sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Liceu e o Aristotelismo

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o Liceu e o Aristotelismo.

Agora, vamos ao que interessa:

Depois de deixar a Academia de Platão, Aristóteles criou sua própria escola, ao qual chamou de Liceu. Seu círculo filosófico ficou conhecido como Escola peripatética, porque o filósofo costumava ensinar ao ar livre, muitas vezes caminhando.

O Liceu ganhou este nome porque suas atividades se iniciaram em um bosque, em Atenas consagrado a Apolo Lykeios, uma manifestação do deus Apolo.

O termo Lykeios se refere a iluminação, ao fato de Apolo ser o deus do Sol, inclusive. Esta característica pode ter sido a referência para o nome, considerando o Liceu como um lugar onde se iluminaria as mentes.

A visão filosófica de Aristóteles é caracterizada pelo esforço em captar a realidade de modo unitário .Assim  ele busca restituir as causas últimas de tudo aquilo que é mutável e contingente a um princípio único transcendente.

Com tal propósito, Aristóteles postula quatro causas fundamentais: a matéria e a forma (para explicar a estrutura intrínseca das realidade corpóreas), o agente e a finalidade (para explicar a origem das coisas e seu dinamismo).

Vale-se desses princípios para resolver todos os grande problemas:

Problema cosmológico: composição hilemórfica de todas as coisas, ou seja, todas elas são constituídas de matéria e forma, as quais se encontram na relação de potência e ato; teologia: o dinamismo das coisas e o seu devir são provocados pelo primeiro Motor Imóvel, o que é seu fim último.

Problema antropológico: o homem não é apenas alma, como afirmava Platão, mas é o resultado da união substancial de alma e corpo, a primeira concebida como forma e o segundo como matéria; entretanto, a alma compreende um elemento espiritual, divino e imortal.

O Liceu de Aristóteles tinha cursos regulares, de manhã e à tarde.

Pela manhã, os discursos do filósofo eram esotéricos, isto é, direcionados a um público interno, mais restrito, com maiores e mais avançados conhecimentos sobre lógicafísicametafísica.

 


Os discursos da tarde (chamados exotéricos) destinavam-se ao público em geral e diziam respeito a temas mais acessíveis, como retóricapolíticaliteratura.

Na atualidade, em alguns países, o termo "liceu" designa um estabelecimento do ensino secundário.

Havia muitas semelhanças entre a Universidade de Aristóteles com a de Platão. O que mais as diferenciavam eram os estudos das ciências naturais. Aristóteles desenvolveu a lógica para servir de ferramenta ao raciocínio, visando à elaboração de uma visão científica da realidade.

Assim, como na Academia de Platão, na Escola de Aristóteles a Filosofia era uma atividade especificamente oral. Mas, quanto ao bem maior para os homens, Aristóteles acreditava que o homem só é feliz se puder desenvolver e utilizar suas capacidades e possibilidades para uma vida boa e digna.

O liceu sempre teve uma orientação empírica, em oposição à Academia platônica, muito mais especulativa.

O mais famoso membro da Escola peripatética depois de Aristóteles foi Estratão de Lâmpsaco, que incrementou os elementos naturais da filosofia de Aristóteles e adotou uma forma de deísmo.

Outros membros destacados da escola Peripatética foram:

Aristóxeno de Tarento;

Sátiro, o Peripatético;

Eudemo de Rodes;

Andrônico de Rodes;

Critolau;

Alexandre de Afrodísias;

Temístio.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Pitagorismo.


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sábado, 17 de outubro de 2020

Academia, Platonismo e Neoplatonismo (História)

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um Academia Platônica, o Platonismo e o Neoplatonismo.



Platão foi um dos filósofos mais influentes de todos os tempos. Através de seus escritos e de outros atribuídos a ele conhecemos as ideias de Sócrates e a lenda da Atlântida, por exemplo, além de ter apresentado suas próprias ideias sobre a concepção do mundo e da ciência.

Mas Platão não simplesmente expressou suas ideias aleatoriamente. Ele buscou criar uma comunidade de pensamento. Seu sucesso foi tão grande que criou a sua própria escola: a Academia.

Esta teve continuidade pela Antiguidade e manteve a doutrina de Platão pulsante por muito tempo, promovendo o surgimento de outros pensadores importantes, como Aristóteles, por exemplo.

