2021 começou sem grandes novidades e a nossa maior expectativa é a resolução do problema da pandemia.
Enquanto sobrevivemos, vamos pensando, refletindo, buscando respostas para questões fundamentais!
Separamos três questões sobre as quais abordaremos em nossas postagens neste primeiro mês do ano novo. Vamos comparar afirmações de alguns dos principais pensadores da história da filosofia.
As questões abordadas serão:
1 - O Sentido da Existência Humana
2 - A Liberdade
3 - A Felicidade e a Virtude
A partir do dia 15 de janeiro, falaremos sobre estas questões no nosso blog e no nosso canal do youtube:
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos fazendo uma Retrospectiva da Filosofia Grega
Antiga.
Chegamos ao vigésimo e último vídeo da série sobre a
Filosofia Grega Antiga. Agora vamos lembrar da sequência cronológica dos
principais pensadores da antiguidade Grega.
1 – O surgimento do pensamento crítico:
Por volta do século VI a.C., mercadores do Mediterrâneo
oriundos de Mileto começam a usar o pensamento crítico e racional para explicar
o mundo e abandonam gradativamente o pensamento mítico e os dogmas religiosos.
Segundo Aristóteles, o iniciador desse movimento teria sido
Tales de Mileto, considerado o primeiro filósofo da Grécia. Ele fora também um
dos sete sábios da Grécia antiga, junto com Bias de Priena, Pítaco de Mitilene,
Sólon de Atenas, Cleóbulos de Lindos, Periandro de Corinto e Quílon de
Lacedemonia
2 – Os Filósofos Pré-Socráticos:
A iniciativa de Tales gera uma onda de reflexões críticas
posteriores. Muitos pensadores vão surgindo, aderindo ao pensamento crítico e
abandonando as explicações míticas. Os primeiros filósofos buscavam uma
explicação para o mundo natural e a realidade sensível.
Era comum que partissem do princípio do elemento primordial,
um elemento que teria sido a base para o surgimento de todas as coisas existentes
no Universo.
A partir de então surgem diferentes escolas com diferentes
explicações e diferentes elementos primordiais, como:
A escola Jônica, fundada por Tales que se caracteriza pelo
interesse pela natureza. Fizeram parte dessa linhagem Xenófanes de Colofon e
Heráclito de Éfeso.
A escola Italiana, dividida entre a Escola Pitagórica, de
Pitágoras e a Escola Eleática, de Parmênides e Zenão.
A segunda fase dos pré-socráticos nos apresentou Anaxágoras,
Empédocles e a Escola Atomista, de Leucipo e Demócrito, ambos de Abdera.
O período pré-socrático foi marcado tanto pelo atomismo,
quanto pelo embate entre o Monismo, capitaneado por Parmênides que dizia que
tudo era imutável e o Mobilismo, defendido por Heráclito que defendia a
continuidade do movimento e que tudo era mutável e constantemente se
modificava.
3 – Os Sofistas:
Com a passagem da oligarquia para a democracia surgiu e se
popularizou uma corrente de pensamento que, não se caracterizava enquanto uma
escola, mas que teve vários representantes: Os Sofistas.
Estes eram mestres da retórica e usavam seus conhecimentos
da língua e suas habilidades discursivas para adquirir muito poder e riqueza,
numa sociedade em que o debate e o discurso eram importantíssimos.
Eles não acreditavam na verdade, ou que a verdade não era
alcançável ao ser humano.
4 – Sócrates:
Pelas suas crenças e condutas, os Sofistas encontraram um
ferrenho adversário: Sócrates. No Século V a.C., o filosofo ateniense enveredou
vários embates marcantes contra seus adversários. Alguns deles forma
imortalizados por seus discípulos Platão e Xenofonte, que escreveram seus
diálogos.
Sócrates defendia a virtude e a ética e acabou condenado
pela elite ateniense e pelos sofistas por “corromper” a juventude e por negar
os deuses reconhecidos pelo Estado ateniense.
5 – Platão:
Extremamente contrariado com a condenação de seu mestre,
Platão iniciou a escrever seus diálogos logo após a execução de Sócrates, que
se deu em 399 a.C. Platão se tornou um dos maiores e mais influentes pensadores
de todos os tempos.
