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do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Liberalismo.
“Todo o ser humano tem direito natural à vida, à liberdade e à propriedade”! Esta frase foi dita por John Locke, o qual muitos historiadores e filósofos consideram como o pai do Liberalismo.
Locke afirmara, que o liberalismo deve se pautar pelo
Contrato Social. Sendo assim os governos não poderiam ter poder absoluto sobre
o povo, mas ao contrário, deveriam garantir a seus cidadãos os direitos
anteriormente citados.
O Liberalismo é uma corrente filosófica, econômica e social
que preconiza a defesa da liberdade e da garantia dos direitos individuais. Ele
surge num contexto de transformações na Europa do século XVII e vai servir de
parâmetro para as revoluções que se seguirão nos séculos XVIII e XIX.
Esta corrente surge contestando muitas normas sociais que predominavam
no Velho Continente, com o direito divino das monarquias, o absolutismo e o
Estado teocrático, confessional.
Assim, se torna a filosofia da burguesia e é por muitos
considerada a ideologia da sociedade atual, advinda da era mercantilista e consolidada
após as revoluções Industrial, Inglesa, Francesa e Americana.
No campo econômico, os liberais defendem a livre iniciativa,
o livre comércio, o livre mercado e no início, foram importantes para desmontar
grandes redes monopolistas instituídas pelos Reinos e Estados europeus daqueles
tempos.
No campo social, mais uma vez preconiza a liberdade
individual, a liberdade de credo, de orientação política, a liberdade de
expressão e a igualdade de direitos, de gêneros e étnica.
No campo político, o Liberalismo defende sobretudo a
Democracia e a igualdade de direitos, considerando que esta igualdade entre
todos, no campo jurídico e social é o que possibilita a liberdade. O termo
ganhou contornos benevolentes com o Iluminismo.
Não podemos confundir o conceito com os relativos à
libertinagem, um termo pejorativo associado à indiscrição e imoralidade.
Como podemos constatar, o Liberalismo é extremamente
predominante na sociedade atual. Nada mais justo, dado que vivemos em uma
sociedade derivada da consolidação da burguesia europeia como dominante. Assim,
sua ideologia passou a predominar em praticamente todo o mundo chamado de
civilizado, salvos exceções dos países chamados de “comunistas” e nos países
cujos governos são ligados à seitas religiosas.
No ocidente, em todos os Estados democráticos, as ideologias
dominantes têm raízes liberais, apesar de uma certa dicotomia ter sido criada
no interior da sociedade. Questões políticas e eleitorais aproximam alguns
grupos do socialismo, outros do anarquismo e outros do fascismo.
Como podemos entender essa situação?
Muito simples. Alguns grupos focam na questão econômica.
Esses se dizem “liberais na economia e conservadores nos costumes”! Este é um
uso oportunista do termo, uma vez que é usado pela conveniência, dado que os
propagadores dessa ideia geralmente são pessoas associadas ao Mercado de
Capitais e ao mundo dos negócios.
Assim bradam a não intervenção estatal, a parte do
Liberalismo que lhes interessa, enquanto mantêm alguma aproximação dos costumes
conservadores, a fim de ganhar a adesão de grupos religiosos e de pessoas com
baixo nível de escolaridade. Apoiam um Estado policial severo, pois o único
direito dos defendidos por Locke que lhes é importante é o da propriedade. E só
a deles.
Conseguem se entender como liberais e patriotas ao mesmo
tempo, algo que historicamente faz pouco ou nenhum sentido. Dessa forma, acabam
se aproximando mais de regimes autoritários, como fascista.
Do outro lado, não menos enganado está o que se chama de
esquerda hoje. Essa é a parte dos liberais que continuou se chamando de
“esquerda”, uma vez que eram assim vistos os primeiros defensores dessa
ideologia, na Inglaterra e na França da Idade Moderna.
Esses focam nas liberdades individuais e nos direitos a
respeito da igualdade de gênero, de etnias e no internacionalismo. Muitos
desses grupos se apresentam como socialistas e usam conceitos marxistas para
propagar suas ideias. Na prática, são a parcela reformista dos liberais.
E há um grupo mais radical, que defende boa parte das duas
ideias, tanto em relação às liberdades econômicas quanto às liberdades
individuais. Uma boa parte deles defende a manutenção do sistema econômico,
porém com a completa inexistência do Estado. Esses são chamados de
Anarcocapitalistas. Porém, sua participação no cenário político ainda é
restrita e não formam um partido ou um grupo de partidos considerável. Até
porque são anarquistas e não apreciam esse tipo de organização.
No campo econômico, o Liberalismo Clássico, também chamado
de Tradicional ou Laissez-Faire foi defendido por economistas como Adam Smith,
Thomas Malthus e David Ricardo. A ideia central dessa doutrina econômica é a
livre iniciativa e a liberdade individual, com a limitação do poder do Estado
pelo que se chamou de império das leis.
Segundo Adam Smith, em seu célebre livro “A Riqueza das
Nações” as interações entre indivíduos obedeceriam a uma determinada ordem e
uma espécie de “Mão Invisível” orientaria a economia beneficiando toda a
sociedade.
Por fim é importante que falemos do termo neoliberalismo. Ao
contrário dos partidários do liberalismo tradicional, os neoliberais se
concentram na questão econômica, exclusivamente. Defendem reformas políticas e
econômicas que reduzam o papel do Estado na economia e sua moral social está
voltada para uma suposta meritocracia, segundo a qual a propriedade e o retorno
financeiro do indivíduo estariam associados ao mérito, que teve na conquista de
seus objetivos.
Entretanto, esta definição de mérito não é bem clara e, muitas vezes envolve ações antiéticas, imorais e até mesmo contravenções.
Há também os Libertários, uma ramificação do Liberalismo,
também associada ao Anarquismo, que defende a liberdade absoluta,
compartilhando um alto grau de ceticismo em relação ao Estado, porém com muita
divergência sobre o sistema político o qual defendem.
Enfim, o Liberalismo é a ideologia predominante, às qual
muitos confundem com o termo Capitalismo, considerados por alguns uma pecha
pejorativa criada pelos comunistas e socialistas. Entretanto, todos os três
conceitos são derivados da consolidação da sociedade Liberal – Burguesa, que é
onde vivemos hoje e deve continuar assim por muitos anos.
Na próxima semana falaremos mais
a fundo sobre Território e Guerra.
Muito Obrigado!