O filósofo grego teria criado a sua Academia aproximadamente em 384/383 a.C. nos jardins localizados no subúrbio de Atenas.

Durante muito tempo, considerou-se a criação da Academia fora para ser uma associação religiosa consagrada às Musas, dado que as leis do Estado ateniense não contemplavam a possibilidade de um estabelecimento semelhante ao que Platão queria construir, assim o filósofo escolhe a única forma de abrir juridicamente e legalmente seu espaço: fez reconhecer sua Academia como comunidade consagrada ao culto das Musas de Apolo.





A escola começou com encontros informais entre Platão, Teeteto, Arquitas de Tarento, Leodamas de Tasos e Neóclides. Mais tarde Espeusípo, que sucedeu Platão na direção da casa, se uniu a eles.

Embora não fosse aberta ao público em geral, a Academia não cobra mensalidades ou similares a seus alunos.

Pelo menos durante o tempo de Platão, a escola não tinha qualquer doutrina especial para ensinar, em vez disso, Platão (e provavelmente outros associados dele) passavam problemas a serem estudados e resolvidos pelos outros Há evidências das aulas dadas, principalmente a palestra de Platão "Do Bem", mas, provavelmente, o uso de dialética era mais comum.

Alguns historiadores dizem que cerca de 700 anos após a fundação da escola, acima da entrada para a Academia estava inscrita a frase "Que ninguém exceto os geómetras entrem aqui".

A Academia ficou destruída, durante a Guerra Mitridática. Embora a destruição tenha sido irremediável, as atividades que ela desempenhara voltaram em outro lugar.

Filósofos continuaram a ensinar platonismo em Atenas durante a Era Romana, mas foi somente ao início do século V que uma Academia renovada foi estabelecida por alguns líderes neoplatônicos. As origens dos ensinamentos neoplatônicos em Atenas é incerta, mas quando Proclo chegou a Atenas no início dos anos 430, ele encontrou Plutarco de Atenas e seu colega Siriano ensinando naquela Academia.

Os Neoplatônicos em Atenas se autodenominavam "sucessores" ("diádocos", mas de Platão) e apresentavam-se como sendo a tradição ininterrupta desde Platão, mas não há nenhuma continuidade entre estes e a Academia original, seja geográfica, institucional, econômica ou pessoal.

A escola parece ter sido uma fundação privada, conduzida em uma casa grande com Proclo eventualmente havendo-a herdado de Plutarco e Siriano.

Os líderes da Academia Neoplatônica foram Plutarco de Atenas, Siriano, Proclo, MarinoIsidoro e, finalmente, Damáscio. A Academia Neoplatônica atingiu seu ápice sob a liderança de Proclo (que morreu em 485).

O platonismo viria também a influenciar a escolástica medieval e o pensamento monástico de boa parte da Idade Média.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Liceu e o Aristotelismo.


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sexta-feira, 9 de outubro de 2020

O que é Helenismo

 

O Período Helenista

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o Período Helenista, época na qual a cultura grega foi difundida pelos países à margem do Mar Mediterrâneo.



O período helenístico é o período da história da Grécia e de parte do Oriente Médio que começa com a morte de Alexandre o Grande em 323 a.C. e culmina com a anexação da Península Grega e as ilhas gregas por Roma em 146 a.C.

O termo “helenismo” foi originalmente publicado na obra do historiador alemão J.G. Droysen como Hellenismus, em escritos de 1836 a 1843.

Essa difusão era parte do projeto do próprio Alexandre, o Grande. Seu império teria sido a grande tentativa de hegemonia militar, cultural e linguística, da região, até então, sendo suplantada somente com a expansão do Império Romano, para o Oriente.

Na filosofia, talvez o período seja mais extenso do que na história, pois a influência grega foi muito grande na Europa romanizada até a Idade Média, quando a filosofia medieval foi iniciada por Santo Agostinho.

Essa influência pôde ser vista tanto pelo fato de que os filósofos do período já românico mantinham a escrita em grego, como Plotino, assim como mesmo a filosofia escrita em latim, desenvolvida em Roma era desenvolvida a partir das escolas gregas já tradicionais.

O helenismo marcou o surgimento de um novo período, na filosofia: a filosofia helenística, cujo início é, tradicionalmente, associado à morte de Alexandre, em 323 a.C., prolongando-se até o surgimento de Plotino, no século III da nossa era.