Além de aluno de Sócrates, seguiu também a Escola Pitagórica
e foi mestre de Aristóteles.
Suas ideias mais conhecidas são sobre o inatismo e o mundo
das ideias e sobre uma sociedade ideal e utópica descrita em “A República”, seu
livro mais famoso.
Começou retratando os diálogos socráticos com fidedignidade
e depois passou a usar Sócrates como personagem que vociferava as ideias do
próprio Platão.
Fundou a Academia e foi influente para o pensamento
monástico medieval e é referência até os dias atuais.
6 – Aristóteles:
Discípulo de Platão e conselheiro de Alexandre, o Grande,
Aristóteles foi um dos filósofos mais atuante e influentes da história.
Escreveu sobre muitos assuntos, do quais se destacaram a Política e a
Metafísica.
Defendia que o conhecimento surgia da experiência empírica,
baseada na observação dos objetos e da natureza para a concepção das ideias.
Fundou o Liceu, escola que teve muitos adeptos na Grécia
antiga.
7 – O Período Helenista
Quando Alexandre o Grande marchou pelo Mediterrâneo tornou
grande o Império helênico, o mundo grego se ampliou. Em consequência várias
escolas acabam surgindo ou crescendo em um período relativamente curto.
Além dos seguidores de Platão e Aristóteles, os Pitagóricos
também ganharam relevância, nesse período, com sua Geometria Sagrada e, assim
ajudaram a desenvolver a engenharia.
Já os Estoicos dividiam a filosofia em Física, Lógica e
Ética. Defendem que para atingir a plenitude da felicidade, é preciso se
afastar das paixões terrenas, das contrariedades e do desassossego.
Através da prática da apatia, da ataraxia, uma postura
impassível, do indivíduo que nada espera e nada teme, acreditavam que se
chegaria à virtude plena.
Além deles, os Epicuristas também buscavam a plena
felicidade, unindo os dois estados: aponia e ataraxia.
Epicuro afirmava que para ser feliz, o ser-humano precisa
buscar o equilíbrio entre os medos e prazeres, de forma que o estágio de
tranquilidade e felicidade seja contínuo e duradouro.
E Enquanto os Céticos continuavam a buscar a verdade, se
mantendo afastados de todos os dogmas de forma equipolente, os Cínicos não
estavam nem aí e se mantinham independentes e desapegados de bens materiais
Bem, esses foram os principais pontos da Filosofia Grega
Antiga, que pudemos apresentar. Por hora daremos uma pausa em novos vídeos. Em
2021, voltaremos com novos temas.
Esperamos ter ajudado, entretido e divertido a todos que
viram nossos vídeos este ano.
Certamente não cercamos todos os detalhes e todos os grandes
nomes, mas certamente abordamos boa parte das principais ideias dos principais
filósofos da Grécia Antiga.
Feliz Natal e um próspero 2021.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre – As Grandes Celeumas da Filosofia
Antiga.
Na semana passada dissemos que falaríamos das grandes
celeumas da filosofia da Grécia Antiga.
Do ponto de vista jurídico, “uma celeuma é uma
algazarra que se forma quando existe uma discórdia, uma dissonância de opiniões,
quando as ideias ou os pontos de vista são contrários, quando algum conceito ou
modo de ver se contradizem”, segundo o site significados.com.br.
O termo também é usado para se referir ao canto com o qual
barqueiros e marinheiros ritmavam seu trabalho.
Vamos adotar aqui o significado jurídico.
A filosofia surgiu quando marinheiros fenícios e gregos
abandonaram os dogmas religiosos e buscaram a razão e o pensamento crítico para
explicar a natureza e o mundo. Ao fazer isso, passaram a abolir os dogmas e
doutrinas de forma mais profunda.
Inclusive, acredita-se que Tales de Mileto estimulava seus
discípulos a discordarem de suas ideias e a buscar outras explicações
diferentes da sua. A perspectiva de que ninguém era dono da verdade se
radicalizaria, a partir de então.
