Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta
semana, estaremos falando um pouco sobre o sentido da existência humana,
segundo as principais correntes filosóficas que abordam o tema.
De onde viemos? Para onde vamos? Por que existimos?
Essas são algumas das questões que há séculos vêm sendo
debatidas pelos maiores pensadores, intelectuais, cientistas e religiosos da
história. Até hoje não chegamos a nenhuma conclusão.
O sentido da existência humana desperta tanto fascínio entre
seus pesquisadores e entusiastas, quanto uma certa dose de desespero e vazio,
naqueles que não acreditam que seja possível encontra-lo.
Questões existenciais foram introduzidas à filosofia
ocidental, a medida em que o relacionamento social e político começou a ser
tema de debate com mais destaque do que as questões naturais.
Um dos primeiros filósofos, entre os mais famosos a
introduzir a temática existencialista foi Sócrates. Em sua linha de pensamento,
o filósofo grego abordava o sentido da vida, da existência humana, o qual
identificou como sendo a busca pela virtude.
Essa noção seria seguida por filósofos gregos de grande
importância, inclusive pelos Cínicos, como Diógenes de Sinope, seguidor de
Antístenes.
Os Epicuristas acreditavam que o ser humano deveria
perseguir o prazer, representado como uma forma de virtude, na qual o homem se
afasta das preocupações e dos medos e de forma equidistante dos excessos.
Já os Estoicos criam que a harmonia com a natureza seria o
sentido da vida humana e neste conceito estaria a maior virtude.
Durante o período Medieval, o cristianismo prevaleceu sobre
toda a Europa, seja pelo Catolicismo Romano, no Ocidente, seja pelo Catolicismo
Ortodoxo, na metade oriental. Assim, pela fé cristã o ser humano existe para
louvar a Deus e para servi-Lo em sua plenitude. Esta vida seria apenas uma
preparação e uma espécie de “seleção” para que o ser humano chegue ao estado
pleno e possa encontrar com Deus.
Com o fim da Idade Média e a influencio do Renascimento e da
Reforma Protestante levaram os pensadores e filósofos ocidentais a focar em
questões éticas, sociais e políticas. Porém René Descartes adentrou a questão
existencial, abordando a própria noção de existência.
Embora não tenha se dedicado tanto à questão do sentido da
existência sua obra foi fundamental para este debate, pelo menos no sentido em
que busca uma confirmação racional para o próprio conceito do qual tratamos.
Para Descartes, se não podemos provar a nossa existência,
pelo menos provamos que o pensamento existe. Esta conclusão é dada pelo
argumento do “Cogito”, segundo a qual o filósofo afirma: “Penso, logo existo”!
Através desta lógica, Descartes entende que, mesmo que nada
mais seja real, o pensamento existe, assim como o ser que pensa.
Após a revolução industrial e a consolidação do capitalismo
e do materialismo sobre a sociedade, não só ocidental, mas de todo o mundo, questões
existenciais mais profundas passaram a ser tema de elucubrações filosóficas. A
temática extrapolou os limites da filosofia e se tornou assunto para as artes,
o cinema, a literatura, a política, etc.
Durante o século XIX surge uma nova tendência na filosofia
chamada de Existencialismo. Embora congregue autores e pensadores com
características diversas e mesmo com pensamentos antagônicos, tornou-se
habitual esta classificação para filósofos, escritores e roteiristas que
levantassem questões e abordassem temas acerca da existência humana.
Inseridos em um mundo de constantes transformações onde as
crenças tradicionais eram dia a pós dias desacreditadas por novas descobertas
científicas e novas visões os existencialistas surgem em uma realidade banhada
pela incerteza, onde a confusão e a desorientação se tornam mais comuns entre
as pessoas normais, diante de um mundo aparentemente absurdo e sem sentido.
Essas sensações são em muito resultado tanto dos conflitos
sociais de grandes proporções que se seguem após a Revolução Industrial, assim
como uma maior interação entre diversas culturas, possibilitadas pelo avanço
tecnológico, assim como a troca de informações, cada vez mais rápida.
Como recebemos uma informação negativa com um impacto duas vezes e meia maior do que a positiva, o pessimismo tomou conta da sociedade naturalmente.
Soren Kierkegaard é considerado o pai do existencialismo
contemporâneo, iniciado no Século XIX. Oriundo de uma abastada família
dinamarquesa, Kierkegaard nasceu em Copenhague, em 1813. Protestante radical,
dedicou-se a escrever livros críticos quanto à religião. Para ele, só existimos
por acreditar em algo e relaciona a fé com a identidade do indivíduo.
Friedrich Nietzsche foi também um filósofo muito influente,
no tocante à temática existencial. Foi ferrenho crítico da Igreja Católica e
defendia o louvor à vida. Para o filósofo alemão, provar a existência de um
deus criador não era importante, até porque não seria possível para o homem. Chegou
a afirmar “Deus está morto” e que toda a verdade é relativa.
Assim, Nietzsche seria o oposto de Descartes, uma vez que
reduziria a existência ao nada, ao “Niilismo”! Não haveria, para ele qualquer
sentido na existência. Então nada mais nos resta se não aproveitar a vida e
chegar a vitória.
Martin Heidegger, que estudou a hermenêutica da filosofia e
dos textos sagrados, também exerceu grande influência sobre o existencialismo
contemporâneo, assim como Edmund Husserl, fundador da Fenomenologia, uma linha
de pensamento que busca estudar filosoficamente os fenômenos em relação aos
sentidos.
Jean Paul Sartre e Karl Jaspers
foram outros filósofos importantes que se dedicaram ao tema.
Franz Kafka, Fiódor Dostoyevsky, Albert Camus e até Fernando
Pessoa são alguns dos escritores que se enveredaram pelos caminhos da reflexão
existencialista.
No cinema, nomes famosos como Jean Luc Godard, Akira
Kurosawa e Ingmar Bergman tiveram muita repercussão, ao longo do século XX.
Para esses autores, a vida, o mundo são pautados pelo
absurdo e não existiria de fato um sentido para a existência humana. Dessa
forma, o significado da vida seria o que damos a ela.
Assim demos uma passada geral sobre o que os principais
filósofos e escritores ocidentais sobre o sentido da existência humana.
No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre a LIBERDADE!!!
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