Este período é importante por se tratar de uma transição entre a Filosofia Antiga e Clássica e a Filosofia Medieval. É neste período em que a cultura greco-romana se encontra com a cultura judaico-cristã e a Antiguidade clássica vai dando lugar à Idade Média.

As principais vertentes que se destacaram neste período foram:

A Academia Platônica e o posterior NeoPlatonismo, com Plotino!

A Escola Peripatética, o Liceu e o Aristotelismo!

O NeoPitagorismo!

O Estoicismo, com Zenão de Cítio!

O Epicurismo!

O Ceticismo!

O Cinismo!

Vamos falar de cada corrente em separado, nas próximas semanas.

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre a Academia Platônica, o Platonismo e o NeoPlatonismo, na história da Filosofia.


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sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Aristóteles: Principais Obras e ideias

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o filósofo Aristóteles, um dos mais influentes de todos os tempos.



O Corpus Aristotelicum, que nada mais é do que o conjunto de obras de Aristóteles foi fundamental para a difusão e o desenvolvimento da filosofia grega e da ciência, na Antiguidade.

A filosofia aristotélica constitui-se de uma visão integrada do saber que é subdividido em áreas específicas.

Em sua filosofia altamente sistemática, Aristóteles divide o conhecimento em três parte: o Teórico, o Prático e o Produtivo.

O Saber Teórico é dividido em:

Ciência Geral, ou como o filósofo o chamou de Filosofia Primeira, depois de Metafísica e, por fim de Ontologia é a ciência do Ser.  Este é uma abstração e concentra as características genéricas da realidade. Na Ciência Geral, inclui também a teologia, a matemática e os números.

Especialistas consideram que a metafísica pode ser dividida em quatro sentidos. A Arqueologia ou Etiologia que busca as causas e os primeiros princípios; A Ontologia, que trata da discussão do Ser; O conceito de Substância, que é a base do ser; e a Teologia, que seria a ciência do Ser Perfeito.

O Saber Teórico também abarca a Ciência Natural, que se divide em Física e Astronomia; Ciências da Vida ou Biológicas; e a Psicologia, o estudo do Ser vivo, sensível e inteligente.

Já a segunda parte do sistema é o Saber Prático, que trata da Ética e da Política. A função do Saber prático é criar normas e critérios para uma ação correta e eficaz. Aristóteles estuda a Ética a Virtude, a excelência, que tema função de nos levar a alcançar o grau mais elevado do bem e a felicidade, que consiste na atividade da alma humana.

Para ele, a Virtude está na justa medida entre a falta e o excesso. A excelência seria assim agir de forma moderada e prudente, sem ter mais ou menos do que é preciso para se agir. Como exemplo, citou a coragem, que não é nem a ausência de medo (temeridade) nem o seu excesso (covardia), mas sim um exato ponto de equilíbrio entre ambos.

Por fim Aristóteles trata do Saber Produtivo, que abrange os estudos da estética, das artes produtivas e criativas.

Aristóteles abordou também o tema da Lógica, que não fez parte da divisão inicial, proposta por ele. Segundo o filósofo, a Lógica seria um saber instrumental, usado como método e não como uma ciência específica, uma vez que essa metodologia (a Lógica) seria usada em todas as ciências para se buscar o entendimento.

Em suma, Aristóteles valoriza o Saber Empírico (obtido pela observação) e a Ciência Natural, assim como questões metodológicas, como a Lógica. Por fim também defendia que a felicidade é o bem mais desejado pelo homem e é a finalidade de todas as ações humanas.



Algumas das principais obras de Aristóteles são:

"Sobre a Interpretação", 

"Categorias", 

"Analíticos", 

"Tópicos", 

"Elencos Sofísticos", 

"Metafísica", "Sobre o Céu", 

"Sobre os Meteoros", "Lições de Física" ,

 "Ética a Nicômano", 

"Ética a Eudemo",

 "Política",

 "Constituição Ateniense", 

"Retórica" e 

"Poética".

Algumas de suas frases mais famosas foram:

"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."

"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."

"Nosso caráter é o resultado da nossa conduta."

"Valor final da vida depende mais da consciência e do poder de contemplação, que da mera sobrevivência."

“O homem é, por natureza, um animal político.”

“O menor desvio inicial da verdade multiplica-se ao infinito na medida em que avança.”