E se hoje liberais e socialistas se engalfinham em redes
sociais e programas de televisão sobre os melhores caminhos para a economia dos
países, na antiguidade questões mais profundas e mais intelectualizadas foram
motivos de embates acalorados e geraram rivalidades entre algumas escolas de
pensamento.
A primeira grande dicotomia da antiguidade grega
provavelmente foi a disputa entre Mobilismo e Monismo.
O mobilismo fora defendido pelo filósofo Heráclito de Éfeso.
Seguindo a linha de Tales e buscando o elemento primordial que teria gerado
todo o Universo, Heráclito elegeu o fogo, para este fim.
O elemento foi muito apropriado para a sua explicação da
natureza. Para o filósofo de Éfeso, o movimento era o que caracterizava toda a
natureza. Tudo muda o tempo todo e nada fica estático. Para Heráclito, não há
unidade natural, no mundo, mas um conflito perpétuo.
Sua frase mais famosa é aquela na qual afirma: “Não podemos
banhar-nos duas vezes no mesmo rio, porque o rio não é mais o mesmo”!
Em contrapartida, Parmênides de Eleia, continuando as
teorias de Xenofante, seu professor, que dizia que a unidade sustentaria toda a
criação. Ao contrário de seus antecessores, Parmênides não defendia um conceito
de Arché, mas que todo o universo era mantido por uma unidade lógica. Sua
motivação inicial teria sido exatamente contestar a filosofia de Heráclito.
Na sua concepção o elemento que gerara o universo era o
“Ser”. Tudo o que existia possui o “Ser” em seu interior. Tudo o que existe é
dotado de essência e existe de forma infinita de maneira imóvel. Todo o erro e
a mentira são ilusões causadas pelos sentidos.
Sua Frase mais famosa é o fragmento: “o Ser é! O Não-Ser não
é”!
A segunda grande celeuma seria o embate entre Sócrates e os
Sofistas. A maioria das passagens de Sócrates que chegaram até nós são escritos
de seu pupilo Platão. Então podemos dizer que a Celeuma se trada dos Sofistas x
Sócrates/Platão, uma vez que o aluno usa a figura do mestre muitas vezes para
expressar suas próprias ideias e o faz em contradição aos Sofistas. A
contradição teria seguido até Aristóteles, discípulo de Platão.
Os sofistas não eram uma escola ou tinham uma linha de
pensamento. Trata-se de uma classificação geral que é empregada a pensadores e
juristas da Grécia, por volta dos séculos V e IV a.C.
Eram mestres do discurso e usavam seus conhecimentos da
linguagem e das palavras para convencer as pessoas contra seus adversários e
levar vantagem na incipiente democracia ateniense.
No geral, criam que a verdade não existia, ou que, caso
existisse, nós não seríamos capazes de compreendê-la e assimilá-la. Portanto,
agiam de maneira que a ética se dobrasse aos interesses do discursante. Usavam
seus conhecimentos para adquirir grandes fortunas.
Já Sócrates e seus sucessores defendiam exatamente o
contrário. Os socráticos acreditavam que a verdade existia, embora estivessem
abertos à outras interpretações diferentes das suas.
Defendiam também que a ética e a virtude deveriam balizar as
atitudes do homem, especialmente em sociedade. Ao contrário dos sofistas,
Sócrates defendia o desapego material.
Sócrates acreditava que o conhecimento da verdade estaria
dentro de cada indivíduo. Por isso usava seu método conhecido como “Maiêutica”,
ou “o parto de ideias”, para fazer com que o seu interlocutor chegasse ao
conhecimento verdadeiro, que estava dentro de si.
E essa questão levou ao terceiro grande embate da filosofia
antiga, que confrontava exatamente os seguidores de Platão e de Aristóteles.
Platão defendia o inatismo, ou seja, o ser humano nasce com
princípios racionais e com as ideias em nossa mente. Estas ideias viriam de um
mundo perfeito, o qual chama de “mundo das ideias”, no qual existiríamos antes
de nascermos.
Ao chegarmos no que chamou de “mundo sensível”, ou seja, o
nosso mundo real compartilhado por todos, precisamos “relembrar” as ideias
perfeitas, ainda que a tenhamos de forma imperfeita, aqui.
