sua vida.
Sua obra, porém, é de importância inestimável. Foi influente
nas revoluções liberais que começaram no século XVIII, na Europa e nas
Américas. Defendia, notadamente as liberdades individuais, a igualdade entre os
homens e o direito à educação. Seus escritos têm um forte caráter laico,
secular e anticlerical.
O escritor francês é referência quando se trata do
Iluminismo e do período pré-revolucionário em seu país. Seus livros são um
misto de crítica, ironia, sarcasmo e incitação política, com boa dose de humor
cuja contribuição para o pensamento moderno e contemporâneo é incontestável.