No próximo vídeo, falaremos um pouco sobre o Período Helenista, na história da Filosofia.



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sexta-feira, 25 de setembro de 2020

Aristóteles: Quem foi e como era a sua filosofia?

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco sobre o filósofo Aristóteles, um dos mais influentes de todos os tempos.





Nascido em Estágira (hoje Stravó), na Macedônia e filho de um médico da corte do rei Amintas II, Aristóteles se transferiu para Atenas aos 18 anos, para estudar e se tornou membro da Academia de Platão, de que acabou sendo discípulo por cerca de 19 anos.

Certa vez, Platão teria dito: "Minha Academia se compõe de duas partes: o corpo dos estudantes e o cérebro de Aristóteles”

Porém, com a morte do mestre, Aristóteles rompeu com o pensamento de Platão, especialmente com a Teoria das Ideias e desenvolveu um amplo e complexo sistema filosófico, que o levou a se tornar um dos mais importantes pensadores de todos os tempos.

Em 335 a.C., ele fundou a sua escola, chamada de Liceu. Aristóteles ministrava suas aulas caminhando com seus discípulos, dando origem à escola peripatética (Peripatos significa caminho).

O grande filósofo acabou por redefinir o que é a filosofia, em seu sentido amplo, através da criação de um sistema filosófico próprio, partindo da crítica tanto dos filósofos Pré-Socráticos, quanto do seu mestre Platão.

Seus escritos abrangem diversos assuntos como: a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia, a linguística, a economia e a zoologia.

Em 343 a.C. torna-se tutor de Alexandre da Macedônia, que viria a ser conhecido como Alexandre O Grande (Ou Alexandre Magno), de quem foi conselheiro.

Segundo muitos estudiosos, Aristóteles iniciou o período Sistemático, na filosofia, substituindo o período Antropológico (Socrático) que existiu depois do período Cosmológico (Pré-Socrático).

A filosofia de Aristóteles abrange a natureza de Deus (Metafísica), do homem (Ética) e do Estado (Política).

O principal ponto da crítica de Aristóteles a Platão se concentra na rejeição do dualismo representado pela teoria das ideias, conforme apresentou em seu escrito “Metafísica”.

O Ser

Aristóteles parte do princípio que existe uma substância individual, considerado o indivíduo material concreto.

Os indivíduos, por sua vez são constituídos por matéria e forma, sendo a primeira o princípio da individuação e a segunda a forma como a matéria se organiza em cada indivíduo.

Encontramos ainda, em Metafísica, três definições adicionais que resultam na elaboração da teoria aristotélica.

1 – Essência e acidente.

Essência é aquilo que faz a coisa ser o que ela é, enquanto os acidentes são as características variáveis que apresentam mudanças, sem que a coisa perca as características essenciais que a define enquanto o que ela é.

Por exemplo: Uma flor é constituída essencialmente por caule, pétalas, folhas e pólen, mas se uma flor tem 4 pétalas e outra tem 3, o que é chamado de acidente.

2 – Necessidade e contingência

Necessário é aquilo que é como é e não pode deixar de ser dessa forma, enquanto contingência seriam as características específicas de alguma coisa, que não lhe tiram a essência.

Estas definições têm relação direta aos conceitos de Essência e Acidente.

Por exemplo:  Um satélite é necessariamente um corpo celeste que orbita um planeta. Seu tamanho, cor e constituição são contingenciais.

3 – Ato e Potência

Uma coisa pode ser uma ou múltipla. Trata da capacidade de transformação natural das coisas.

Por exemplo: uma semente é, em ato semente, mas contém, em potência a árvore. Assim como a árvore é árvore em ato e lenha em potência.

Aristóteles trata também da questão da causalidade e introduz a Teoria das Quatro Causas:

1 – Causa Formal: Trata-se da forma ou modelo, que faz com que a coisa seja o que é. É a resposta da questão: O que é x:

2 - Causa material: É o elemento constituinte da coisa, a matéria e que é feita. Responde à questão: de que é feito x?

3 – Causa eficiente: Consiste na fonte primária da mudança, o agente da transformação da coisa. Responde à questão: por que x é x?, ou o que fez com que x viesse a ser x?

4 – Causa Final: Trata-se do objetivo, da finalidade da coisa. Responde à questão: para que x?