Já Aristóteles defendia que todo o conhecimento humano advém
da experiência e da observação racional, que é chamada de empirismo. É a partir
da observação dos objetos que são criadas as ideias, uma vez que o mundo
sensível era, para o filósofo o único mundo existente.
Durante o período helenista, muitas escolas de pensamento
coexistiram e suscitaram debates importantes. Algumas, como o Epicurismo e o
Platonismo se tornaram bases para antagonistas de períodos posteriores, como
durante o apogeu do Império Romano e na Idade Média.
Da mesma fora o Epicurismo foi resgatado para suplantar o
aristotelismo do final do período Medieval.
Mas grandes celeumas intensos e inovadores no interior da
filosofia só voltariam a gerar grandes debates, no Ocidente, após o Renascimento,
quando grandes pensadores como Descartes, Maquiavel, Kant e grandes iluministas
e contratualista puderam publicar suas obras sem o terror da teocracia da Europa
Medieval.
Na próxima Semana, faremos uma retrospectiva da Filosofia
Grega Antiga.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre os 7 Sábios da Grécia Antiga.
Historiadores, antropólogos, filósofos, pensadores e
pesquisadores em geral consideram que o pensamento crítico ocidental, que
pavimentou o terreno para o desenvolvimento da ciência contemporânea surgiu na
Grécia, por volta do século VI ou VII a.C.
Nessa época, os jônios foram os primeiros, ao menos
documentadamente a relativizar as explicações religiosas do mundo em que viviam
e começaram a buscar explicações do mundo na própria natureza.
A partir deste grupo, liderado por Tales de Mileto, a
filosofia ocidental passou a se desenvolver sem a intervenção do dogmatismo
religioso.
Mas a secularização do pensamento possibilitou o surgimento
de outros sábios que não eram apenas pensadores, mas atuavam em diversas
funções e forma igualmente importantes para o desenvolvimento das ciências e da
política, a partir de então.
Alguns desses sábio foram tão marcantes, na sua sociedade
que as frases ditas por eles se tornaram ditados populares na Grécia. A
diferença é que os autores destes ditados são conhecidos.
Foram tão importantes que algumas de suas máximas foram
gravadas no templo de Delfos.
Diógenes Laércio teria agrupado algumas lendas sobre o
surgimento de como foram agrupados estes sete homens. Uma das mais importantes
e divulgadas conta que pescadores de Mileto encontraram uma trípode de ouro.
Após consultarem o oráculo de Delfos, este indicou que a
trípode deveria ser dada ao homem mais sábio da Grécia. Então a trípode passou
pelos 7 e todos disseram que não eram dignos de recebe-la, até que Sólon, que
teria sido o último, ofereceu-a a Apolo, que era o deus mais sábio do panteão
grego.
Costuma-se a considerar que 7 foram os grandes sábios da
Grécia Antiga. Entretanto, nem sempre os mesmos sete foram considerados os
maiores. Cerca de 22 homens chegaram a ser citados como estando entre os 7.
Tales de Mileto, Bias de Priene, Sólon de Atenas e Pítaco de
Mitilene forma os únicos que sempre estiveram no posto. Mas hoje, a maioria dos
historiadores concorda que Cleóbulos de Lindos, Periandro de Corinto e Quílon
de Lacedemonia também integram o grupo.
Vamos conhecer melhor um por um dos sete principais.
Tales de Mileto – Considerado o primeiro filósofo da Grécia,
também foi matemático e astrônomo. Tinha a água como elemento primordial. Foi
ele que explicou o fenômeno do eclipse solar.
Suas principais máximas foram: Conhece-te a ti mesmo. -A certeza é precursora da ruína. -A ignorância é incômoda. - Espera receber de
teus filhos, quando fores velho, o mesmo tratamento que dispensaste a teus
pais. - Evita as palavras que possam ferir os amigos. Evita enriquecer por vias
desonestas. - Evita os adornos exteriores e procura os interiores. - Perto ou
longe, importa lembrar os amigos. - Quem promete, falta. - Se és chefe, começa
por saber dominar-te.
Sólon de Atenas – Poeta e jurista grego, foi um dos maiores
legisladores da história.
Suas frases mais famosas são: Aconselha o que for justo, não
o que aches agradável - Evita a mentira, confessando a verdade - Evita o
prazer, se ele for causa de remorso - Guia-te pela razão - Honra pai e mãe - Mede
as tuas palavras pelo silêncio e o silêncio pelas circunstâncias - Nada em
excesso - Nunca digas tudo o que sabes - Procura ser honesto, porque a
honestidade é melhor do que uma palavra honrada - Respeita os amigos - Quando
souberes obedecer, saberás chefiar - Se exiges a honestidade dos outros, começa
por ser honesto - Toma a peito as coisas importantes.
Bias de Priene – Como filósofo pregava o desapego aos bens
materiais. Quando o lugar onde residia foi invadido pelos persas e os seus
moradores obrigados a pegar os seus pertences ou o que possuíam de mais valor e
saírem da cidade, ele disse: “Tudo o que tenho carrego comigo”, numa alusão ao
fato de que tudo o que possuía de valor era a sua sabedoria.
Seus ditos foram: A maioria dos homens é perversa
- Adolescente, sê activo; velho, sê sábio - Aprende a saber ouvir - Fala sempre
com propósito - Não sejas nem mau, nem tolo - O cargo revela o homem - Persuade
pelo bem, e nunca pela força - Reflete nos teus atos. - Sê cuidadoso na
realização de um projeto e, uma vez iniciado, prossegue sem desfalecimento. - Vê-te
num espelho.
Pítaco de Mitilene – General grego originário de Mitilene.
Depois de destronar o governador da sua cidade natal, foi o seu administrador por dez
anos. Quando lhe trouxeram o assassino de seu filho para ser punido, deu-lhe a
liberdade e disse: “O perdão é melhor do que o castigo”.
Foi dito por ele: A ambição é insaciável - Ama a educação, a
temperança, a prudência, a verdade, a fidelidade, a experiência, a gentileza, a
companhia dos outros, a exatidão, os cuidados domésticos, a arte e a piedade. -
Dá-te ao respeito - Não faças o que não gostares que te façam - Não reveles
projetos para, se falhares, não seres motivo de troça - Sabe aproveitar a
oportunidade - Sábio é quem sabe discernir o futuro; o passado é passado,
mas o porvir é incerto.
Quílon ou Chilon de Esparta - Foi fiscal da vida pública e
da atuação dos reis, cargo conhecido como “éforo”. Era também oficial superior
da antiga Esparta. Criador da educação militar dos jovens.
Suas afirmações mais importantes foram: Conhece-te a ti
mesmo - Nada em excesso - Foge dos intriguistas - Não desejes o impossível -
Não maldigas dos outros, para não ouvires críticas desagradáveis - Põe a razão
antes da língua - Quando beberes, fala pouco para não cometeres indiscrições -
Respeita os velhos.
Cleóbulo de Lindos – Poeta, compunha poemas líricos e
enigmas em verso.
É autor de numerosos preceitos, tais como: A moderação
é coisa ótima - A sabedoria é preferível à ignorância - Aconselha retamente os
teus concidadãos - Casa com uma mulher da tua condição; se casares com uma
rica, em vez de sogros arranjarás patrões - Considera inimigo público quem
odiar o povo - Cuidado com a língua - Evita a violência - Evita acariciar a tua
esposa em público; quem a desfruta em público procede mal, mas quem a acaricia,
desperta paixões fúteis.
Periandro de Corinto - tinha a fama de déspota e
sanguinário. Como administrador, um dos mais sábios e melhores do seu tempo.
Declarara que tudo deve ser estudado com cuidado.
Estes são os classificados como os sete sábios da Grécia
Antiga.
Na próxima semana, falaremos um pouco sobre As Grandes
Celeumas da Filosofia Ocidental.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre o Cinismo.
Um homem maltrapilho está deitado na beira da estrada. Ele
está descalço, com roupa suja e rasgada. Nada tem consigo a não ser a roupa que
o veste.
A descrição não trata de um morador de rua contemporâneo e
nem de um anarcopunk, da Grã-Bretanha de 1977.O indivíduo descrito, além de esfarrapado é também um pedinte, mas
igualmente educador.