Na visão de Aristóteles tudo tem uma finalidade. O filósofo é extremamente teológico.

Em Metafísica ele aborda a questão de Deus, com sendo o motor do universo, a causa primeira de todas as coisas. Assim, Deus é o investigador de todo o pensamento, primeiro e último Motor do Mundo.

Deus não pode ser resultado de alguma ação, não pode ser escravo de amo algum.

No próximo vídeo, falaremos um pouco mais sobre Aristóteles, seu sistema e a finalidade da existência humana, segundo ele.



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sexta-feira, 18 de setembro de 2020

Como Platão influenciou a filosofia ocidental

 

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o filósofo Platão, um dos mais influentes de todos os tempos.

Na última semana falamos um pouco sobre Platão, um dos pilares da filosofia ocidental. 



Todas as obras de Platão que eram conhecidas na antiguidade foram preservadas, com exceção da palestra sobre o Bem, a partir da qual houve um pós-escrito de Aristóteles, que se encontra perdido.

Há também obras que foram distribuídas sob o nome de Platão, mas possivelmente ou definitivamente não são genuínas; apesar disso, elas também pertencem ao Corpus Platonicum (o conjunto das obras tradicionalmente atribuídas a Platão), mesmo com sua falsidade sendo reconhecida ainda nos tempos antigos.

Um total de 47 obras são reconhecidas por terem sido escritas por Platão ou das quais ele foi tomado como autor. Dentre elas, as mais importantes são provavelmente a “ República” e a “Apologia de Sócrates”. Também podemos considerar “Crítias, ou a Atlântida” como muito referenciada na contemporaneidade.

Para o pensador grego, a filosofia não deveria se bastar apenas pelo seu caráter reflexivo, mas deveria buscar a ação para transformar o mundo. E essa ideia não ficou no discurso.

Platão fundou em 387 a.C. a Academia, que seria sua escola de pensamento. A academia platônica assemelhava-se a uma congregação religiosa, consagrada a Apolo e às musas.

Platão afirmava a existência de uma verdade suprema: as ideias das formas ideais, eternas, imutáveis e incorruptíveis, das quais se origina o mundo sensível, tal como o percebemos, e que é sujeito ao devir, à corrupção e à morte.

Com esse projeto filósofo influenciou o surgimento de uma importante corrente de pensamento, o Platonismo. Este consiste na afirmação da existência de objetos abstratos, que se assevera existirem em um terceiro reino distinto tanto do mundo externo sensível quanto do mundo interno da consciência.

A filosofia plantonista consiste na ideia de abstração e se utiliza da dialética para buscar o conhecimento.

Essa doutrina vai influenciar também o surgimento da escolástica, um método de aprendizado e pensamento crítico ocidental que teve origem nas escolas monásticas cristãs e fora muito utilizado nos idos do ensinamento católico, durante boa parte da Idade Média.

O método consiste na busca da conciliação da Fé Cristã com o Pensamento Racional e a Filosofia Grega, considerado um método Aristotélico-Platônico.

Platão é também referenciado pela citação do continente perdido de Atlântida (que em grego significaria “a Filha de Atlas”), uma lenda muito conhecida desde a antiguidade, que o autor cita nos diálogos “Timeu” e “Crítias”.

A ilha seria uma potência naval que conquistara parte da Europa ocidental e o noroeste da África cerca de 9.600 anos a.C.. Ela ficaria além das Colunas de Hércules (estreito de Gibraltar), no Oceano Atlântico.

Para muitos, Platão teria inventado a história, baseada em eventos antigos como a erupção de Thera ou a guerra de Troia, enquanto outros insistem que ele teve inspiração em acontecimentos contemporâneos, como a destruição de Helique em 373 a.C. ou a fracassada invasão ateniense da Sicília em 415 a.C. – 413 a.C..

Porém, nos tempos atuais, muitos investigadores buscam pistas da existência da ilha, baseados em correlações com mitos de outras partes do mundo, como do Antigo Egito, dos povos ameríndios e das teorias sobre antigos astronautas.

Seja uma versão de Utopia da antiguidade ou um relato histórico, a Atlântida é uma lenda que tem sido muito influente tanto nas ideias, quanto na literatura e no cinema contemporâneo.

Platão também fora mestre de um outro filósofo tão ou até mais importante do que ele próprio: Aristóteles.