Trata-se de um filósofo cínico, do período Helenista, na
Grécia do século IV e III a.C., na Grécia. O Cinismo foi marcado pelo completo
desprendimento de bens materiais e pela máxima de viver a virtude em harmonia
com a natureza.
Esta corrente foi iniciada por Antístenes, que era discípulo
de Sócrates. Para ele, como para seu mestre, não era o prazer, mas a virtude
sim a finalidade da existência humana. Por isso, os cínicos não só se abstêm
dos bens materiais, como os desprezam profundamente.
Este grupo de filósofos não se constituíram enquanto uma
escola, mas era conhecido por suas práticas que envolviam a negação da moral
social e o desprendimento material. Viviam pelas ruas pedindo esmolas, como
mendigos, porém por opção própria.
Mas quem levou ao extremo o conceito de cinismo foi Diógenes
de Sinope, seguidor de Antístenes.
A importância de Diógenes foi tamanha que, o moderno termo
“Cínico” deriva da palavra grega “Kynicos”, um adjetivo derivado do substantivo
“Kynon”, que quer dizer cão. Era com esta alcunha que seus contemporâneos se
dirigiam e falavam de Diógenes.
Ele fora exilado de sua cidade natal e se estabeleceu em
Atenas, onde conheceu e passou a seguir Antístenes.
Alguns historiadores afirmam que teria vivido dentro de um
barril, como o personagem Chavez, de Roberto Bolaños.
Conta a lenda, que Alexandre, O Grande teria perguntado ao
filósofo apelidado de “Cão” o que este poderia fazer por ele. Sem perda de
tempo, Diógenes teria respondido: “Você está tirando o meu Sol”, dado que lhe
fazia sombra, no momento. Apesar da zombaria dos soldados do Imperador,
Alexandre teria dito: “Se não fosse Alexandre, gostaria de ser Diógenes”.
Os cínicos criticavam sobretudo a hipocrisia social.
Acreditavam que a sociedade grega era permeada de mentiras e falsidades e
defendiam uma vida na pobreza extrema, como forma de máxima virtude.
Defendiam a “Autarkeia” , que em grego significava Auto
Suficiência e a apatia, como formas de se alcançar a virtude. Além disso,
buscavam a harmonia e a coerência entre pensamento, discurso e ação. Também
eram adeptos da liberdade sexual total.
O comportamento antissocial dos cínicos gerou muitas
críticas aos seus adeptos desde a Grécia antiga. Eram imorais e desmedidos,
assim como praticavam sexo em locais públicos. Afinal nem casa tinham para
morar.
Os seguidores desta corrente se espalharam pelos territórios
gregos durante a expansão romana. Alguns consideram que ela desapareceu. Outros
que foi absorvida pelo cristianismo, em virtude da sua abnegação material,
apesar do antagonismo, quanto à sexualidade.
As críticas a essas práticas já por volta do século XIX
fizeram com que o termo cínico se tornasse mais conhecido pela forma
pejorativa, com a qual é comumente empregada, hoje em dia.
Hoje, cínico é aquele fingido, sarcástico, irônico que se
aproveita da ingenuidade alheia e é imoral. Algo que reflete em parte as
práticas dos seguidores dessa escola, na Antiguidade Grega, mas também
incorpora exatamente as características da sociedade a qual eles tanto
criticaram com suas vidas.
Assim, concluímos a descrição das principais correntes
filosóficas que predominaram no período Helenista.
Na próxima semana, falaremos um pouco sobre os Sete Sábios da
Grécia Antiga.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre o Ceticismo
No dia 19 de novembro foi comemorado o dia mundial da
filosofia.
Agora, vamos ao que interessa:
Com certeza você já ouviu alguma vez alguém dizer uma frase
como “Fulano é cético”, ou “estou cético quanto a isso”. Cético é um termo
filosófico que se incorporou ao linguajar do cotidiano.
Este vocábulo é oriundo do grego “Skepsis”, que significa
investigação. Em geral, o cético era o filósofo que continua buscando a verdade
e persiste na busca, mesmo que ainda não a tenha encontrado.
De acordo com o filósofo grego conhecido como Sexto Empírico
Pirro de Élis é o verdadeiro e autêntico filósofo cético. Entretanto, a
tradição dos estudos acerca do termo considera a existência de diversas escolas
que podem ser consideradas céticas.
De acordo com Danilo Marcondes, a tradição cética pode ser
dividida em quatro grandes conjuntos:
O proto-ceticismo que seria a fase inicial e teria iniciado
já com os Pré-Socráticos. É claro que, para se criar o pensamento crítico e
iniciar a filosofia foi preciso que desde Tales uma boa dose de ceticismo teve
de ser incorporada pelos primeiros pensadores. Era preciso continuar buscando a
verdade para além dos dogmas religiosos daquele tempo.
O próprio Sócrates tem entre suas características mais
comumente apresentadas o ceticismo, já que não aceitava inerte as verdades
outorgadas a ele pela sociedade, assim como continuava a busca-la, afirmando
saber apenas que nada sabe.
Além dele, boa parte dos sofistas poderiam ser incluídos
nessa linha de pensamento, uma vez que acreditavam que a verdade, embora
pudesse existir, talvez não fosse encontrável, pelo ser humano. Alguns,
continuavam a busca.
O segundo conjunto seria capitaneado por Pirro de Élis, que
viveu entre 360 e 270 a.C. Seu pensamento ficou conhecido através dos escritos
do seu discípulo Tímon de Flios.
Para Pirro, a filosofia não é uma doutrina, uma teoria ou um
sistema de saber e sim uma prática, um modo de viver.
Segundo Tímon, Pirro teria apontado resposta a três questões
fundamentais:
1 - A Natureza das coisas: Nem a razão e nem os sentidos nos
permitem conhecer as coisas tais quais elas realmente são.
2 - Como não conhecemos a natureza das coisas devemos evitar
assumir posições em relação a isso.
3 - A consequência disso é manter o distanciamento, que nos
leva à tranquilidade.
O terceiro grupo de céticos se refere, segundo Marcondes aos
filósofos acadêmicos. Corresponderia, assim à fase cética da Academia fundada
por Platão, iniciado por Arcesilau.
Essa tendência se destacou pela contraposição à filosofia
estóica, muito popular no período helenista. Essa celeuma se deu em função do
critério de verdade, que serve de base para a epistemologia da escola de Zenão.
Para os céticos, há dúvida sobre a possibilidade de se adotar
um critério de verdade imune ao questionamento.
Por fim, o quarto grupo seria o pirronismo, ou ceticismo
pirrônico, de onde se origina o pensamento de Sexto Empírico.
A grande característica do ceticismo é o que pode ser
chamado de equipolência, em relação aos dogmas. Uma vez que várias escolas
doutrinárias se apresentam com detentoras da verdade e os critérios por elas
apresentadas dependem das teorias que elas próprias defendem, cabe ao cético se
manter igualmente afastado de todas elas.
Daí surge a expressão “Juízo Suspenso”, que significa que
não há como se determinar qual das várias verdades é mais válida e, portanto é
melhor continuar buscando e assim alcançar a tranquilidade.
Essa suspensão de juízo, em grego era chamada de “Époche” e
seria de origem estóica. Segundo o próprio Zenão de Cítio já teria usado o
termo para afirmar que o sábio verdadeiro deveria suspender o juízo daquilo que
a razão não pode apreender.
Com a cristianização do Império Romano, o ceticismo, como
muitas doutrinas filosóficas consideradas pagãs acabaram sendo suprimidas.
Ainda assim influenciaram teólogos e pensadores cristãos, como Eusébio,
Lactâncio e Santo Agostinho.
Enfim, o Ceticismo é uma doutrina filosófica que se
determina a examinar cética e criteriosamente dos sistemas dogmáticos que se
apresentam como verdades.
Isso é algo que tem sido cada vez mais incomum, no mundo
atual, dominado por tiranos intelectuais que impõe suas verdades, geralmente
aceitas pela maioria que não se dá tempo para pensar a respeito e aceita o
interesse como se fosse a verdade.
No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Cinismo.
Obrigado por nos assistir! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!