Na próxima semana, falaremos um pouco sobre Aristóteles, suas obras mais importantes e as mais controversas.



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sexta-feira, 11 de setembro de 2020

As Ideias de Platão

Olá! Seja bem-vindo ao Semanário do Pensamento. Nesta semana, estaremos falando um pouco mais sobre o filósofo Platão, um dos mais influentes de todos os tempos.



Nascido em Atenas em 428 a.C., Platão pertencia a uma família da aristocracia ateniense. Na filosofia, foi aluno de Sócrates pelos últimos 10 anos da vida do seu mestre. Porém, antes disso, o pensador seguiu primeiramente Crátilo e depois Heráclito.

Após a morte de Sócrates, viajou pelo Mediterrâneo. Na Sicília, foi influenciado pelo pitagórico Arquitas de Tarento e pela Escola Eleática. Também manteve contato dom Dion, que era cunhado de Dionísio I, tirano de Siracusa.

Quando voltou para a sua cidade natal, Platão fundou a sua escola, a qual deu o nome de Academia, em homenagem ao herói grego Academos. Por influência dos pensadores pitagóricos, mandou escrever nos portais da escola: “Que ninguém entre se não souber geometria”.

Platão foi importante não somente pelas suas propostas filosóficas, como também por ser o principal autor que manteve vivas as ideias e os métodos de Sócrates, através dos seus diálogos.

Ideias:

A característica fundamental da obra de Platão é o foco na preocupação com a ciência, a moral e a política. Para o filósofo, a ciência é o verdadeiro conhecimento e este identifica-se com o bem, propriamente dito!

Platão fez uso basicamente dos diálogos para expor suas ideias. Sócrates, era geralmente o principal personagem desses escritos. Com eles, utilizava da dialética para se buscar o conhecimento legítimo.

No modelo platônico, a filosofia deve se preocupar em chegar à verdade, através da argumentação racional e não apenas dizer e afirmar. O diálogo seria a forma pela qual o consenso se estabeleceria.

Platão começou sua carreira após a morte de Sócrates. A condenação de seu professor o fez se desiludir com a política. Assim, sua obra pode ser considerada uma reflexão profunda sobre a degradação da democracia ateniense no seu tempo e ao que o autor considerava injusto e ilegítimo.

Sob essa perspectiva, a ideia de política de Platão pode ser vista como contrária à democracia, a qual considerava submissa a paixões, opiniões e interesses e contrário ao conhecimento e à verdade, sendo assim contra a justiça.

No tocante à filosofia, Platão propôs que seria essencialmente teoria, a capacidade de ver por meio de um processo de abstração e de superação da experiência concreta a verdadeira natureza das coisas em seu sentido eterno e imutável.

Nesse ponto, se afastou bastante de Sócrates, que considerava a filosofia como um método de reflexão que levaria o indivíduo a uma melhor compreensão de si, de sua experiência e da realidade que o cerca.

Teoria das Ideias e o Mito da Caverna:

Platão escreveu em forma de diálogo, no livro VII da "República", a história "mito da caverna", onde relata a vida de alguns homens que desde a infância se encontram aprisionados em uma caverna, com uma pequena abertura por onde penetra a luz.

Os homens ficam todo o tempo olhando para uma parede de fundo. Lá fora, nas costas dos cativos, brilha um fogo aceso sobre uma colina e entre ela e os presos, passam homens carregando pequenas estátuas, cujas sombras são projetadas no fundo da caverna.

Os cativos creem que as vozes ouvidas são das próprias sombras, para eles a única realidade. Quando um dos prisioneiros consegue sair da caverna, percebe que tinha vivido num mundo irreal.

Platão usa esse mito para ilustrar a ideia de que o mundo que percebemos com nossos sentidos é uma ilusão, é confuso e impreciso, um “reino de sombras”. Mas esta não é a única realidade do universo e nem a verdade, nem a perfeição.

Esta seria comparada a realidade criada por sofistas e políticos para enganar a população, o que Platão se opunha veementemente.

Porém, há um reino mais elevado, espiritual, eterno, onde está o que existe de verdade, é o mundo das ideias, que só a razão pode conhecer.

Curiosidade: Platão foi também atleta e chegou a participar das Olimpíadas como lutador.



Na próxima semana, falaremos um pouco mais sobre Platão, suas obras mais importantes e as mais controversas.

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