O que é o prazer? Como ele pode fazer-nos elevar a consciência e a virtude? Parece loucura ou contradição, mas existiu uma escola filosófica que, de fato propôs essa linah de pensamento.
Passeando pelos jardins de Atenas em 306 a.C. alguém poderia
assistir à palestra de um filósofo local que ensinava que o prazer era algo
natural e deveria ser buscado de forma moderada para se alcançar a felicidade.
Ao ouvir tal apresentação muitos poderiam e puderam pensar
se tratar de uma eloquente defesa hedonista do prazer acima de tudo.
Bem, se esse filósofo em questão se chama Epicuro de Samos,
percebemos que se trata de um completo exagero.
Para Epicuro esta vida que temos é única e é nela que temos que buscar a elevação e dela se aproveitar. Após a morte, nada poderemos fazer, segundo sua doutrina.
O epicurismo foi originado por seu prógono Epicuro, em
Atenas. Ele se reunia com seus discípulos em um jardim. E foi com o nome de
Jardim (Keps, em grego) que esta escola ficou conhecida, em seu tempo.
O epicurismo é conhecido por muitos como “a filosofia do
prazer”, No entanto, na verdade se assemelha bastante ao estoicismo, por sugerir a busca da moderação e da tranquilidade como forma de se alcançar estados de espíritos mais elevados: a ataraxia
e a aponia.
A primeira seria um estado de tranquilidade considerado pela
escola como o bem supremo e que seria conseguido através da busca moderada
pelos prazeres.
Já o segundo conceito, chamado de Aponia consistiria em um
estágio físico e psicológico no qual o indivíduo se afastaria das dores
corporais, ao mesmo tempo em que se libertaria do medo. Essa liberdade seria
alcançada pelo conhecimento do mundo e da natureza.
Ao unir os dois estados, aponia e ataraxia, o ser humano seria capaz de alcançar a plena felicidade. Epicuro afirmava que
para ser feliz, o ser-humano precisa buscar o equilíbrio entre os medos e
prazeres, de forma que o estágio de tranquilidade e felicidade seja contínuo e
duradouro.
Nesse sentido, o prazer para o homem seria a prática da virtude,
afastando-se das paixões e dos temores mundanos, carnais, buscando o equilíbrio e a moderação.
Os filósofos epicuristas
valorizavam antes de tudo a experiência imediata, como forma de se acessar e adquirir o conhecimento. Por meio de uma pré-noção, que
seria proporcionada pelos elementos percebidos pelos sentidos nessa
experiência, seria possível adquirir conhecimentos posteriores. O conhecimento verdadeiro seria assim adquirido através da repetição das sensações.
A principal obra de Epicuro foi seu tratado “Da natureza”. Nessa
obra é retomada a teoria atomista. A partir de então, esta escola se
notabilizou como defensora da física materialista e do mobilismo.
Epicuro não acreditava em vida após a morte. Para ele, o homem não
é filho de deus algum. Sua existência é dada ao acaso. Dizia que a alma é
apenas um conjunto de átomos, que se desintegra após o falecimento.
Por isso mesmo, as pessoas devem buscar a melhor vida possível, para que dentro da sua filosofia a moderação se alcançar o prazer virtuoso, ou seja, a virtude.
Dentre os epicuristas mais importantes do Período Helenista
podemos destacar Filomeno de Gadara e Tito Lucrécio Caro.
Epicuro buscou conhecimento em mais de um mestre. A sua
filosofia nasce em um período de crise social, na Grécia, quando o Império
Alexandrino avança pela costa do Mediterrâneo.
Como buscava o recolhimento e a serenidade, fundou o seu
“Jardim” em um local mais isolado, longe dos grandes centros, até para se
afastar das polêmicas sofistas, de sua época, que ainda estavam muito em voga.
Embora tenha permanecido ativa por cerca de 7 séculos, a
fama de Epicuro e seus seguidores só ganhou o mundo mesmo no período
renascentista.
Pensadores daquele período buscaram no epicurismo uma
alternativa ao aristotelismo que predominou na Europa, até o final da Idade
Média.
Na próxima semana falaremos do Ceticismo!
Obrigado por ter lido! SE MANTENHA PENSANTE! Valeu!